Capítulo 17

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Perspectiva de Hera:

Quando Alina entrou na mansão, meu pai e minha mãe já haviam voltado da reunião com o Supremo Alfa. Estávamos todos reunidos ao redor da mesa de jantar, mas o clima estava insuportavelmente pesado. Eu ainda sentia a raiva queimando sob a superfície pela discussão com meu pai mais cedo. O fato de ele ter escondido a revelação do profeta sobre mim — e eu só descobrir pela boca dos meus irmãos — me irritava profundamente. Normalmente não tínhamos segredos.

Alina parou na porta, percebendo o ambiente carregado. Seu olhar hesitante passou de mim para os outros.

— Desculpa, estou interrompendo? — perguntou em um tom cuidadoso.

Meu pai desviou os olhos dos meus, quebrando o embate silencioso entre nós.

— Não, Alina, entre. Sente-se — ele disse, indicando uma cadeira ao lado da minha. — Precisava mesmo falar com você. Como está se sentindo com tudo que está acontecendo? Imagino que esteja confusa.

Alina hesitou por um momento antes de se sentar ao meu lado. Pude ver nos seus olhos que a mente dela estava um turbilhão.

— É... confusa é um bom jeito de descrever — ela admitiu, olhando para o meu pai com uma expressão cautelosa. — Muita coisa mudou em pouco tempo.

— E muita coisa ainda vai mudar — meu pai respondeu, sua expressão grave. — Hera contou sobre seu sonho. Você mencionou... uma criança com a marca da runa.

Alina ficou tensa ao meu lado, e eu sabia exatamente por quê. A visão dela ainda estava viva em sua mente, a imagem daquela menina de cabelos ruivos escuro.

— Não temos muitos detalhes sobre quem ou onde ela está — continuou meu pai. — Mas precisamos encontrá-la.

— Acha que ela está entre os humanos? — Alina perguntou.

— É uma possibilidade pelo fato de nunca termos ouvido falar dela antes, os humanos sempre foram o melhor lugar para se disfarçar e se esconder — minha mãe, Elise, respondeu. — E é por isso que decidimos enviar uma equipe até lá. Há um bruxo que vive entre eles, escondido de outros bruxos e criaturas. Ele pode nos ajudar.

— Quem é esse bruxo? — perguntei, tentando manter minha impaciência sob controle.

— Caelum — meu pai respondeu. — Um dos mais antigos e poderosos de seu tipo. Mas ele é... complicado. Vive isolado dos outros, até dos próprios bruxos, e se recusa a lidar com os assuntos das espécies.

Lucas ergueu uma sobrancelha, cruzando os braços.

— Então vamos atrás de um velho recluso e torcer para que ele coopere? Ótimo. Isso sempre dá certo.

— Ele sabe mais que nós, se essa criança cair nas mãos erradas, todos estaremos em perigo — meu pai disse. — E ele mesmo não estará seguro. Isso deve ser suficiente para persuadi-lo.

— Se ele não colaborar, achamos um jeito de fazer isso — Erick murmurou, sombrio.

Alina respirou fundo, claramente processando as informações. Eu podia ver a preocupação em seus olhos. A visão dela sobre a menina era mais do que uma pista; era um aviso.

— Como será essa missão? — Alina perguntou, encarando o Lorde Supremo.

— Vocês irão para o território humano em uma missão disfarçada, já conversei com o seu supremo — meu pai respondeu. — Precisarão agir com cuidado. Muitos bruxos se esconderam entre os humanos para evitar serem encontrados, incluindo Caelum. Ele é difícil de rastrear.

— Quantas pessoas levaremos? — perguntei, já começando a planejar mentalmente.

— Vocês podem escolher uma equipe de sete pessoas — ele disse. — O resto é com vocês.

Luas De Sangue E Prata: A Guerra Das Sombras.Onde histórias criam vida. Descubra agora