23.

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Davi Lima.😡


Se eu tivesse com meu fuzil agora, pode ter certeza de que eu ia dar dois tiros para o alto. Só para comemorar esse momento.

Qualquer caô, era só fingir que é folgos.

  Estou há doze anos esperando por isso. Agora que está acontecendo, eu não consigo nem acreditar.

Não sinto nem vontade de soltar ela, papo reto mermo.

  Davi: Qual foi dessa carinha aí? — Indaguei, após encerrar nosso beijo com vários selinhos. Inara estava me encarando, com um sorrisinho nos lábios.

Inara: Estava lembrando de umas coisas...

Davi: quê?

Inara: Por que você me chamava de princesa banguela?

Davi: Hãm! — Soltei uma risada alta. — Você não tinha os dentes da frente, Inara. Se bobear, meu dedão passava tranquilo naquele espaço. Ida e volta — Falei gastando ela. Eu mesmo não aguentei a minha própria piada e comecei a rir de tão boa que foi. Direcionei meu olhar para Inara, que estava com um bico do tamanho do espaço que ela tinha nos dentes quando era pequena, ou seja, imenso. — Parei, já, cara. Desculpa! — Tentei encostar nos braços dela, que estavam cruzados, e ela se esquivou com a maior brutalidade.

A novinha não gostou da minha brincadeira não, manè.

Inara: Você me chamou aqui para isso? — Indagou sem desfazer o bicão. Passei a mão na minha boca, segurando a risada e balancei a minha cabeça em negação. — Ata! Porque está parecendo. — Falou cheia de marra e eu fiquei só encarando ela.

Bonitinha essa carinha que ela faz quando está bolada.

Davi: Quer comer mais alguma coisa?

Inara: Não. — Resmunguei um "JAE", estiquei meu dedão, mandando um joia para ela. — Eu só acho engraçado que você quer ficar me zoando, mas você é outro feio. — Surtou do nada e eu comecei a rir. Deixando ela mais boladinha.

Davi: Tu me acha feio, mermo? — Ela balança a cabeça em concordância e eu me aproximo dela devagar. Coloco as minhas mãos na cintura dela e puxo com brutalidade para mim. Inara virou o rosto para o lado e eu me inclinei, vendo que ela estava mordendo o lábio inferior. — Certeza?

Inara: Tenho!

Davi: Fala olhando para mim, então. — Ela negou com a cabeça, apertei seu maxilar e virei na minha direção, encarando ela, serinho. —fala!

Inara: Feio! — Falou pausadamente contra a minha boca e eu abri um sorriso, selando nossos lábios de forma rápida. Ela fez aquela marola de virar a cara e ficar rindo. Dei logo um puxão na nuca e acabei com a gracinha.

Inara Cairu.🪷

  Yara: A rua está meio vazia, né, Inara? — Comentou, balancei a minha cabeça concordando.

Amanheci com Yara perturbando meu juízo, pedindo para ir na rua, querendo comprar sonho de chocolate.

Realmente, a rua estava pouco movimentada. As crianças não estavam no campinho, jogando futebol, nem as velhinhas na rua.

Yara: Inara, vamos para casa! — Falou assustada, olhei na direção em que seu olhar estava e senti meu corpo todo formigar. Apertei a mão da irmã com força, sentindo a minha saliva descer queimando pela minha garganta.

X: Melhor as duas irem para casa! — Um homem com uma touca ninja preta, todo fardado, falou. Olhei um pouco atrás dele, vendo mais homens com a mesma vestimenta que a dele, empunhando seus fuzis.

Olhei para cima, vendo Fumacinha segurando um rolo de fogos de artifício, movimentei meus lábios trêmulos, tentando dizer para ele não fazer isso.

Mas foi questão de segundos, para todo estrago acontecer.

X: Qual foi? — O homem direcionou seu olhar para a laje, fumacinha soltou os fogos e correu, antes que fosse atingido por uma bala mirada na sua direção.

Tudo começou a se passar em câmera lenta.

Os tiros começaram a se intensificar cada vez mais, Yara chorava baixinho e eu apertava a sua mão, tentando passar calma, mas nem eu estava assim.

Me abaixei com ela no beco da Treze, perto da lanchonete da Carla.

Os tiros ficaram cada vez mais altos.

Respirei fundo, tentando pensar em alguma coisa.

Eu ouvia os bandidos xingando os policiais em um beco ao lado do nosso.

Yara: Precisamos sair daqui, Inara! — Falou desesperada.

Inara: Não dá, Yara! — Respondi mais ainda.

Yara: Quero sair! — Fez força para se soltar dos meus braços, mas apertei a sua mão com mais força, vendo-a fazer cara de dor, mas não parou de tentar se soltar.

Inara: Yara, me escuta! — Falei alto, aproximando meu rosto do seu. Eu conseguia sentir a sua respiração contra a minha pele. Segurei no seu maxilar, apertei e a encarei nos olhos. — Se a gente sair daqui, nós vamos tomar um tiro! Eu vou ligar para o Juninho. — Puxei meu celular do bolso do meu short com as mãos trêmulas, desbloqueei com a minha digital, entrei no meu WhatsApp, procurei o contato do Júnior e liguei.

Felizmente, ele atendeu.

📲Juninho:

Junior: Qual foi, Inara? — Sua voz estava ofegante e eu conseguia ouvir perfeitamente os tiros. — Bota a cara, menor! Toma um na testa! — Gritou, escutei mais um disparo e, logo em seguida, sua risada e um sussurro de comemoração: "mais um". — Bora, Inara!

Inara: Junior... Eu e a Yara estamos no beco da Treze, perto da lanchonete da Carla...

Júnior: O quê? — Gritou e eu respirei fundo. — O que vocês estão fazendo aí? Vocês estão malucas? A Yara e a Inara estão no beco da Treze, perto da lanchonete da Carla.  Calma aí, patrão. Não vai não!

Inara: Davi?— Falei com a voz chorosa, após ouvir sua voz.— Por favor, ajuda a gente.

Júnior: Inara... ele...— A voz do Junior começou a cortar e a ligação se encerrou. Meu celular apitou, indicando que havia chegado uma notificação.

"Infelizmente, seus créditos acabaram. Recarregue sua internet ou peça um empréstimo de internet. Deseja recarregar seu plano?"




Alex Assis.
vulgo: Fumacinha.
15 anos.

 15 anos

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