7

201 14 0
                                    


Tambores rolavam à distância, ficando mais próximos a cada passo. A areia morna rangia sob os pés de Katrine. Mãos ásperas a agarravam pelos braços, levando-a para frente contra sua vontade. Ela havia desistido de lutar há muito tempo.

Na floresta, depois do resgate que virou sequestro, uma venda de tecido grosso foi amarrada em volta dos olhos dela.

Agora, com a visão tirada dela, os outros sentidos de Katrine estavam aguçados. Ela ouvia o rolar incessante dos tambores, o estalar de pés na areia grossa, o murmúrio de vozes. Ela sentia aquele odor onipresente e queimado de fumaça e carvão. Ela sentia o vento quente passando por sua pele quase nua como a respiração de um gigante, indicando que eles tinham saído das florestas e entrado em uma planície aberta.

Ela havia sido levada antes para o que parecia ser uma vila. Havia outras vozes, algumas delas de mulheres, outras de crianças.

Ela recebeu água de um recipiente de madeira, que ela bebeu avidamente. Era quente, mas refrescante, seu sabor quase doce com minerais. Ela bebeu até sua barriga doer de beber. Aquela água parecia fluir para suas extremidades, e ela se sentiu como uma planta murcha voltando à vida depois de ser regada. A sensação seca e rachada deixou seus lábios. Sua língua parou de grudar no topo da boca como fita adesiva.

Mas o alívio durou pouco.

Mãos inflexíveis arrancaram suas roupas, deixando-a nua e exposta. Até sua calcinha foi removida. As mãos a exploraram como se estivessem verificando falhas. Ondas de terror tomaram conta de seu corpo insultado, e foi uma luta não gritar ou chorar.

Depois disso, ela foi vestida novamente, não com suas próprias roupas, mas com uma vestimenta rústica e farfalhante que parecia uma saia de palha e joias duras e pesadas que pareciam feitas de ossos — pulseiras, colares e uma faixa primitiva em volta da cabeça como uma coroa.

Ela estava sendo preparada para algo. Um ritual. Um rito.

Ela não sabia o que era, e não queria saber. Além disso, seria inútil perguntar, já que ela não compartilhava nenhuma língua com essas pessoas estranhas.

E eles pareciam ser pessoas. Até onde Katrine podia perceber, eram humanos, não alienígenas, embora não correspondessem a nenhuma cultura que ela conhecesse na Terra.

À medida que os tambores ficavam mais altos, enchendo os ouvidos de Katrine, seus pensamentos se voltaram para Nora e Blair.

Seus companheiros estariam preocupados com ela agora. Talvez Blair tivesse partido sozinha para procurá-la. Ou talvez mais dessas pessoas primitivas os tivessem encontrado. Teria sido uma tarefa fácil seguir os rastros de Katrine de volta ao abrigo na base da pedra.

Esse pensamento fez seu estômago embrulhar de desespero.

Mais uma vez, ela não conseguia deixar de sentir que tudo isso era culpa dela. Seus próprios pensamentos egocêntricos os ajudaram a se meter nessa confusão em primeiro lugar, quando ela não fez nada para impedir Petra. Então, em sua teimosia, ela insistiu em ir procurar água e comida sozinha. Tudo o que ela conseguiu, no entanto, foi ser pega, e provavelmente seus amigos também.

Ela se arrependeu da maneira indelicada como se separou de Blair, e temeu por sua amiga ferida Nora. Com os olhos agora cobertos por pano, ela sentiu uma simpatia extra pela mulher cega e pelo terror que ela devia estar passando neste lugar estranho e estranho.

Os tambores estavam todos ao redor dela agora. A batida constante e sinistra batia dentro de seus ossos.

Seus pés descalços tocaram a pedra lisa.

Ela estava sendo levada por um lance de escadas. O que era isso? Algum tipo de altar?

Katrine tentou resistir, tentou cravar os calcanhares, mas não adiantou. Os homens apenas a levantaram do chão e a carregaram pelo resto do caminho.

Cria do Dragão Alienígena (Dragões de Arcturus #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora