Capítulo 32

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Estou exausto quando chego ao resort. A viagem foi longa e estressante, e a tensão das duas últimas semanas ainda pesa sobre meus ombros. Miguel, sempre atento, me pergunta se quero que ele mande servir o jantar no bangalô.

— Não, Miguel. Não estou com fome — respondo, sentindo-me estranhamente anestesiado. Não sei como algumas doses de whisky me deixaram assim.

Miguel se despede e finalmente me deixa sozinho.

Depois de um banho rápido, caio na cama, então tento me lembrar o que aconteceu há dois dias. Minha mente está nublada, a última lembrança que tenho é de uma loira se aproximando, e depois eu a dispensei. Então, já na manhã seguinte, estou no quarto do hotel usando apenas cueca e com a mente em branco.

Ainda tentei descobrir com alguns funcionários se eles viram alguma coisa, porém ninguém sabia informar nada, pois os funcionários da noite eram outros. Ao sair do hotel, liguei para Miguel, que foi me buscar; na verdade, eu não podia raciocinar com clareza, me sentia dormente.

Eu forço minha mente e me sinto frustrado, quero descobrir o que aconteceu comigo, e acredito que eu bebi tanto, que perdi a consciência, e algum funcionário tenha me levado para o quarto de forma discreta.

Com um suspiro impaciente eu fecho os olhos, tenho coisas mais urgentes para me preocupar, tal como resolver tudo com Ayla. Tenho um sono agitado e a irritação só parece aumentar.

Quando acordo, o sol já está alto no céu. Chamo Guillermo imediatamente e dou minhas instruções:

— Guillermo, preciso que encontre Ayla e a traga até aqui o mais rápido possível — demando.

— Sim, senhor — responde educadamente.

— Diga a ela que a aguardo no bangalô, estarei trabalhando aqui, durante todo o dia — informo.

Ele acena.

— Mais alguma coisa, senhor?

Eu respiro fundo e me sento a mesa de café.

— Por enquanto é só isso, e caso não a encontre me ligue.

— Tudo bem.

Ele sai sem questionar mais nada, e logo depois Miguel aparece. Ele se aproxima em seu habitual ar profissional.

— Vai trabalhar aqui no bangalô ou no escritório do resort? — pergunta ele.

— Vou ficar aqui, estou aguardando Ayla — respondo, notando que ele me olha intrigado.

Miguel arruma os óculos escuros.

— Ah... ok.

Eu olho para ele, e odeio quando pessoas usam óculos escuros para falar comigo, mas deixo passar.

— O que está acontecendo, Miguel? — pergunto, irritado com sua hesitação.

— Não é nada, mas... — ele hesita, claramente desconfortável — Considero-o um homem de bem, Javier. Conheço-o bem e gosto muito de você. E mesmo sabendo que não tenho nada a ver com sua vida pessoal, sinto que devo alertá-lo. Você é um homem importante e qualquer mulher ficaria mais do que feliz em... fisgá-lo.

Minha irritação cresce rapidamente. Interrompo-o com uma voz fria e autoritária:

— Miguel, você só acertou em uma coisa: você não tem nada a ver com a minha vida. E mais uma coisa, Ayla não é "qualquer mulher".

Miguel parece alarmado pela minha resposta, mas tenta se explicar:

— Javier, eu só quis dizer que às vezes as pessoas podem ter intenções que não são claras...

Grávida do Magnata EspanholOnde histórias criam vida. Descubra agora