Lydia, uma jovem enfermeira de 25 anos, decide deixar o interior de Minas Gerais para buscar uma nova vida na capital de Pernambuco, Recife. Recém-chegada, ela assume seu novo emprego em um hospital da cidade, sem imaginar como sua vida mudaria dras...
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NARRADOR POV.
Lydia ficou parada ao lado da janela, observando João subir ao palco. O salão ficou em silêncio quando ele começou a falar, com uma presença que dominava o espaço. Ela segurava sua taça de vinho, distraída, enquanto as palavras dele ecoavam pelo ambiente, mas sua mente ainda estava presa no que acabara de acontecer.
Quando o discurso terminou, houve uma rodada de aplausos calorosos. João desceu do palco, sendo brevemente cercado por algumas pessoas, mas seus olhos logo encontraram os de Lydia novamente. Ele se afastou do grupo e voltou a se aproximar dela, com um sorriso tranquilo.
― Desculpe pela demora ― disse ele, pegando uma nova taça de vinho de um garçom que passava e voltando sua atenção para Lydia. ― Espero que tenha sido um bom discurso.
Ela sorriu levemente, tentando aliviar a tensão que sentia.
― Foi inspirador. Você tem muitos projetos ambiciosos para a cidade, parece.
Ele assentiu, tomando um gole de vinho.
― Sim, há muito a ser feito. Recife é uma cidade maravilhosa, com tanto potencial, mas também com muitos desafios. Meu foco tem sido em projetos de infraestrutura e inclusão social. Queremos revitalizar áreas esquecidas da cidade, levar serviços para quem mais precisa. Mas, acima de tudo, quero garantir que as pessoas sintam que estão sendo ouvidas, que a gestão pública não está distante.
Lydia ficou impressionada com a forma como ele falava, com uma paixão que ela não esperava.
― Isso é admirável. Imagino que deve ser difícil conciliar tantos interesses diferentes ― comentou.
― Sem dúvida. Há muita política envolvida, claro. Mas eu tento me manter fiel aos princípios que meu pai me ensinou.
Lydia franziu a testa levemente.
― Seu pai?
João assentiu, seu olhar ficando um pouco distante, como se estivesse recordando memórias que lhe eram preciosas.
― Meu pai, Eduardo Campos, foi uma grande influência para mim. Ele era governador de Pernambuco, e sua visão para o estado, para o Brasil, era sempre de avanço, mas com justiça social. Ele tinha um jeito especial de lidar com as pessoas, sempre buscando entender suas necessidades e encontrar soluções que realmente fizessem a diferença na vida delas. Eu sempre quis seguir seus passos, continuar o trabalho que ele começou.
Lydia percebia o orgulho e a reverência nas palavras dele. Sabia do peso que o nome de Eduardo Campos carregava em Pernambuco, um homem que tinha deixado um legado marcante antes de sua morte precoce.
― Deve ter sido uma responsabilidade enorme, assumir esse papel, com todo esse legado por trás ― comentou ela, tentando imaginar como era crescer sob as expectativas de uma figura tão importante.
