CAPÍTULO 01

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Brasil, março, 2025

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Brasil, março, 2025

  Quando o celular despertou mais uma vez, Dulce obrigou-se a levantar para mais um dia de martilho. O relógio já marcada 21:15h, estava atrasada, precisava chegar à La boutiq às 22h00, caso contrário, estava fodida. Levantou-se e tentou se arrumar o mais rápido que podia, ao passar pela cozinha, percebeu  que seus boletos estavam gritando, grudados na porta da sua geladeira velha, descascada e praticamente vazia. Enquanto comia, corria para o banheiro, tentando ser o mais rápida possível.

Trinta minutos depois, seu telefone já tocava insistentemente.

— Droga! – saiu correndo do banheiro para alcança-lo. – Alô?

— Dul, onde você está? Faltam 15 minutos para começar o seu show. – Preocupada

— Mai, não sei se chegarei a tempo.

— Puta merda! Vou ver se consigo colocar alguém no seu lugar, mas vem VOANDO!

— Pode deixar. – Desligou o telefone.

Dulce voltou ao banheiro, terminando seu banho rápido. concluindo sua maquiagem forte de costume, vestiu sua roupa as pressas, se equilibrando entre segurar a bolsa e calçar seu tênis surrado, rezando para que seu ônibus passasse rápido. Vinte minutos depois, conseguiu chegar a boate, entrando pelos fundos. A música alta invadia cada vez mais seus ouvidos, enquanto procurava seu camarim, adentrou o cubiculo, buscando pela microroupa separada para ela naquele noite.

— Ai, graças a Deus você chegou.

— Que susto, Mai. Me perdoa o atraso.

— Não tem problemas, conseguimos dá um jeito por aqui. A Jordana assumiu seu lugar, mesmo a contragosto.

— Imagino, a contragosto mesmo. – riu, enquanto se vestia apressadamente, trocando o tênis por um salto alto agulha.

— Você sabe como as coisas funcionam com ela. Mas eu ainda mando nesse lixo de lugar. – Mai revirou os olhos.

     Maite era uma das strippes de Cristovão, o cafetão das noites e dono do lugar. Ele cultivava as meninas aqui e as exploravam, porém, como ela se mostrou muito eficiente, Cristovão não deixou Maite passar da fase base, para a fase negra como era chamada dentro da boate, e a colocou como sua assistente executiva. Cargo que não lhe dava nenhum orgulho, mas como ele aceitou sua condição de cuidar apenas dos shows, ela preferiu continuar a trabalhar para ele ao invés de passar fome.

A fase base era o tempo em que as strippers passavam, fazendo apenas shows eróticos. Os homens não podiam toca-las, apenas observá-las, mesmo quando estavam servindo-os. Na fase negra, as strippers estavam disponíveis para programas, sexo barato e sujo. Todas eram identificadas por penas que carregavam sempre em seus cabelos, e todos os clientes do local sabiam das regras, até mesmo os que vinham pela primeira vez eram sinalizados ainda na porta, antes de entrar.

      Com a ajuda da Maite, a Dulce conseguiu perdurar suas penas brancas por três anos, e seu prazo estava acabando, em breve suas penas negras chegariam para enfeitar o carmim dos seus cabelos.

— Dulce, preciso falar com você.

— Pode dizer. – Dulce a olhou.

— O Cristovão me cobrou mais uma vez suas penas negras. – Maite suspirou – e eu já não sei mais como posso te ajudar, me diz como?

Dulce respirou fundo, puxando uma grande lufada de ar.

— Tudo bem, Mai. Eu sei que esse dia iria chegar – respirou fundo mais uma vez – Eu é que preciso me ajudar. Você já fez demais por mim, já se arriscou demais. Não precisa se preocupar. Darei um jeito. Obrigada por tudo.

— Quero fazer algo por você, Dulce. Não quero que você caia nessa vida. – Os olhos de Maite marejaram.

— Eu também não quero, Mai. – Dulce a olhou determinada – Mas eu vou dá um jeito. Não é possível que não haja nada que eu não possa fazer.

— Vou pensar em algo também. Conta comigo pra qualquer plano maluco. – Maite sorriu.

— Obrigada, Mai. Não seria nada sem você. – Dulce sorriu – Conta comigo pra tudo também. E como prometi, quando sai, sairei com você também.

— Se Deus quiser. Olha, os aplausos – Ouvindo as palmas e assovios. – Sua vez.

— Minha vez. – Dulce revirou os olhos e entrou no palco.

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Manhattan Memorial Hospital - Brasil

Christopher estava segurando sua cabeça que pesava como chumbo pela quarta vez naquele dia. Estava enferrujado, há dois anos não fazia mais plantão, e estava em um plantão há 74 horas seguidas e ineterrupitas, parecia que não ia ter fim.

— Terminou mais uma? – Any sorriu, o encontrando na sala de higienização pré e pós cirúrgica.

— Sim. – suspirou – Quantas ainda tem?

— Não sei exatamente, eu só sei que estou morta.

— Também estou. Nunca mais havia feito plantão, ainda mais um tão puxado como este.

— Fica tranquilo, Chris. – Any sorriu – foram alguns dias fora da curva.

— E põe fora da curva nisso. Não lembro qual foi a ultima vez que preguei os olhos sem ouvir meu bipe tocar. – esfregou os olhos.

— Exagerado. – Any riu. – Vamos ver se há mais alguma cirurgia, embora eu ache que esses três dias tenham sido suficientes para salvarmos as vitimas. – Caminhou em direção ao setor de auditoria do hospital sendo acompanhada por Christopher.

— Julie, há mais feridos? – Christopher a olhou, analisando as listas que estavam na prancheta.

— Não, doutor Uckermman, concluímos todos os casos.

— Perfeito. – suspirou. – Quantos médicos estão de plantão há dias? Você sabe me dizer?

— Além de vocês dois, apenas o Poncho, Pedro, Santiago e Débora.

— Os outros médicos já chegaram para assumir os plantões?

— Sim, senhor.

— Liberem todos esses, por favor.

— Tudo bem.

— Vá para casa, Any.

— Obrigada, Chris. Vou procurar pelo Poncho.

— Ok, manda um abraço para aquele viado. – Christopher rir.

— Mando sim. – Any riu, fazendo sinal negativo com a cabeça.

Christopher seguiu em direção ao seu consultório, trancando-o, livrando-se do seu jaleco pós cirúrgico, entrando no banheiro, tomando um banho rápido e vestindo sua roupa para ir embora. Ao chegar em casa, não lembra-se como dormiu, só sabe que aconteceu.








Oi pessoal, tem alguém ai? Espero que gostem da fanfic. Ela não é tão extensa, mas se aparecer alguém por ai e gostar, falem comigo, vamos trocar uma ideia. kkkk Beijos!

Give Me You - VONDYOnde histórias criam vida. Descubra agora