34.

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Davi lima.

Davi: Quem disse que estou me fechando para você? Só não quero falar do bagulho.

Inara: Davi. — Ela respira fundo, colocando a bolsa em cima da cama. — É o seguinte. Somos um casal. Você precisa me contar o que está acontecendo contigo para a gente poder resolver juntos. Se não, não tem sentido!

Davi: Eu te conto tudo, Inara. Mas esse bagulho é só meu.

Aquela enfermeira deixou a minha cabeça doida. Desde que saí do hospital, não consegui pensar mais em outra coisa.

Inara: Vou para casa, Davi. Fique em paz. — Respiro fundo e deixo ela ir.

Fico discutindo, não.

Estou tentando explicar, mas a pessoa só quer entender o que ela, quer.

Eu que não fico batendo cabeça por isso.

Yara Cairu.

Júnior: Se eu não chamar, tu nem brota, né? — Jogou a piadinha que ele sempre joga, assim que parei na frente dele.

Mó marrinha que ele tem.

Todo trajadin de Lacoste, fuzil atravessado, bonezin para trás, cheio de maciço no pescoço.

Delícia.

Yara: Tu é carente, é? Sai contigo ontem mesmo.

Júnior: Parece que já faz um ano, pô. Deu saudades, preta! — Colocou o fuzil para trás e me puxou pela cintura, dando um cheiro no meu pescoço e eu ri. Ezequiel jogou um beijo para mim, de gastação joguei outro. Ficamos naquela brincadeira, até Júnior ver e fechar a cara. — Rala daqui, menor. Vai atrás da tua indiazinha, vai!

Yara: Indiazinha? Quem é?

Júnior: É uma novinha cega que ele está ficando. — Olhei para o Ezequiel que balançou  a cabeça que não. — Não, porque para ficar com ele só sendo cega ou portadora de alguma doença mental. — Dei risada, Ezequiel esticou o dedo do meio para ele e os dois começaram a se apelidar carinhosamente.

Yara: Tem foto dessa menina? Quero ver como ela é.

Menor t: Tenho mermo. Pegar aqui do WhatsApp dela. — Balancei a cabeça, Ezequiel puxou o iPhone do bolso e virou a tela para mim. — Uma princesinha, né? Fala tu, Yara. — Olhei para a tela sem entender, depois direcionei meu olhar para Júnior, que encolheu os ombros. — Qual foi?

Yara: Está sem foto, Ezequiel.

Menor t: Tá não, cara... — Virou o celular. — Ah, caô. Ela não fez isso! Ah... que isso, mano! — Falou todo irritado e eu fiquei olhando para ele sem entender nada.

Yara: Fez o quê?

Menor t: Me bloqueou. — Junior deu uma gargalhada alta e eu belisquei a cintura dele, mandando-o parar.

Yara: Tu fez alguma coisa?

Menor t: Fiz, pô. Mas acho que não era motivo disso. — Coçou a nuca e respirou fundo.

Júnior: Fala logo o que tu fez, menor. Vai ficar quieto aí?

Menor t: Pô, ela pediu um chocolate ontem. Falei que ia ao curso dela entregar, mas acabou que fiquei pegadão aqui e não fui.

Júnior: Fez merda. Se eu sou ela eu não te desbloqueio nunca mais.— Começou a botar pilha.

Yara: É, filho. Tu vacilou um pouco, sim. Acho que ela fez um draminha a mais, sim, mas não tira seu erro da história. Tu avisou pelo menos?

Refém Where stories live. Discover now