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Ezequiel: Quero entrar para o crime, paizão.

Vt: Certeza, menor. O crime não é o creme, não. Se entrar, é para sempre. — Falei ríspido.

Ezequiel: Tô ligado, paizão. Perdi a minha mãe na mão dos caras, meu pai me abandonou quando eu era menor. Já fiz meus corres na pista, mas quero um bagulho maior.

Vt: Sei, não, menor. Tu bota fé nisso?

Ezequiel: Boto mermo. Responsabilidade minha. Eu seguro o caô.

Vt: Jae, menor. Deixo tu entrar, porque tu é um menor bom. Mas se tu vacilar, tu roda. Sem leme! — Falei sério, ele balançou a cabeça em concordância. Fiz um toque com ele e montei na minha moto, saindo dali. Depois, eu convoco ele para uma reunião.

O menorzinho é bom.

Só tem a somar.

Flashback off.

Davi: Vt. — Direcionei meu olhar para ele. O menor estava cansadão também. — Já saiu em site de fofoca que o menor t, morreu. Alguém aqui do hospital confirmou a morte. — Cocei a cabeça, nervoso e respirei fundo.

Vt: Vamos falar nada, não. Deixa assim, é bom que ele fique longe da mira da polícia.

Davi: Papo reto, fiel. Bagulho agora é ficar em oração, esperando o menor voltar.

Vt: Ele volta, pô. Nem que eu entre em outro plano e dê umas porradas nele.

Davi: Essas coisas, mermo. — Deu risada e eu fechei os olhos.

Bruna Isabelly.

Bruna: Aí, Ju. Que saudades daquele bolo de pote que você trazia da Penha para mim... — Fiz um charminho, me jogando em cima do seu colo.

Juliana: Aí, Bruna. Arruma um macho. Que carência é essa? — Falou com uma expressão de nojo, brincando e eu virei a cabeça, mordendo de leve, a coxa dela.— Sai, sapatona! — Brincou, dando um tapinha na minha cabeça e eu dei risada, virando a minha cabeça na direção dela. Admirando seus cabelos na cor chocolate com algumas luzes loiras. Todo liso. — Cadê aquele garoto com quem você estava conversando, hein? Chama ele!

Comentei sobre o menor T com a Juliana por alto.


Ela é a única prima por parte de mãe que o meu pai suporta, é a única que sabe dos meus segredos.

Comentei bem por alto mesmo. Uma coisa superficial. Falei sobre o nosso encontro na orla, falei sobre o pastel que tinha mais óleo que queijo e contei do nosso primeiro beijo.

Obviamente, eu omiti que ele era bandido, que conheci no ônibus, sendo acusado de assalto.

Depois, a Inara me disse que ele não estava assaltando naquele momento, mas que sim, ele descia para a pista para roubar.

Contei apenas o básico.

Eu precisava compartilhar as minhas boiolices com alguém.

Bruna Isabelly: Bloqueei ele. — Resmunguei.

Juliana: Ué? Por quê?

Bruna Isabelly: Ah...—Coloquei o meu dedo indicador na boca, passando o dente embaixo da minha unha. Mania, minha. — É a segunda vez. Eu já tinha bloqueado porque ele disse que ia me buscar no curso e não foi. Fiquei lá, igual uma besta, esperando ele. Agora, dessa vez, ele fez o mesmo. Só que dessa vez, eu não quis escutar as desculpas, só bloqueei.

Juliana: Ele trabalha?

Bruna Isabelly: Uhum.

Juliana: Com quê?

Refém Where stories live. Discover now