19.

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Davi Lima.😡

"Amar como eu amei, o meu primeiro amor..."

Passei meus olhos por ela, analisando todinha.

— Ela usava um top preto de couro com um decote que destacava muito os seus seios, mostrava um pouco do seu colo, exibindo a sua marquinha de biquíni. Preta de marquinha, acaba comigo. Com uma saia branca curtinha, mostrando suas coxas. Reparei que seus pelos estavam pintados de loiro, dando um destaque na sua pele negra e iluminada. Calçando um salto alto branco que ia até as suas pernas, se cruzando em um laço.

Assim que os nossos olhares se cruzaram. Eu senti algo diferente. Seus olhos estavam muito diferentes naquela noite.

Inara sempre teve um olhar de menina, mas hoje ela possui um olhar de mulher.

Mulher felina, que a qualquer momento poderia me atacar.

E eu ia adorar, vou negar, não.

Conforme eu me aproximava de Juninho, com a desculpa de cumprimentá-lo para ficar perto dela. Percebi que a sua postura foi mudando.

De extrovertida, para envergonhada. Mas seu rosto não exalava isso nem um pouco.

Seu olhar de felina com aquele delineado, deixando seus olhos mais puxados.

Exalava muita sensualidade.

Gosto muito disso.

Davi: Visão, meu mano! — Cumprimentei Juninho com um aperto de mão e direcionei meu olhar para ela. — Na paz? — Levantei meu polegar, mandando um "joia" para ela, que apenas abriu um sorriso mínimo sem mostrar os dentes.

Inara: Oi, Davi. — Eu só conseguia reparar nos seus lábios, todo contornado de marrom e rosa embaixo, com um gloss.

Todo dia ela está linda, mas hoje ela se superou.

Juninho: Qual foi, mano? Largou? — Se referiu ao meu dedo que estava sem aliança. Inara direcionou seu olhar na minha direção, esperando uma resposta.

Davi: Pois é, paizão. Estou solteiro agora!

Juninho: Amém, né! Pô, sempre disfarcei por respeito. Mas nunca gostei daquela tua mulher, não, patrão. Inara deu uma leve cotovelada nele, — Cheia de papinho feio. "Ah, porque eu sou da Itália" — Forçou uma voz fina e Inara deu mais uma cotovelada nele, dessa vez um pouco mais forte. — Calma aí, Inara! — Puxou o braço e voltou a falar. Direcionei meu olhar para Inara e ela sorriu sem graça, tentando disfarçar. Passei a mão na boca, segurando a risada e voltei a prestar atenção no Juninho. Fala para caraca. — Mas é aquilo? Quem somos nós para julgar? Que ela seja muito feliz.— falou após ficar uns dois minutos consecutivos, esculachando a Camilla.

Inara: Agora tá fácil, né? — Indagou ele em tom de deboche.— Após massacrar a mulher, você falar que quer que ela seja feliz.

Juninho: Não sou baú! E outra, vai me dizer que tu gostava dela? — Cruzou os seus braços.

Inara: Ah... — Passou a mão pelo rabo de cavalo, longo e liso, e ficou uns segundos em silêncio. Júnior deu risada e falou que ela nem precisava responder. — Para de ser venenoso! Não é que eu não goste dela. Só não tenho nada contra...

Juninho: E nem a favor. — Completou.

Inara: Para com isso! Tu conhece o bandido venenoso daqui da Penha? — Se refere ao Júnior e eu ri, balançando a minha cabeça em negação. — Pois bem. Te apresento ele agora. Júnior Oliveira. O bandido mais venenoso. Pior que esse não existe. Tem uma língua, que vou te contar! — Segurou a mão dele e ergueu. Júnior deu uma voltinha e saiu, balançando a cabeça como se tivesse o maior cabelão ali. — Futuro calvo! — Gritou, ele virou, esticou o dedo do meio para ele e saiu andando.

Davi: Malucão, cara...— Falei rindo.

Inara: Você não viu nada ainda.

Davi: Vi, sim, pô. Ele fica assim no plantão, também. Tem que ver quando junta ele, Ezequiel e Patatá. Gastação pura eles.

Inara:Imagino...— Balançou a cabeça em negação, rindo e eu olhei para ela. Nem parece aquela princesa banguela. Está muito mais bonita. Não que antes ela fosse feia, mas agora ela está uma sacanagem.

Parece até uma bonequinha.

Às vezes tenho muita vontade de tocar, mas tenho medo de desmontá-la em pedaços com a minha brutalidade; e olha que eu nem estou falando de corpo. Acho a Inara muito pura por dentro.

Uma mulher com um coração grande, muita genuína.

O oposto de mim.

Davi: Fiquei sabendo do que tu fez com o Ezequiel. — Tentei puxar um assunto.

Inara: Nossa... Nem me fala disso! — Levou suas mãos até o rosto e tocou nele com cuidado. Fui acompanhando seus movimentos e soltei um sorriso involuntário. Parei, quando ela deu risada. Estou parecendo um viado perto dela, mané. Que isso. — Posso te fazer uma pergunta?

Davi: Não. — Ela fez uma carinha triste. Estirando o beicinho para frente e eu dei risada. — Faz.

Inara: Por que toda vez sinto que você está encarando a minha alma? — Fui um pouco pego de surpresa com a sua pergunta, mas soltei uma risada nasal, disfarçando. A verdade é que encaro ela mermo. Não consigo disfarçar. Isso já foi motivo de briga no meu casamento várias vezes. É uma coisa que eu não consigo controlar. Algo nela me atrai, me chama.

Davi: quê?

Inara: Você fica me encarando com uma cara de bobão, parece que consegue enxergar a minha alma.

Davi: Cara de bobão?

Inara: É! Assim: — Inclinou a cabeça para o lado, arregalou os olhos e abriu a boca. Não aguentei e perdi a minha postura, rindo.

Davi: Coe, cara! Faz essa cara aí, não.

Inara: Por que? Eu fico feia?

Davi: Com todo respeito. Fica! — Falei, gastando ela.

Inara: A minha mãe diz que sou linda.

Davi: A sua mãe mentiu para você.

Naquele momento, parece que a minha mente voltou lá no tempo. Quando eu tinha quatro anos e tudo aconteceu.

Direcionei meu olhar para Inara e ela estava me encarando. Me aproximei dela, devagar, quebrando a distância entre nossos corpos. Levei a minha mão até a sua nuca, passando meu dedo de leve na sua pele, apreciando seu arrepio com o meu toque e puxei de leve em direção ao meu rosto.
Eu conseguia sentir a sua respiração ofegante contra a minha face; Como se ela pedisse por aquilo, sem precisar me falar. Os olhos dela me diziam tudo.
Sua pupila estava se dilatando, seus olhos se fechavam aos poucos e eu apreciava cada momento.
Puxei sua nuca com um pouco de força, cansado dessa distância. Inara resmungou baixinho, juntei nossos lábios em um selinho demorado.  Levei a minha outra mão até a sua cintura, sentindo a sua pele quente, apertei com força contra a minha mão, fazendo ela sentir meu pau ereto encostando na intimidade dela por cima da saia. Inara mordeu com leveza meu lábio inferior e eu fiquei louco.

Agora eu iria ataca- lá.

Mas acordei, quando Inara foi arrancada com brutalidade das minhas mãos.

Refém Where stories live. Discover now