Perspectiva de Alina:
Quando chegamos no quarto não demoramos para deitar na cama, o quarto de Hera era o tipo de quarto que se colocasse uma musica e deitasse você se sentiria em outro planeta, hera e eu deitamos em silêncio, não um silêncio desconfortável mas sim um aconchegante.
Estávamos deitadas na cama, cada uma virada de frente para a outra. A luz suave que atravessava a janela deixava o quarto silencioso, quase aconchegante. Ainda tínhamos um tempo antes de partir para a viagem de volta à alcateia. Eu estava confortável, surpreendentemente à vontade ao lado de Hera, o tipo de momento tranquilo que raramente tínhamos.
Hera quebrou o silêncio primeiro, sua voz baixa, carregada daquela tranquilidade matinal.
— Você e Eliza já se meteram em alguma encrenca daquelas que nunca podem ser mencionadas de novo?
Sorri de leve, virando um pouco mais o rosto no travesseiro para olhá-la melhor.
— Claro que sim. Acho que a lista é longa.
— Hum... — Ela ergueu uma sobrancelha, o canto dos lábios se curvando num sorriso sutil. — Me conta uma. Algo que ninguém mais sabe.
Ri, lembrando de uma situação em particular.
— Tá bom, mas você não pode julgar.
— Julgar? Eu? — Hera riu baixo. — Prometo que vou tentar.
Suspirei, encarando-a por um instante antes de ceder.
— Ok. Tinha uma festa de verão na cidade... Eu e Eliza queríamos ir, mas Mauro proibiu. Disse que não era seguro.
— E vocês obedeceram? — perguntou Hera, já sabendo a resposta.
— Claro que não. — Dei uma risada. — A gente se escondeu na carroceria da caminhonete do Gabriel e foi mesmo assim.
Hera soltou um suspiro teatral.
— Impressionante. E como isso terminou?
— Com a gente correndo no meio da estrada porque a caminhonete parou no meio do caminho e a polícia apareceu. — A lembrança ainda era vívida, e não pude evitar rir. — Eliza perdeu uma sandália e ficou descalça o resto da noite.
Hera riu junto comigo, balançando a cabeça.
— Vocês são mesmo loucas.
— Eu sei. — Sorri. — No final, Gabriel encontrou a gente escondida atrás de uma padaria e nos arrastou de volta para casa. E Mauro... Bom, digamos que ele não ficou exatamente feliz.
— Imagino. — Hera me olhou, os olhos brilhando com aquela expressão leve que raramente mostrava. — Mas você não se arrependeu nem um pouco, né?
— Nem por um segundo. — Respondi sem hesitar. — Foi uma das melhores noites da minha vida.
O silêncio confortável se instalou de novo, e senti os olhos de Hera ainda fixos em mim. Quando voltei a encará-la, ela sorriu, um sorriso pequeno e genuíno, como se estivesse aproveitando o momento mais do que admitiria em voz alta.
— Gosto de saber essas coisas sobre você, Alina — murmurou, ainda olhando para mim.
Eu apenas sorri em resposta, e por um breve instante, senti que poderíamos ficar assim para sempre, apenas nós duas, naquele espaço entre a partida e o agora.
Hera colocou sorrateiramente uma das mãos na minha cintura puxando-me para perto, enquanto sua outra mão foi para meu rosto, o toque era inocente mas sabia que Hera não planejava que continuasse assim.
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Luas De Sangue E Prata: A Guerra Das Sombras.
FantasyAlina, uma jovem comum vivendo discretamente em uma alcateia, vê seu destino entrelaçado Hera, uma das filhas do líder supremo dos vampiros. Em um mundo dilacerado por guerras entre vampiros, lobisomens e humanos, uma ameaça antiga e desconhecida es...