Perspectiva de Hera:
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O gosto de sangue ainda estava na minha boca, quente e familiar, enquanto observava Alina se recuperar sob mim. Seus olhos pareciam turvos, como se ainda estivessem mergulhados na onda que eu sabia que a marca havia provocado. O brilho leve na pele dela denunciava o traço do vínculo recém-formado, e pela primeira vez, o peso da palavra companheira fazia sentido para mim.
Mas a paz nunca dura. Não na minha vida.
A batida insistente na porta cortou o ar entre nós como uma lâmina.
— Hera, preciso falar com você. É urgente — reconheci a voz de Erick do outro lado. Meu irmão raramente soava assim.
Fechei os olhos por um segundo, respirando fundo para afastar o impulso de mandar quem quer que fosse embora. Eu não queria sair daquele quarto. Mas o tom de Erick indicava que algo sério havia acontecido.
Levantei-me devagar, relutante, mas obrigando minha mente a voltar ao presente. Alina se ajeitou na cama, ainda ofegante, os olhos fixos em mim com uma expressão curiosa, mas sem questionar.
— Fique aqui — disse a ela, a mão roçando a dela por um instante. Fui em busca da minha camisa que ainda estava jogada no chão e a vesti.
Me aproximei da porta e a abri, revelando o rosto sério de Erick, Erick respirou fundo parecendo farejar alguma coisa, soube que era o cheiro da marca assim que vi a cara que ele fez. Ele não esperou que eu perguntasse nada.
— É um dos filhos da Lena Blackwood. Ele desapareceu. Precisamos agir rápido.
Um silêncio pesado caiu entre nós.
— E Lucas? — perguntei. Ele deveria estar lidando com os assuntos da reunião da corte.
— Está a caminho da Corte. Lena exigiu respostas e quer nosso apoio imediatamente. Achei que você quisesse saber disso antes de mais ninguém.
Claro que ela exigiu. pensei.
Era o jeito dos Blackwood. Mas isso não diminuía a gravidade da situação. Lena não era conhecida por se precipitar justamente por ser líder do clã que cuida das investigações e inteligência da corte — se ela estava alarmada, era porque algo realmente estava errado.
— Há alguma pista? — perguntei, já sentindo minha mente girar nas possibilidades.
Erick balançou a cabeça. — Nada ainda. Mas sabemos que o Profeta vai se manifestar na Corte. Parece que essa situação está mais complicada do que parece.
O nome do Profeta fez minha espinha gelar. Se ele ia falar, então isso envolvia mais do que apenas um desaparecimento.
— Eu vou. Dê-me um minuto — respondi, já girando o corpo para voltar ao quarto.
Alina estava sentada na beirada da cama, o olhar atento acompanhando cada movimento meu. Não precisei explicar nada; ela sabia que algo tinha mudado.
— Vou com você — disse, com a firmeza que sempre admirei nela, mas que agora preferia que ela não tivesse.
Por um momento, quis dizer não. A ideia de envolvê-la em qualquer coisa relacionada à Corte ou ao Profeta fazia meu estômago revirar. Mas eu sabia que ela não aceitaria ficar para trás. Ainda mais depois de eu marcar ela.
— Então, se vista. A noite ainda não acabou.
O olhar que trocamos foi breve, mas carregado. Eu tinha acabado de marcá-la, e agora íamos mergulhar direto na turbulência do mundo que nos cercava. Havia algo irônico nisso — mas nada sobre nossa conexão seria simples, e eu sabia disso desde o momento em que a vi pela primeira vez.
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Luas De Sangue E Prata: A Guerra Das Sombras.
FantasyAlina, uma jovem comum vivendo discretamente em uma alcateia, vê seu destino entrelaçado Hera, uma das filhas do líder supremo dos vampiros. Em um mundo dilacerado por guerras entre vampiros, lobisomens e humanos, uma ameaça antiga e desconhecida es...