Yana estava deitada em um dos quartos da imponente mansão da Tenjiku, um lugar que deveria oferecer um refúgio, mas que agora apenas amplificava sua angústia. As paredes ao seu redor, cobertas por um revestimento luxuoso e decoradas com obras de arte cuidadosamente selecionadas, pareciam sufocantes. O quarto era um retrato de chama e tranquilidade, mas, naquele momento, era incapaz de abrigar a tormenta que dentro dela se formava.
A grande cama no centro do quarto estava coberta com lençóis brancos impecáveis, que contrastavam com a paleta escura do ambiente. Yana se revirava, um movimento instintivo de quem tenta escapar de um pesadelo que não acaba. Seus cabelos longos e escuros espalhavam-se sobre o travesseiro, que agora estava acolhendo suas lágrimas silenciosas. Ela respirava com dificuldade, o peito apertado por um peso que a impedia de se libertar.
As memórias de Mikey inundavam sua mente em flashes perturbadores. As risadas que compartilhavam, os momentos de confiança e intimidade, agora transformados em sombras que a perseguiam. A traição o tornava um estranho; um homem que, até então, ela considerava um amigo e aliado, agora era alguém que a deixou desprotegida e vulnerável. A cena do confronto que ocorrerá em sua mente era vívida: o olhar de desprezo de Mikey quando ele decidiu seguir seu próprio caminho, a palavra de desdém que o arrastava para as trevas, distante de sua luz.
Yana fechou os olhos, tentando bloquear a imagem, mas cada tentativa parecia inútil. O cenário se repetia, como uma fita presa, e a dor se tornava cada vez mais insuportável. Era como se a traição dele tivesse desencadeado uma avalanche de desconfiança e desamparo, que a fazia questionar não apenas sua relação com Mikey, mas também suas próprias decisões. Por que havia acreditado que poderia confiar nele? Por que não percebeu os sinais?
Ela se virou novamente, encarando a janela ampla que oferecia uma vista deslumbrante do céu azul da tarde, mas até mesmo a beleza do mundo exterior parecia desbotada. A mansão era um símbolo do poder de Izana, mas, sob seu teto, Yana se sentia tão isolada quanto nunca antes. A proteção de Izana, que deveria ser um conforto, agora parecia uma lembrança amarga de que ela estava cercada por aliados e inimigos. O sentimento de traição se arrastava até mesmo na presença de quem a cercava.
Com um suspiro profundo, Yana se sentou na cama, usando as mãos para esconder o rosto. As lágrimas escorriam livremente, uma mistura de fúria e tristeza descontrolada. O choque da traição a havia arrebentado por dentro e, enquanto a tristeza e a angústia se misturavam, ela percebeu que precisava encontrar uma maneira de lidar com essa nova realidade. O que fazer agora? Como se reerguer após um golpe tão devastador?
Balançando-se para frente e para trás, Yana tentou encontrar um ponto de equilíbrio emocional. A traição de Mikey não era apenas um ato isolado; era um estilhaço de confiança que a tornava insegura, incapaz de ver o futuro. Mas, no fundo, uma pequena faísca de determinação começou a brotar. A proteção de Izana não era apenas um abrigo; era uma oportunidade de crescimento e autodescoberta.
Ela respirou fundo e tomou a decisão de enfrentar sua dor de frente. Yana se levantou da cama, secou as lágrimas e olhou-se no espelho. Ela sabia que precisava se reconstruir, mais forte do que antes. Mikey não seria o responsável por seu destino. Com isso em mente, ela dirigiu-se à porta, pronta para retomar o controle de sua vida, um passo de cada vez.
O caminho seria longo e desigual, mas a traição não a definia. Ela era Yana, e estava determinada a encontrar, novamente, sua força e sua própria verdade.
Enquanto Yana se mexia a noite inteira, Izana permaneceu acordado, olhando pela janela com um olhar sombrio. Os braços cruzados firmemente sobre o peito, ele observava a noite, a mente ocupada com os eventos recentes. Os suspiros dela, o rosto marcado pelas lágrimas, não passavam despercebidos pela ele, mesmo que ele fizesse um esforço para não encarar ela de volta.
Ele podia sentir a dor e a frustração emanando dela, a forma como sua presença tentava se isolar.
Izana permaneceu assim por várias horas, parado e em silêncio, enquanto Yana se mexia e virava na cama. As vezes, ele podia ouvir um soluço baixo, o som de alguém tentando cobrir as lágrimas com um travesseiro.
A imagem dela perturbada era desconcertante, um lembrete da vulnerabilidade que ela estava mostrando nessa situação. Ele sentiu a mão se fechando em punho enquanto lutava contra o impulso de se aproximar.
—....Izzy — Yana sussurrou baixinho, ao abrir a porta do quarto e dar de cara com Izana encostado na parede
A chamada de Yana o tirou de seu transe, e ele se virou para encará-la. Seus olhos se fixaram nela por um momento, enquanto analisava seu rosto marcado pelas lágrimas.
Ele manteve a expressão estoica, mas havia um toque de preocupação em seu olhar.
— Finalmente decidiu sair da cama? — perguntou ele, a voz baixa e calma.
Yana estava usando uma camisola vermelha carmesim, a cor da tenjiku, que parecia ter sido feita pra ela. Os olhos úmidos pelas lágrimas, os cabelos castanhos bagunçados.
—...preciso relaxar — ela sussurrou
Os olhos de Izana seguiram as curvas de seu corpo, observando a forma como a camisola vermelha se ajustava à sua silhueta. Uma faísca de desejo cruzou seu olhar por um momento, antes de ele se recompor novamente.
Ele permaneceu encostado na parede, olhando-a com aquele gesto sombrio.
— E como pretende fazer isso? — ele perguntou, a voz profunda e rouca.
— Me faça gozar...— Yana disse de uma vez e bem direta — ...me toque.
Os olhos de Izana se arregalaram com as palavras dela, uma surpresa inesperada tomou conta dele. Porém, ele rapidamente se recompôs, e o olhar de desejo voltou a aparecer em seu rosto.
Ele se afastou da parede e se aproximou lentamente dela, como um predador se preparando para sua presa. Conforme se aproximou, ele envoluiu-a com seus braços, puxando-a para mais perto.
— É isso que você quer, querida? — ele murmurou, sua voz rouca próxima ao ouvido dela.
— Faça o que o seu irmão nunca conseguiu fazer — Yana murmurou em desafio explícito — Me faça ter o melhor orgasmo da minha vida. Me chupe, me foda, não importa só...me faça gozar.
A provocação de Yana atiçou a paixão de Izana, e ele imediatamente reagiu, puxando-a ainda mais para perto de si. Os braços se firmaram em volta da sua cintura, enquanto o calor de seu corpo se espalhava entre os dois.
Ele se inclinou e lambeu suavemente o pescoço dela, a língua deslizando pela pele com delicadeza.
— Vou te fazer pedir por mais — ele sussurrou, a voz profunda e intensa.
Suas mãos viajaram pelas curvas do corpo dela, acariciando suavemente enquanto ele continuava o caminho de beijos pelo pescoço. Aos poucos, ele deslizou a mão por baixo da camisola, percorrendo a pele macia das costas dela.
Izana mordiscou de leve o lóbulo de sua orelha, enquanto seu corpo estava colado ao dela.
— Vamos para a cama, querida — ele murmurou, a voz rouca pela excitação.
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JINGOKU - Kurokawa Izana
Adventure⚠️🚫18+ Dark Romance 🚫⚠️ "Você é a luz na minha escuridão, a paz na minha guerra. Eu nunca deixarei nada te machucar."