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Capítulo 10: O Outro Lado de Lena

A noite estava apenas começando quando Lena fechou a loja. Era sábado, e ela já tinha planos. O cheiro de café e o cheiro constante de roupas novas e tecidos tilintando haviam ficado para trás. Agora, ela se preparava para a parte do dia que mais esperava: a noite, as luzes piscando da boate, e a música alta que a fazia esquecer o peso de suas responsabilidades. Em seu quarto, ela se arrumava com cuidado, escolhendo um vestido justo, vermelho como o fogo, que destacava suas curvas, e uma maquiagem ousada, com lábios escarlates e olhos delineados de forma felina.

Ela era outra pessoa à noite — uma versão de si mesma que ninguém no trabalho conhecia. Era livre, confiante, cheia de vida. O lado rebelde que mantinha trancado enquanto carregava bandejas e atendia clientes agora tomava o controle. Lena olhou para o espelho, passando os dedos pelo cabelo solto e sorrindo. Era hora de se divertir.

A boate estava lotada. As luzes neon pintavam o lugar com tons de roxo e azul, e o som da música de discoteca reverberava nas paredes, fazendo o chão vibrar. Lena entrou com a postura de quem dominava o ambiente. Seus saltos ecoaram no espaço, e cada olhar masculino se voltava para ela assim que cruzava o salão, como se ela fosse a única luz em meio à escuridão.

Ela adorava a sensação de ser o centro das atenções. Homens a observavam, mulheres a olhavam com admiração ou inveja. Lena sabia que naquela noite, ela era intocável. Enquanto caminhava até o bar, já sentia os olhares fixos nela. Alguns tentavam se aproximar, mas ela os afastava com um simples olhar, uma expressão de quem sabia exatamente o que queria.

Do outro lado do salão, encostado em uma parede, estava Liam. Ele a viu assim que ela entrou, e um nó se formou em seu estômago. Era uma sensação incomum para ele. Ciúmes. Ele jamais admitiria, mas o jeito como Lena comandava o lugar, atraindo todos os olhares, mexia com algo dentro dele. Cada movimento dela parecia meticulosamente calculado para provocá-lo. Ela não estava simplesmente se divertindo — ela estava se exibindo, jogando com o poder que tinha sobre todos à sua volta. E ele odiava o fato de que isso incluía ele.

Liam estreitou os olhos, observando-a de longe enquanto ela fazia sua mágica. Um homem, alto e bronzeado, se aproximou de Lena no bar, tentando uma abordagem. Ela sorriu, mas era um sorriso calculado, frio, que o homem não conseguiu interpretar. Quando ele tocou levemente seu braço, Lena riu alto, jogando a cabeça para trás, mas o afastou com um gesto rápido, como quem afasta uma mosca. Ela estava no controle absoluto, e aquele sujeito não fazia ideia de que havia acabado de ser pisoteado sem nem perceber.

Liam sentiu o estômago revirar. O desejo de marchar até lá e afastar qualquer homem que ousasse chegar perto dela era quase insuportável, mas ele se manteve no seu lugar. Ele não mostraria fraqueza, não daria a Lena o prazer de saber o efeito que ela tinha sobre ele. Mas por dentro, cada risada que ela soltava enquanto outros tentavam ganhar sua atenção o fazia se contorcer de raiva.

Lena olhou de canto de olho e viu Liam, mas não fez questão de reconhecer sua presença. Ela sabia que ele a estava observando, e sabia que isso o estava matando. Em vez disso, pegou sua bebida, ergueu o copo e sorriu, como se estivesse brindando a noite — e a sua própria liberdade. Um segundo homem se aproximou, claramente mais ousado, tentando segurar sua cintura enquanto dançavam. Ela permitiu por alguns segundos, mas quando ele tentou algo mais, Lena girou os olhos e, em um movimento rápido e ágil, o empurrou de volta.

"Não toca no que você não pode ter, querido," disse ela, piscando de maneira sedutora, mas com um tom de desdém que o deixou sem graça. Ele recuou, enquanto outros homens a observavam, fascinados e incertos de como se aproximar.

Liam apertou o copo na mão com mais força. O que mais o irritava era a forma como Lena parecia brincar com todos eles, sem deixar que ninguém se aproximasse de verdade. Era um jogo, e ela jogava como uma rainha que não precisava de cavaleiros, apenas de súditos para curvarem-se a seus pés.

YOU ARE MINE, LENA - Nicholas Alexander ChavezOnde histórias criam vida. Descubra agora