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P.o.v S/n
A primeira coisa que fiz quando pisei os pés dentro de casa foi me desfazer de tudo, tirei os sapatos, a blusa que usava, soltei o cabelo e por fim deixei a mochila pesada que eu carregava todos os dias de lado no canto da sala, quando terminava de fazer isso sempre me tacava no sofá e finalmente respirava em paz.
— amanhã é sábado, graças a deus, eu não aguento mais...— me referia ao trabalho, eu trabalhava em uma loja de roupas perto da minha casa, era uma loja chique e eu tinha que ficar fazendo algo o tempo todo, não era só comigo tinham outras pessoas que também não podiam parar quietas por segundos que eles já passavam algo para a gente fazer. O nome dela era ju-yang, fiz amizade com ela quando entrei pois temos a mesma idade. Eu falo que o trabalho é cansativo mas pelo fato de não poder parar para pensar ou respirar direito, a minha chefe me manda fazer tarefas uma atrás da outra, hoje por exemplo, eu tive que atender a uma cliente, pagar a compra dela no caixa e correr para os fundos pois minha chefe queria que eu abrisse uma coleção nova que chegou na loja e arrumasse nos cabides e depois levasse para o salão principal.
— meus pés estão doendo muito — reclamei — eu não aguento mais! Eu não quero mais trabalhar, pagar as contas é difícil demais — bufei, meu telefone tocou segundos depois — alô? —
Su-ho — amor? Oi! — eu bufei do outro lado da linha.
— nem vem, eu tô cansada, você já veio aqui ontem, deixa eu ficar um pouco sozinha hoje — ele estranhou.
Su-ho — que?...mas eu ia passar comprar umas coisas na loja de conveniência pra gente comer — ele pareceu surpreso, ele só queria ficar grudado em mim e eu não julgo pois eu também iria querer...mas é só que agora eu acho que não era bem o momento certo.
— desculpa Su-ho, não vai dar hoje...eu tô cansada...— ele ficou quieto por um tempo.
Su-ho — eu posso te ajudar...— eu bufei porém ouvi ele continuar — fica tranquila que em mais ou menos uns 15 minutos eu tô na porta da sua casa... —
— Su-ho! — ele desligou na minha cara quando tentei falar novamente — por quê ele tem que ser tão grudento, eu gosto dele mas assim não dá! — tinha apenas mais 15 minutos de descanso, peguei o controle da TV e a liguei — que sem graça, não tem nada passando — fiquei por ali mexendo nos canais, lembro de ter colocado um filme na netflix que eu nunca tinha visto antes, pensei que poderia ser bom. Ouvi o toque na porta, já sabendo quem era me levantei e caminhei até a mesma abrindo ela — você veio mesmo? — ele sorriu assim que me viu, era engraçado por que eu não queria sua presença por perto pois ele estava muito grudento ultimamente e fazia questão de sempre ser o meu "chiclete"
Su-ho — eu não sabia qual seu doce preferido então eu trouxe vários...— me mostrou as sacolas em sua mão.
— cara, eu sei que você é rico mas vai com calma — dei um espaço na porta — entra, agora que você já tá aqui não posso mais fechar a porta na sua cara — ele entrou e deixou tudo em cima do sofá, tirou a blusa e colocou a mochila do lado da minha — e ai? Feliz agora? —
Su-ho — o que tem? Você tá cansada então vim te fazer companhia — ele se sentou no sofá e começou a tirar as coisas de dentro da sacola e colocou as mesma em cima da mesa de centro — que filme é esse? —
— não sei, é novo na netflix e daí eu resolvi assistir — me sentei ao seu lado.
Su-ho — e não me chamou? — eu bufei.
— Su-ho a gente precisa conversar! — falei de uma vez só e ele apenas ficou calado e me olhou.
Su-ho — o que foi? — ele parecia me analisar tentando achar o problema porém mal sabia que "ele" era o problema.
— é sobre esse seu grude Su-ho — eu lembro de ter pegado em suas mãos para que ele prestasse atenção em mim — você sabe que eu te amo, sabe que eu adoro quando faz esses mimos comigo e também adoro quando fica perto de mim, mas tudo tem limite — ele arregalou os olhos — é que você já vem aqui todos o dias e isso cansa, a gente começou a namorar a pouco tempo e temos que ir devagar sabe, eu quero descansar sozinha de vez enquando, quero pensar sabe...e chega a ser ruim ao ponto de eu não poder sentir saudades suas por quê você está sempre aqui — bufei — era isso que eu queria falar com você —
Su-ho — então eu tô sendo grudento demais? — eu afirmei com a cabeça — desculpa, eu não percebi — eu sorri.
— fica tranquilo, eu sei que você só tá querendo me agradar e me animar, não é culpa sua — entrelacei nossas mãos — vamos comer e assistir? — ele afirmou, se aconchegou mais no sofá e deitou a cabeça no meu ombro, continuamos ali por um tempo. Eu não ligava tantk para o grude que Su-ho tinha comigo, eu até gostava, mas eu estava ficando casada, era todo santo dia a mesma coisa e ele nem chegava mais a me perguntar se podia ir ou não, ele ia sem permissão, quando fiz as cópias da chave da casa para ele, lembro que ele ia me esperar antes que eu chegasse, eu só abria a porta e ele estava lá sentado no sofá como sempre, estava cheio de coisas, depois de conversamos e eu ter pedido para ele parar ele não fez mais.
— bom...acho que já tá na hora de você voltar para sua casa — ele me olhou como se quisesse continuar ali — para com esse olhar! Você vai, não adianta insistir — ele estava deitado no meu colo — o que nós conversamos? — ele ficou quieto.
Su-ho — Tchau! — murmurou indo em direção da porta.
— Tchau Su-ho — geralmente quando ele ficava até tarde na minha casa eu sempre falava para ele dormir por ali, mas novamente, ele pegou o costume. Ele dormia por lá sem me perguntar se podia, como se fosse muito íntimo sendo que começamos a namorar a pouco tempo, mas mesmo assim eu amo ele.
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