Grávida do Magnata Espanhol

Capítulo 34

Recebo a ligação de Guillermo informando que Ayla passou na loja da dona Rosa e saiu com uma amiga, mas ele não conseguiu mais nenhuma informação além disso. Aflito, peço que ele tente descobrir o endereço dessa amiga, e caso não consiga, volte ao bangalô.

— Entendido, senhor. Farei o possível para encontrá-la — responde Guillermo, antes de desligar.

Enquanto espero por notícias, não consigo me concentrar em nada. Cancelei minha reunião com Casimiro, algo que raramente faço.

Já é noite quando Guillermo retorna, visivelmente desapontado.

— Senhor, conheço a amiga de Ayla, mas faz pouco tempo que ela e o marido mudaram e não sei onde estão morando, conversei com dona Rosa, e ela não me passou o endereço, disse que Ayla precisa descansar.

Sinto uma onda de frustração, como se todos estivessem conspirando contra mim.

— Tudo bem, Guillermo. Amanhã cedo vamos procurá-la juntos.

Ele se despede, deixando-me novamente sozinho com meus pensamentos. Sento-me no sofá, tentando juntar as peças do quebra-cabeça. Pego o celular e disco o seu número, que cai na caixa postal. Ela ainda deve estar com o telefone de dona Rosa, já que o seu está com problemas.

Droga!

Ayla... Desde o primeiro encontro, quando ela me irritou e ao mesmo tempo me atraiu, ao jogar café em meus sapatos. Lembro-me do dia da festa, quando a vi tão elegante e decidida. Meu coração acelerou. Desde então, não consegui tirá-la da cabeça. E agora, estou prestes a ser pai, e tudo parece estar desmoronando.

De repente, o telefone toca, tirando-me dos meus pensamentos. É meu amigo Lorenzo.

— Javier, você parece estressado. O que está acontecendo?

— A minha vida está um inferno, é isso que está acontecendo — desabafo ao me sentir um inútil.

— Porra, você parece mal — comenta com voz tensa.

— Eu estou a ponto de enlouquecer. — Respirando fundo eu conto tudo a Lorenzo. Sobre as fotos, a discussão com Ayla, a morte do ex-funcionário que poderia dar informações sobre a sabotagem e principalmente sobre a gravidez.

— Puta merda, Javier, não queria estar na sua pele. Sem contar que você não queria filhos. Isso deve ter sido um choque — aponta, e percebo o abalo em sua voz. — Certamente você ficou transtornado.

— E fiquei, Lorenzo. A princípio, não soube como lidar, ainda fiz a burrada de questionar a Ayla se eu era o pai. — Ainda não posso acreditar que fiz essa merda.

— E você dúvida disso? É só fazer um teste de paternidade.

Eu exalo forte.

— Eu tenho certeza que eu sou o pai, Lorenzo. E agora só penso em encontrar Ayla e dizer que estou feliz em ser pai. Nem tive tempo para digerir essa surpresa com tudo o que está acontecendo.

Lorenzo pondera por um momento antes de falar.

— Javier, você mandou verificar as câmeras de segurança do hotel? Eles certamente devem ter imagens daquela noite — sugere.

— Sim, inclusive não havia pensado nisso, até que Miguel levantou essa hipótese — informo.

Ele ri.

— Pelo menos esse assistente serve para alguma coisa — comenta.

— Deixe de falar bobagens, não vê que estou me sentindo mal? — pergunto, sentindo uma dor no coração.