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Katrine acordou com uma sensação agradável e repousante em seus membros. Um leve sorriso apareceu nos cantos de sua boca. Ela se espreguiçou contra suas almofadas como um gato preguiçoso.

Que sonhos estranhos ela teve.

Primeiro, houve a parte sobre o caos na sala de controle da instalação Blue Mesa. Essa parte fazia sentido. Era um produto de sua ansiedade sobre o teste que estava por vir. Mas o resto do sonho tinha sido muito mais estranho. O mundo alienígena varrido pela fumaça. A floresta de árvores retorcidas e cogumelos brilhantes. O tigre dente-de-sabre negro como sombra. Os povos primitivos com lanças.

E essa última parte…

O dragão.

Sim, ela já tinha sonhado com isso antes.

Mas agora o sonho havia acabado, e ela estava acordada, de volta aos seus aposentos nas instalações de Blue Mesa.

Só que ela não se lembrava de sua cama fornecida pelo governo ser tão confortável. E ela certamente não tinha uma lareira em seu quarto, especialmente uma gigantesca esculpida em pedra e cercada por um par de dragões primorosamente esculpidos. E, por falar nisso, seu quarto não era uma enorme caverna abobadada.

E então havia as joias de osso e as algemas de ferro em volta dos pulsos, ainda tilintando com elos de corrente quebrados.

Katrine se mexeu na pilha de almofadas de seda que tinham sido arrumadas para ela, deixando seus olhos seguirem a curva do teto alto, estilo catedral. Ela rolou, e seu olhar viajou para o outro lado até que ela se viu olhando para um par de olhos.

Olhos enormes e amarelos, com fendas verticais como pupilas e situados abaixo de um par de sobrancelhas vermelhas e escamosas.

O coração dela disparou. Algo como um choque elétrico formigou através dos músculos dela.

Era o dragão.

O grito que saiu dos lábios de Katrine se multiplicou e ricocheteou pelas paredes de pedra e teto da espaçosa câmara iluminada pelo fogo. Movendo-se por puro instinto e uma dose dupla de adrenalina, ela se afastou da criatura em uma espécie de caminhada desajeitada e em pânico de caranguejo.

Travesseiros de seda se espalhavam em seu rastro. Sua bunda com saia de grama arrastava-se por um chão de pedra quente e liso. Sua respiração vinha em suspiros rápidos e dolorosos.

Algo a pegou por trás.

Algo duro e escamoso.

Com um suspiro, ela viu que era a cauda do dragão, que a criatura tinha chicoteado para impedi-la de fugir. Atrás disso, sobre o topo da crista espinhosa que corria pelo meio daquela cauda, ​​ela viu as chamas rugindo da lareira, em direção à qual ela estava involuntariamente se arrastando.

“Cuidado, meu pequeno atma,” disse uma voz ao mesmo tempo estrondosa e sibilante. “Você não quer se queimar.”

Katrine congelou. Os músculos de seus braços e pernas ficaram tão rígidos quanto aquelas estátuas de pedra ladeando a lareira atrás dela. A única parte dela que permaneceu em movimento foi seu rosto. Seus olhos se abriram em círculos de choque, e seu queixo caiu sem ossos.

Aquela voz veio do dragão, que agora a olhava atentamente com aqueles olhos que brilhavam como taças de ouro.

“Você…você consegue falar?”

O corpo carmesim da besta tremeu, e um som saiu de seu peito. Um som profundo e estrondoso que foi mais sentido do que ouvido. Ele retumbou pelo chão de pedra como um pequeno terremoto, enviando vibrações curiosas através do traseiro de Katrine e profundamente em seu núcleo.

Cria do Dragão Alienígena (Dragões de Arcturus #1)Onde histórias criam vida. Descubra agora