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Capítulo 21: Você é minha!

Dica: ouça "i wanna be yours"

O silêncio da madrugada ainda pairava sobre o apartamento, quebrado apenas pelo som suave da respiração de Lena, que dormia profundamente. Liam se levantou da cama com movimentos precisos e cuidadosos para não acordá-la. A luz fraca da rua atravessava as cortinas, lançando sombras finas e trêmulas pelas paredes.

Ele olhou para Lena por um momento, observando a forma como o cabelo caía desordenado sobre seu rosto, a pele ainda marcada por suas mãos, e os lábios ligeiramente entreabertos, com um traço de vulnerabilidade que contrastava com a ferocidade que tinham compartilhado. Algo em seu peito apertava; um misto de possessão e um desejo sombrio de protegê-la a qualquer custo.

Com um suspiro controlado, Liam vestiu suas roupas meticulosamente, puxando a gravata e alinhando o terno como se cada detalhe importasse. Antes de sair, inclinou-se sobre ela, próximo o bastante para sentir o calor que emanava de seu corpo e o perfume que parecia sempre envolvê-la, doce e perturbador.

— Eu volto — murmurou, um sussurro baixo que se perdeu no ar enquanto ele se afastava, com um último olhar marcado por um brilho indecifrável. Infelizmente, ele teria que ir para casa.

A luz da manhã atravessava as frestas das cortinas de Liam, projetando linhas douradas que cortavam a penumbra do quarto. Ele estava acordado, mas imóvel, os olhos fixos no teto, os pensamentos girando em torno da noite passada. Cada lembrança vinha em fragmentos intensos: a pele quente de Lena sob seus dedos, o som do seu nome sussurrado em um tom entre o desejo e a raiva, a forma como ela reagia a ele com uma mistura de rendição e luta.

Um sorriso cínico se formou em seus lábios. Ela dizia odiá-lo, mas a verdade se mostrava em seus gestos, em cada toque, em cada tremor. Lena era um paradoxo que Liam não conseguia desvendar, e isso apenas alimentava sua obsessão. Sentia um desejo insaciável de tê-la, de possuí-la de todas as formas possíveis, e de mantê-la longe de qualquer coisa ou pessoa que pudesse ameaçar sua reivindicação.

Levantou-se e vestiu-se devagar, cada movimento calculado, como se cada peça de roupa fosse uma armadura. Escolheu um terno escuro de alta costura, impecável, que realçava sua figura e transmitia a aura de poder que ele tanto cultivava. Mas naquela manhã, não era apenas a aparência que importava. Era a necessidade de ver Lena. Precisava lembrar a ela — e a si mesmo — que o que compartilhavam era mais do que uma noite perdida no esquecimento.

Já na rua, o vento frio da manhã acariciava seu rosto, e a cidade começava a dar os primeiros sinais de vida. Liam caminhou para sua reunião com passos firmes, a mente fervilhando com memórias da noite. Não importava quantas vezes tentasse se afastar ou manter o controle, Lena sempre o puxava de volta, uma obsessão que ele não sabia mais se queria combater.

O relógio marcava pouco mais de seis da manhã quando Liam fechou a porta do carro. O céu ainda mantinha tons de azul escuro e púrpura, com os primeiros raios de luz tímida começando a aparecer. O ar gelado da manhã mordeu sua pele, mas ele não se importou; uma sensação de tensão elétrica percorria seu corpo, uma energia que vinha de ter Lena sob seu domínio na noite anterior.

Enquanto caminhava em direção à reunião que o aguardava, Liam ajustou a gravata e passou a mão pelos cabelos, endireitando o terno de alta costura. O leve aroma do perfume de Lena ainda impregnava sua pele, trazendo lembranças vívidas do toque dela, da forma como seus dedos tinham se agarrado aos lençóis quando ele a explorava. Uma expressão de satisfação cortou seu rosto por um instante, rapidamente substituída por um olhar frio e calculista.

A reunião era importante, um passo estratégico em sua ascensão no mundo corporativo, mas hoje sua mente estava dividida. Ele sentia aquela familiar pontada de ansiedade, uma necessidade insaciável de saber onde Lena estava, o que fazia, e, acima de tudo, com quem estava. Sentado à mesa de conferências, as palavras dos executivos à sua volta se tornavam ruídos distantes enquanto ele pensava nela, naquele sorriso doce e na maneira como ela o olhava quando achava que ele não estava vendo.

Assim que a reunião terminou, sem dar tempo para que o relógio marcasse as nove, Liam estava a caminho da cafeteria. O percurso era curto, mas suficiente para alimentar seus pensamentos. Ele visualizava Lena entre as mesas, talvez com o avental ligeiramente amassado, uma mecha de cabelo escapando e o sorriso que oferecia aos clientes, mas que ele considerava só seu.

O caminho até a cafeteria foi um borrão. Liam sabia que ela estaria lá. Ele sempre sabia onde Lena estava, seu instinto alimentado por um conhecimento quase sobrenatural sobre os passos dela. Era um jogo perigoso que ele justificava como proteção, embora uma voz sombria em sua mente soubesse que havia algo mais sombrio e primitivo em sua vigilância.

Quando chegou, o som da porta se abrindo fez um leve tilintar, e ele capturou de imediato a visão dela. Sentada em uma das mesas, Lena estava radiante, mas havia algo que fez o sangue de Liam ferver instantaneamente. O homem à sua frente, Mark. Sorridente, oferecendo uma espécie de normalidade que Liam jamais poderia dar a ela.

O olhar de Liam endureceu, mas sua expressão permaneceu controlada enquanto avançava, os passos firmes e medidos. Sentiu os olhares femininos ao seu redor, mas ignorou-os. Seu foco era Lena, e a forma como ela se mexeu, inquieta, quando o viu aproximar-se, apenas confirmou que ele ainda dominava seus pensamentos.

Parou a poucos metros da mesa, observando a cena. Mark era um borrão insignificante, um detalhe que ele apagaria se fosse necessário. O sorriso de Lena se desfez assim que ela o viu, e isso foi tudo o que ele precisava. O poder que tinha sobre ela, o controle que os unia de uma forma doentia e apaixonada.

"Ora, ora, não esperava te encontrar aqui tão cedo," disse Liam, mantendo a voz baixa, mas suficientemente carregada para que Lena sentisse cada palavra como uma provocação.

Enquanto ela tentava manter a compostura, Liam notou cada detalhe: o movimento da garganta dela quando engoliu em seco, o jeito que seus olhos piscaram rápido demais, denunciando seu nervosismo. Ela estava tentando se controlar, mas o caos interno dela refletia o dele.

Quando chegou à porta, o sino tilintou, anunciando sua presença. Instantaneamente, seus olhos a buscaram, varrendo o ambiente até localizá-la. O maxilar de Liam se contraiu, a possessividade queimando em suas veias como fogo líquido.

Ele caminhou até o balcão, sentindo cada olhar feminino da cafeteria pousar sobre ele, mas ignorou todos. Para ele, só existia Lena. Sentou-se com calma, mas o coração batia como um tambor, e seus olhos não desgrudavam dela, estudando cada gesto, cada risada. E, quando Lena finalmente o notou, a expressão em seu rosto mudou de surpresa para um misto de inquietação e alerta.

E ele nunca deixaria que ela se afastasse.
Isso não ficaria assim...

YOU ARE MINE, LENA - Nicholas Alexander ChavezOnde histórias criam vida. Descubra agora