38.

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Menor t.

Menor t: Qual foi, Davi? — Indaguei, nervoso.

O Patrão estava na maior ondinha, do nada, fechou a cara e mandou eu voltar para a rua da fábrica, mas não explicou nada, só mandou e eu fiz.

Davi: Só faz o que estou mandando, menor. — Passou a mão no rosto, aparentemente nervoso, e eu respirei fundo. Acelerando o carro com tudo. Meti marcha na direção da rua das fábricas.

Chegando lá, nem botei fé.

Armaram o maior caô pra nós, que isso.

O caminhão estava com rastreador.

Só esqueceram de que no bonde tem Davi e Menor T.

Só meiota, fuzil, até granada, parceiro.

Eles vieram fraquinho, pesadão é nós!

Nosso carro parou na frente do caminhão, já desci, engatilhando pistola, metendo tiro para cima do carro deles igual maluco, queria nem saber.

Minha bala tem endereço certo.

Ela vai, mas ela traz alguém com ela.

X: Bota a cara, seu merda! — Um polícia gritou, mas na hora que Davi atirou, o mandado se escondeu atrás do carro, todo furado.

Kn: Eles vão chamar reforço. Bora ralar, menor! — Alertou, nervoso, todo suado, mas neguei com a cabeça.

Menor t: Meto o pé, não, parceiro. Brabão!
Pelo menos dois, eu levo para o inferno. — Sorri igual a um psicopata, parceiro.

A adrenalina que se passava pelo meu corpo era a melhor.

Aquela vida era a que eu queria.

Sigo com ela até o fim.

Largo nunca!


Passei a mão no rosto, ficando nervoso.

Eles não chamaram reforços, mas também não pararam de atirar.

Bagulho tá 0x0.

Não pegamos ninguém de lá e nem levaram ninguém daqui, mas os tiros estavam ficando mais certeiros. Um acertou a parede que estava do meu lado, bagulho de um segundo. Se eu não desviasse, meu ombro teria ido de xereca.

O bagulho ali estava ficando de verdade.

C: Se rende! Nós não mataremos vocês! Se entreguem! — Um mandado falou pianinho. Como se aqui tivesse menor bobo.

Menor t: Brabão! — Gargalhei debochado, avistando o policial que falou, com o braço dando mole. Meti um tiro no braço. Na hora, ele deu um grito, xingando alto e começou a dar tiro na direção da parede que eu estava encostado.

Xinguei ele baixinho e me abaixei, indo agachado para longe daquela parede.

Ele já tinha pegado a maldade que o nosso carro não era blindado. Por isso que eu estava encostado na parede.

Davi: Seguinte: Tu vai meter o pé!

Menor t: Qual foi, Davi? Eu fico!

Davi: Não tô pedindo, tô mandando. — Falou sério.— O bagulho aqui tá ficando de verdade. Vamos chamar reforços e tu vai meter o pé. Não quero tu morto. — Pela primeira vez, eu não senti ironia na voz do patrão. Senti uma parada estranha no peito. Não era uma sensação ruim, era um sentimento. Um sentimento que eu só sentia perto da minha mãe. Bagulho que ele me fez sentir com uma frase: "não quero tu morto". Como se ele se importasse de verdade comigo.  Balancei a cabeça e espantei aquele pensamento.

Refém Where stories live. Discover now