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Capítulo 17: Amor?

Lena estava sozinha na pequena mesa do café, o cheiro de café fresco misturava-se ao perfume leve das flores que Mark deixara ali mais cedo. Ele era gentil e pontual, como sempre. Cada manhã, sem falhas, ele aparecia com um buquê simples — hoje, eram margaridas. Mark sempre dizia que combinavam com ela, com um sorriso que tinha o tipo de ternura que Lena reconhecia, mas que, por algum motivo, não a tocava de verdade. Ela sorria, agradecia, e ele sempre a chamava de linda, como se o simples fato de dizer aquelas palavras já lhe bastasse.

Era bonito. Educado. Admirado. Qualquer garota se sentiria lisonjeada com alguém assim a cortejando, certo? Mas Lena sentia que faltava algo, uma sombra de algo que ela não conseguia identificar, algo mais profundo, mais primitivo. Com Mark, era tudo... previsível. Tudo calmo demais. O tipo de calma que deveria ser confortável, mas nela provocava um vazio estranho, uma inquietação que não sabia nomear. Talvez ela simplesmente não fosse feita para amar, para sentir algo mais por alguém. Ou talvez... talvez ela quisesse algo diferente. Algo que ninguém até então parecia capaz de lhe dar.

Ela suspirou, apoiando o queixo nas mãos, o olhar perdido na janela enquanto recordava da última vez que vira Liam. Só de pensar nele, seu corpo parecia responder, o estômago revirando e o sangue acelerando em suas veias. Liam era o oposto de tudo que ela conhecia. Ele a perturbava, a fazia sentir coisas que nunca antes experimentara, como se o próprio ar se tornasse rarefeito em sua presença, cada toque de seus olhos um arranhar, cada palavra, uma ameaça deliciosa.

O rosto dele surgia na mente dela como um assombro. Os olhos intensos, o sorriso de canto, a presença esmagadora. Com ele, não havia calmaria. Não havia suavidade. Era tudo fogo e destruição. Era o tipo de homem que, em qualquer cenário, seria perigoso. Alguém que parecia ler os medos e segredos dela apenas com o olhar, como se ele pudesse ver além da fachada, ver as sombras que ela mesma evitava. E isso, estranhamente, a fazia se sentir viva.

"Pensativa hoje, hein?" A voz de Mark a trouxe de volta. Ele estava parado à sua frente, sorrindo com aquele olhar acolhedor que fazia questão de usar apenas para ela.

"Ah, desculpe, Mark... eu estava longe," ela disse, forçando um sorriso para não parecer rude.

"Tudo bem. Queria te lembrar de que amanhã tem um evento na praça. Pensei que, talvez, você quisesse ir comigo." Ele deslizou a cadeira para sentar ao lado dela, o sorriso genuíno, os olhos cheios de expectativa.

Lena mordeu o lábio, tentando parecer entusiasmada, mas só conseguiu uma hesitação que não conseguiu esconder.

"Claro, vou pensar. Você é sempre tão gentil comigo," respondeu, tentando soar animada, embora sentisse o coração distante dali, os pensamentos dispersos.

Mark a encarava com carinho, ignorando a hesitação no rosto dela. Ele pegou uma das margaridas e girou entre os dedos, oferecendo-a com um sorriso de garoto tímido. "Eu só quero te ver feliz, Lena. Você merece. Bom, eu tenho que ir, até mais tarde, Lena."

Ela agradeceu, mas, em seu íntimo, sabia que as palavras dele nunca poderiam saciar a fome desconhecida que crescia dentro dela. Havia algo em sua essência, algo que nenhum gesto de gentileza podia preencher, algo que gritava por uma intensidade que beirava o abismo. E Liam... Liam era esse abismo.

De repente. "Lena, querida, poderia anotar o meu pedido?" Dando um sorriso, a garota concordou.


Liam entrou no café com passos firmes, o ar de confiança irradiando de cada centímetro de sua figura. Estava impecável em um terno preto de alta costura, o tecido ajustado perfeitamente ao corpo, ressaltando o porte elegante e intimidador. Em questão de segundos, os olhares de praticamente todas as mulheres ali pousaram nele, algumas discretamente, outras nem tanto. Ignorando os olhares, ele se dirigiu ao balcão com o foco fixo — procurava por Lena. Ao chegar ao balcão, ele não a viu de imediato; alguém a chamara para o fundo, então ele se acomodou e esperou, um leve sorriso no rosto, sabendo que ela logo voltaria.

YOU ARE MINE, LENA - Nicholas Alexander ChavezOnde histórias criam vida. Descubra agora