Luas De Sangue E Prata: A Guerra Das Sombras.

Capítulo 06 - parte 2

Perspectiva de Alina:

     Não demorou para que os lábios de Hera encontrassem os meus novamente; agora ela parecia saber exatamente o que queria fazer, o que desejava provocar e o que pretendia revelar. Suas mãos deslizaram da minha cintura até minhas costas em um toque delicado, parando sobre o zíper do meu vestido, onde ficaram por um momento, ameaçando abri-lo enquanto sua boca brincava com a minha.

- Você tem ideia do quanto eu esperei por isso ? -  sussurrou Hera em meu ouvido, enquanto abria o zíper tão lentamente que se tornava quase torturante - Acho que eu esperei por isso antes mesmo de te conhecer, Alina.

Um frio percorreu minha barriga, as palavras de Hera ficaram ecoando em minha mente. Não havia como descrever a sensação de ouvir Hera Draven dizer isso pra mim, desse jeito, com tanta intensidade.

Senti o vestido deslizar pelo meu corpo deixando á mostra apenas a calcinha que eu usava. Agradeci mentalmente por não ter colocado sutiã aquele dia; certamente não aguentaria esperar que Hera tirasse isso também.

Sentir agora o toque de Hera diretamente na minha pele, sem nenhuma camada, apenas a minha pele e a dela parecia o suficiente para me levar a loucura. Mas eu queria mais dela, eu queria sentir ela.

Hera parecia ler meus pensamentos e se afastou um pouco, começando a tirar lentamente o colete e a camisa social que usava. Cada movimento seu parecia pensado para acabar com minha sanidade. Eu observava hipnotizada a pele de Hera ficando visível na minha frente, incapaz de falar ou fazer qualquer coisa além de admirar a cena.

Quando Hera terminou de tirar a camisa, pude ver várias tatuagens que iam do seu pescoço, passando pelos seus braços e indo até abaixo de sua barriga — que, por sinal, tinha gominhos bem visíveis. As tatuagens pareciam medievais, contando histórias em forma de desenho; além delas, havia runas e cicatrizes, provavelmente de batalha.

Hera me observava enquanto eu a observava, e parecia tentar decifrar o que eu estava pensando. Aposto que, se pudesse ler minha mente, me acharia uma pervertida.

— Se você está tão interessada, posso te mostrar cada uma delas… — Hera sussurrou, um sorriso travesso nos lábios.

— Só se eu puder fazer perguntas, então. — Respondi no mesmo tom, mas ainda tentando manter a compostura.

— Perguntas? Você vai precisar de mais que isso se quiser entender cada história. — Ela provocou, tocando uma das tatuagens em sua barriga, como se estivesse me convidando a descobrir mais.

— Ah, então é um desafio? — sorri, tentando esconder o quão intrigada eu estava. — Pode ter certeza que aceito.

— Isso vai ser divertido. — Hera piscou, antes de continuar. — Mas lembre-se, algumas histórias podem ser… quentes.

— Eu gosto de calor. — Falei, decidida a não deixar que ela me intimidasse.

Hera inclinou a cabeça para o lado, como se estivesse avaliando minha resposta.

— Eu posso garantir que você não está pronta para o que vem a seguir. — Ela disse, a provocação clara em sua voz.

Hera deu um passo à frente, seu olhar intenso cravado em mim. O espaço entre nós parecia vibrar com uma eletricidade palpável, como se cada batida do meu coração estivesse sintonizada com a dela.

— Se você realmente quer entender as histórias, vai ter que chegar mais perto. — Hera murmurou, desafiadora, enquanto tocava meu braço com um leve deslizar de seus dedos, fazendo um arrepio percorrer minha pele.

Isso é uma nova definição de “perto”.

— O que você está sugerindo? — questionei, segurando o olhar dela.