Capítulo 14

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A festa vai chegando ao fim. Percebo que muitos dos convidados estão visivelmente alterados devido ao teor alcoólico. O ambiente, antes vibrante e cheio de energia, começa a desacelerar conforme as pessoas se despedem e retornam às suas acomodações.

Depois de me despedir de algumas pessoas, sigo para o meu bangalô. Estou satisfeito com o sucesso do evento e a maneira impecável com que tudo foi conduzido. No caminho, sou abordado por Ashley. Faço uma careta de desagrado ao vê-la.

— Javier, querido, você não vai me acompanhar para uma última dança? — Ashley pergunta, com um sorriso bêbado e sedutor.

— Ashley, você está bêbada. Onde está seu pai? — pergunto, tentando me manter educado.

Ashley ri, um som alto e descompassado.

— Meu pai já foi dormir há muito tempo. Vamos, Javier, aproveite a noite comigo, vamos relembrar os velhos tempos — ela insiste, tentando se aproximar mais.

Eu me esquivo habilmente, olhando ao redor em busca de ajuda. Por sorte, vejo Miguel ao longe e aceno para ele.

— Miguel, pode ajudar a senhorita Carter a encontrar sua suíte? — ordeno.

— Claro, Javier. Não se preocupe — Miguel responde prontamente, aproximando-se de Ashley.

— Eu não preciso de ajuda! — Ashley exclama, irritada. — Você acha que pode me rejeitar assim, Javier? Ainda mais me humilhar na frente dos criados? — sua voz sai enrolada.

Eu suspiro, impaciente, não tenho paciência para pessoas bêbadas, ainda pior: sendo a Ashley, a bêbada em questão.

Apenas balanço a cabeça, desapontado, e me afasto.

— Miguel, você sabe o que fazer — declaro enquanto caminho para longe.

— Seu filho da puta... — xinga e não dou a mínima confiança.

Chegando ao meu bangalô, tomo um banho relaxante. A água quente ajuda a aliviar a tensão do longo dia. Visto um roupão e vou até a sacada, olhando para o mar que começa a refletir os primeiros raios do sol.

O céu se tinge de tons de rosa e laranja, criando um espetáculo de cores no horizonte. As águas do mar brilham suavemente, com pequenas ondas quebrando na praia, criando um som relaxante que acalma a minha mente. Respiro fundo, absorvendo a beleza do momento.

Enquanto observo o nascer do sol, penso em Ayla. Um sorriso involuntário surge no meu rosto. Lembro-me do jeito como ela olhou para mim, do som de sua risada delicada, e do toque suave de seus lábios durante o beijo.

Percebi em seus lindos olhos o brilho da excitação, meu desejo era possuir Ayla, desejava explorar cada parte de sua pele, e sentir se estava tão molhada, quanto eu me sentia duro.

Ela também sentiu algo por mim, penso, confiante. A lembrança de Ayla traz uma sensação de satisfação e antecipação. Eu tenho certeza que em breve a terei em meus braços e poderei satisfazer todo esse desejo que me domina.

Perdido em meus pensamentos, sinto-me pronto para vê-la novamente. Estou determinado a explorar essa conexão e ver onde ela nos levará. O som relaxante do mar e a visão do sol nascente fazem com que eu me sinta em paz, e, ao mesmo tempo, ansioso pelo que está por vir.

***

Horas depois, acordo sentindo ainda o peso do cansaço, mas a necessidade de lidar com alguns dos convidados mais importantes me obriga a levantar. Além disso, tenho um compromisso desanimador: o café da manhã com meu pai e sua esposa.

Tomo um banho rápido, vestindo-me com cuidado. Pego o celular e envio uma mensagem para o meu pai, avisando que o encontrarei no quiosque exclusivo para o café da manhã, um local reservado e distante dos outros convidados, perfeito para uma conversa mais privada.

Enquanto caminho até o quiosque, encontro Miguel. Ele parece um pouco mais desalinhado do que o habitual, claramente exausto da noite anterior. Decido não comentar, entendendo que ele teve muito trabalho.

— Bom dia, Miguel. Como foi com Ashley? — pergunto, enquanto coloco o meu celular no bolso da calça.

— Bom dia, Javier. Ela deu um pouco de trabalho, mas consegui levá-la à suíte — responde, com um sorriso cansado.

— Excelente. Terei uma reunião com os investidores à tarde. Depois disso, você pode tirar dois dias de folga. Vou passar um tempo pela ilha com meus amigos — informo, apreciando sua dedicação.

Ele acena, não demonstra animação com a folga que dei, talvez seja o seu cansaço, afinal Miguel trabalhou bastante nos últimos dias.

— Muito obrigado, Javier. De qualquer forma, estarei por perto, não hesite se precisar de alguma coisa — aponta Miguel, com um sorriso.

— Fique frio, Miguel. Eu sei cuidar de mim — retruco ao me afastar.

Chego ao quiosque e encontro meu pai já esperando, todo animado, como se não houvesse qualquer tensão entre nós. Kelly, sua esposa, tenta ser simpática, e eu me esforço para tratá-la bem, embora seja difícil.

— Javier, meu filho! Como estão as coisas? — pergunta meu pai, com entusiasmo.

— Estão indo bem, pai. O evento de ontem foi um sucesso — respondo, tentando manter um tom neutro.

— Fico feliz em ouvir isso. Ontem pude reencontrar alguns investidores que não via a algum tempo. Você conseguiu um grande feito — aprova, orgulhoso.

Eu olho para o meu pai. Eu queria muito ter mais carinho por ele, mas não consigo, afinal quando mais precisa, ele me enviou para um colégio interno, quebrando qualquer envolvimento emocional entre nós.

— Sim, a ideia inicial deste evento foi essa, manter e fortalecer contatos — gabo-me, pois sei que foi uma grande sacada a minha.

Ele sorri e acena.

— Quando você volta para Madri? — ele pergunta.

— Ficarei um bom tempo na ilha. Preciso ir a Madri para uma reunião no Grupo Martínez, mas voltarei logo em seguida. — Quero acompanhar de perto esse novo empreendimento, ao menos no início — digo, porém não revelo a ele que considero adquirir uma propriedade aqui.

Meu pai me observa, concentrado.

— Isso é ótimo, filho. Tenho certeza de que você fará um ótimo trabalho aqui também — ele diz, orgulhoso.

Enquanto conversamos sobre negócios e o futuro do resort, percebo que Kelly não tira os olhos de mim. Isso me incomoda profundamente, mas tento ignorar.

Depois do café, levanto-me.

— Preciso ir, pai. Tenho muitos negócios a tratar hoje. Nos vemos mais tarde? — pergunto, tentando ser cordial.

— Claro, Javier. Vou embora amanhã e gostaria de vê-lo antes. Podemos tomar um drink mais tarde? — ele sugere.

— Farei o possível para estar lá. Talvez possamos ter um momento só nós dois — declaro, deixando clara minha intenção de evitar Kelly.

— Combinado. Até mais tarde, então — ele diz, e com toda certeza, afinal meu pai não é tão idiota, ele entendeu a indireta.

Afasto-me, sabendo que o dia será longo. Tenho negócios a fechar e investidores para aproveitar. Só depois de cumprir todas as minhas obrigações poderei relaxar um pouco. Conhecer mais a ilha junto com meus amigos, que deverão ir embora em dois dias.

E depois, poderei me concentrar em Ayla e me dedicar a convencê-la a passar um bom tempo ao meu lado, pois será muito mais prazeroso ter uma bela mulher, enquanto trabalho no resort.

Grávida do Magnata EspanholOnde histórias criam vida. Descubra agora