Perspectiva de Lena Blackwood:
A tensão pairava pesada na sala de reuniões do conselho. Onze líderes estavam reunidos, mas todos aguardavam os Draven para começar de fato. Meus pensamentos martelavam, difíceis de ordenar. Breno, meu filho, havia desaparecido. Eu tinha certeza de que ele fora levado, mas não conseguia provar nada. Ainda.
- O Lucas chegou, - alguém anunciou perto da porta.
Virei a cabeça no mesmo instante e vi o garoto de cabelos ruivos entrar.
- Oi, Lena, - ele me cumprimentou, vindo em minha direção com uma expressão séria. - Como você está? Só recebi a notícia enquanto estava no caminho para cá.
Eu forcei um sorriso, que não chegou aos olhos.
- Estou bem, - menti. - Só quero encontrar meu filho logo. E seus irmãos? Vão demorar?
- Eles saíram uns vinte minutos depois de mim. Chegam a qualquer momento.
Apesar da preocupação estampada no rosto de Lucas, sua calma só me irritava. Dravens idiotas... Como eu pude me apaixonar um dia por um deles?
Antes que pudesse me perder em memórias inúteis, a porta se abriu novamente. Hera e Erick Draven entraram, com a garota de cabelos castanhos ao lado deles. A presença dela me incomodou - havia uma intimidade silenciosa entre ela e Hera que eu não conseguia entender.
- Quem é essa? - perguntei, tentando manter minha voz neutra.
Hera cortou a questão com um tom frio:
- Assunto para outro momento.Eu poderia insistir, mas encontrar meu filho era prioridade. Assenti brevemente e deixei a curiosidade de lado.
- Nós vamos encontrá-lo, Lena, - disse Hera, a voz baixa e cortante como uma lâmina. - Nem que eu tenha que trazer o inferno inteiro para isso. Aliás, Breno ainda é meu afilhado.
Por um instante, o peso das palavras dela trouxe um fragmento de alívio. Se alguém poderia cumprir aquela promessa, era Hera Draven.
Todos tomaram seus lugares na mesa, e o debate começou imediatamente.
- Precisamos de pistas - Thorne Ashford afirmou, o olhar clínico e a postura inflexível. - Onde foi visto pela última vez? Precisamos traçar padrões.
Engoli em seco, sentindo o gosto amargo da lembrança.
- No quarto dele. - Minha voz saiu mais baixa do que eu gostaria. - Fui dar boa noite. Ele estava brincando, rindo... Parecia tão feliz. Quando voltei, a janela estava aberta. Escancarada. E ele... já não estava mais lá.
O fato da janela estar escancarada daquele jeito era estranho, como líder do clã responsável pela segurança da corte a coisa que eu mais preservava em casa era a segurança, nunca deixaria a janela daquele jeito tarde da noite.
O silêncio que se seguiu foi sufocante, até Morwenna Evernight murmurar:
- Isso parece obra de alguém que sabia exatamente o que estava fazendo.- Vocês verificaram a proteção mágica? - Kaelan Shadowthorn perguntou, franzindo a testa.
Assenti.
- Nada fora do normal. As barreiras estavam intactas, nenhum sinal de intrusão.
Cedric Ravenscar se inclinou para frente, o olhar calculista.
- Então alguém de dentro está envolvido.
Um murmúrio de concordância percorreu a sala, mas antes que alguém pudesse aprofundar essa linha de raciocínio, a porta da sala se abriu com um ranger pesado.
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Luas De Sangue E Prata: A Guerra Das Sombras.
FantasyAlina, uma jovem comum vivendo discretamente em uma alcateia, vê seu destino entrelaçado Hera, uma das filhas do líder supremo dos vampiros. Em um mundo dilacerado por guerras entre vampiros, lobisomens e humanos, uma ameaça antiga e desconhecida es...