capítulo 1

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As paredes de concreto cinzento da Prisão de Yokohama, o maior presídio de segurança máxima do Japão, se erguiam imponentes contra o céu nublado

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As paredes de concreto cinzento da Prisão de Yokohama, o maior presídio de segurança máxima do Japão, se erguiam imponentes contra o céu nublado. Era uma fortaleza de aço e pedra, projetada para conter os criminosos mais perigosos do país. No subsolo, em um labirinto de corredores frios e escuros, ficava a cela de Izana Kurokawa, "O Rei de Yokohama", o maior líder mafioso que a história japonesa já conhecera.

A cela era pequena, quase um túmulo de concreto, com apenas uma cama de ferro desgastada e um vaso sanitário de cerâmica. Nenhuma janela permitia que a luz do sol penetrasse, criando uma atmosfera opressiva. A porta, feita de aço reforçado, era guardada por dois guardas armados, seus rostos impassíveis detrás de suas armaduras. Outros guardas, invisíveis para Izana, o vigiavam através dos corredores, seus passos silenciosos e furtivos como os de sombras.

Izana estava sentado em sua cama, o corpo ereto, emanando uma aura de poder mesmo em sua prisão. Sua beleza era tão inegável quanto a sua reputação. Seus cabelos prateados, que brilhavam como a lua em uma noite sem nuvens, emolduravam um rosto marcado por traços fortes e finos. Seus olhos violetas, profundos e penetrantes, refletiam um brilho de inteligência e crueldade. A pele bronzeada pelo sol e as cicatrizes que cruzavam seu corpo contavam histórias de batalhas sangrentas e conquistas implacáveis.

Apesar da escuridão e da aspereza da cela, Izana mantinha uma elegância natural. Ele vestia um quimono branco impecável, contrastando com o ambiente sombrio, um símbolo de sua linhagem e superioridade. Seus dedos finos e longos, cheios de tatuagens finas, moviam-se ao ritmo de uma música suave que ele ouvia em sua mente. A música era um refrão incessante de poder, vingança e ambição, que o seguia desde o início de sua jornada implacável.

Izana Kurokawa, "O Rei de Yokohama", estava enjaulado, mas seu espírito permanecia indomável. Ele era um vulcão de energia, a lava fervendo sob a superfície, aguardando o momento de explodir. A prisão era um palco, e ele, o ator principal, planejava sua fuga.

Dentro da cela, Izana Kurokawa, o homem que construiu um império de sangue e medo, esperava. Ele era um enigma, um monstro criado pelo próprio sistema que o mantinha cativo, um símbolo de poder e caos. E enquanto o silêncio opressivo da prisão o envolvia, a chama de sua ambição e vingança ainda ardia forte. Yokohama tremia apenas com o pensamento de sua possível volta.

A rotina imutável do presídio de segurança máxima de Yokohama, onde o silêncio era quebrado apenas pelo som distante de passos regimentados, foi interrompida pela chegada de cartas misteriosas. Estas cartas não tinham um destinatário específico e despertaram a curiosidade dos guardas encarregados de mantê-las.

Cada carta era escrita em uma caligrafia delicada, quase artística, sugerindo a mão de uma jovem. As palavras fluíam pela página com uma sinceridade desarmante. Falavam de sonhos, esperanças, medos e observações cotidianas, desabafos de alguém que procurava um ouvinte em meio à vastidão indiferente do mundo.

Os guardas, intrigados pela natureza das cartas e sem uma diretriz clara sobre o que fazer com elas, decidiram entregá-las a Izana Kurokawa. Embora a princípio hesitantes, argumentaram que talvez aquelas palavras suaves pudessem trazer algum tipo de distração ao rei enjaulado, não entendendo ao certo que efeito esperavam alcançar.

Izana aceitou as cartas com um interesse velado. A princípio, parecia apenas um passatempo, algo que quebrava a monotonia do confinamento. Mas à medida que lia cada página, algo inesperado começou a acontecer. As palavras da garota desconhecida, cheias de vivacidade e sinceridade, começaram a penetrar na sua couraça construída ao longo de anos de desconfiança e brutalidade.

As cartas falavam sobre um mundo que Izana raramente contemplava: um mundo de simplicidade, beleza e imperfeições humanas. Narravam histórias do amanhecer sobre o mar, a forma como a chuva sussurrava segredos contra as janelas, e o fascínio por pequenas coisas que ele, em sua busca incansável por poder, esquecia de notar.

Ao longo do tempo, Izana começou a esperar por essas cartas com uma expectativa silenciosa. Elas haviam se tornado uma ligação tênue, mas poderosa, com o mundo exterior — um lembrete das nuances da vida além das paredes do presídio. As cartas não ameaçavam fazê-lo perder a sanidade; ao contrário, ofereciam-lhe um vislumbre de sanidade, um contraponto ao caos que sempre marcara sua existência.

À medida que folheava cada nova carta, Izana se viu imaginando a garota que as escrevia. Perguntou-se sobre seu rosto, suas expressões, seus próprios sonhos e lutas. Havia uma conexão, um laço que crescia invisível, puxando Izana lentamente para um espaço que ele nunca imaginou existir — um espaço de empatia e compreensão.

Assim, em meio à prisão que deveria contê-lo, as cartas trouxeram um elemento de redenção inesperada, oferecendo ao "Rei de Yokohama" um reflexo de humanidade que havia sido quase esquecido. E enquanto o mundo continuava a girar lá fora, ele guardava cada uma das cartas, como se fossem fragmentos de uma vida que poderia ter sido diferente.

"Maldita seja você, garota anônima", murmurou Izana, segurando com força as cartas que ela lhe enviara. As palavras dela pareciam perfurar sua armadura de indiferença, penetrando suas camadas de crueldade e escuridão. Ele tentou descartar seus sentimentos como fraqueza, mas havia algo nelas que despertava um fogo dentro dele, uma chama de esperança que ele pensava ter extinguido há muito tempo.

Ele se levantou de sua cama de ferro e começou a andar para frente e para trás, tentando clarear a mente.

As palavras dela eram como música para seus ouvidos, refletindo uma inocência e beleza que ele tinha quase esquecido que existiam. Uma parte dele queria descartá-las como frivolidades de uma garota ingênua, mas outra parte estava agarrada àquelas palavras como se fossem seu último fio de sanidade.

Um dos guardas abriu a porta da cela, trazendo consigo uma outra carta em sua mão. Todas as cartas tinham um celo com uma rosa, mostrando a delicadeza da dona das cartas – assim como o aroma de framboesa, vindo de um doce perfume que ela espirrava nas cartas.

— Mais uma carta, vossa alteza — o guarda disse com deboche e ironia.

Izana deu um olhar ameaçador para o guarda antes de pegar a carta com cuidado. Seus olhos se focalizaram nas palavras escritas, absorvendo cada detalhe, como se estivesse bebendo conhecimento de uma fonte sagrada. O aroma de framboesa penetrou suas narinas, quase o transportando para outro mundo, onde não havia dor nem escuridão.

— Saia — ele ordenou para o guarda, sem tirar os olhos da carta em mãos —. Estou ocupado.

Toquei o foda-se, vocês que se virem

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Toquei o foda-se, vocês que se virem. 🍓😈

JINGOKU - Kurokawa IzanaOnde histórias criam vida. Descubra agora