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Capítulo 5: Pobres meninos ricos

Liam estava sentado na sala de reuniões, os olhos atentos nos números e gráficos que estavam parados à sua frente. A empresa de seu pai estava em expansão, e ele sabia que sua presença ali era vital para que mantivesse o controle sobre o império que herdaria. Com o terno perfeitamente ajustado e sua expressão fria, ele transmitia poder e autoridade. Ele era temido pelos funcionários, não apenas pelo sobrenome, mas pela postura impenetrável. Suas palavras eram poucas, precisas e afiadas. Rico, bonito, e com uma presença intimidadora, Liam carregava em si um magnetismo perigoso. Muitos invejavam sua vida; poucos sabiam do que se passava em sua mente.

Enquanto ele tomava notas rápidas, percebeu um dos novos funcionários sorrindo para o nada. A cena era desconcertante — quem teria motivos para sorrir em uma reunião como aquela? Liam estreitou os olhos, mas logo descartou o pensamento. Havia coisas mais importantes em que focar. O mundo podia ser seduzido por sorrisos bobos, mas ele não.

Do outro lado da cidade, Lena corria de um lado para o outro no restaurante. O cheiro de café fresco e pão quente se misturava ao ar, enquanto ela anotava pedidos com agilidade. Sempre sorridente, ela conquistava corações facilmente. Era adorada por todos, desde os clientes mais idosos até os jovens que frequentavam o lugar apenas para vê-la. Simpática, bonita e educada, Lena irradiava uma energia que iluminava o ambiente.

Mark, um jovem assistente de escritório, loiro, com um sorriso fácil e encantador, estava entre aqueles que tinham se apaixonado por essa energia. Todos os dias, ele aparecia no café no mesmo horário, pedindo a mesma coisa. Não era coincidência — ele estava ali por ela. Naquela semana, no entanto, ele chegou mais tarde do que o habitual, o que não passou despercebido por Lena.

"Chegou tarde hoje, futuro assistente executivo," disse ela, com um sorriso divertido enquanto já preparava a xícara de café para ele.

Mark riu, se acomodando no balcão. O olhar dele seguia os movimentos de Lena, encantado por sua presença. "Olá, senhorita. Você sabe que não gosto desse título," respondeu, com a voz leve, mas seus olhos não escondiam o interesse que sentia por ela.

Lena deu de ombros, afastando-se do balcão para entregar alguns pedidos nas mesas próximas. "Pobre menino rico, sempre com problemas com o pai," brincou, enquanto Mark observava, o sorriso brincando nos lábios.

Ele riu, mas havia algo mais por trás de seu sorriso naquela manhã. Quando ela voltou ao balcão, ele a observou atentamente, como se estivesse se preparando para algo mais ousado. "Você poderia ser a esposa do menino rico, sabia?" A voz de Mark estava cheia de charme, um convite sutil por trás da brincadeira.

Lena, no entanto, não mordeu a isca. Sem parar de sorrir, ela apenas respondeu casualmente: "Com certeza." Sua voz era leve, sem o menor traço de interesse real.

Mark riu, mas Lena já havia deixado claro que ele não era o que ela procurava. Apesar da atenção que recebia, seu coração estava em outro lugar — em um lugar que ela mal sabia definir, mas que certamente não era ali, com o assistente executivo loiro que lhe trazia café e sorrisos. Lena era doce, mas não iludida. Sabia o que queria, ou melhor, o que não queria.

Liam saiu da reunião mais cedo, sua mente voltada para longe dos números e relatórios. Ele tinha sido implacável durante as discussões, imperturbável e frio, como sempre. Mas, mesmo enquanto controlava o ambiente da sala, uma parte dele estava distraída, capturada pela presença que rondava seus pensamentos há dias. Lena.

Algo nela o incomodava de forma profunda e perturbadora. Ela não era como as outras mulheres que orbitavam sua vida — não se deixava abalar por seu charme ou sua posição, e isso o consumia por dentro. Ele sabia que estava se aproximando do limite de uma obsessão, mas não se importava. Queria estar perto dela, entendê-la, moldá-la à sua maneira, mas ao mesmo tempo queria observar de longe, sem interferir. Cada pequena interação entre os dois só fazia esse desejo aumentar, mesmo que, na superfície, ele se mantivesse calmo e controlado.

YOU ARE MINE, LENA - Nicholas Alexander ChavezOnde histórias criam vida. Descubra agora