Capítulo 15

6 0 0
                                    

Perspectiva de Alina:

Quando chegamos no quarto não demoramos para deitar na cama, o quarto de Hera era o tipo de quarto que se colocasse uma musica e deitasse você se sentiria em outro planeta, hera e eu deitamos em silêncio, não um silêncio desconfortável mas sim um aconchegante.

Estávamos deitadas na cama, cada uma virada de frente para a outra. A luz suave que atravessava a janela deixava o quarto silencioso, quase aconchegante. Ainda tínhamos um tempo antes de partir para a viagem de volta à alcateia. Eu estava confortável, surpreendentemente à vontade ao lado de Hera, o tipo de momento tranquilo que raramente tínhamos.

Hera quebrou o silêncio primeiro, sua voz baixa, carregada daquela tranquilidade matinal.

— Você e Eliza já se meteram em alguma encrenca daquelas que nunca podem ser mencionadas de novo?

Sorri de leve, virando um pouco mais o rosto no travesseiro para olhá-la melhor.

— Claro que sim. Acho que a lista é longa.

— Hum... — Ela ergueu uma sobrancelha, o canto dos lábios se curvando num sorriso sutil. — Me conta uma. Algo que ninguém mais sabe.

Ri, lembrando de uma situação em particular.

— Tá bom, mas você não pode julgar.

— Julgar? Eu? — Hera riu baixo. — Prometo que vou tentar.

Suspirei, encarando-a por um instante antes de ceder.

— Ok. Tinha uma festa de verão na cidade... Eu e Eliza queríamos ir, mas Mauro proibiu. Disse que não era seguro.

— E vocês obedeceram? — perguntou Hera, já sabendo a resposta.

— Claro que não. — Dei uma risada. — A gente se escondeu na carroceria da caminhonete do Gabriel e foi mesmo assim.

Hera soltou um suspiro teatral.

— Impressionante. E como isso terminou?

— Com a gente correndo no meio da estrada porque a caminhonete parou no meio do caminho e a polícia apareceu. — A lembrança ainda era vívida, e não pude evitar rir. — Eliza perdeu uma sandália e ficou descalça o resto da noite.

Hera riu junto comigo, balançando a cabeça.

— Vocês são mesmo loucas.

— Eu sei. — Sorri. — No final, Gabriel encontrou a gente escondida atrás de uma padaria e nos arrastou de volta para casa. E Mauro... Bom, digamos que ele não ficou exatamente feliz.

— Imagino. — Hera me olhou, os olhos brilhando com aquela expressão leve que raramente mostrava. — Mas você não se arrependeu nem um pouco, né?

— Nem por um segundo. — Respondi sem hesitar. — Foi uma das melhores noites da minha vida.

O silêncio confortável se instalou de novo, e senti os olhos de Hera ainda fixos em mim. Quando voltei a encará-la, ela sorriu, um sorriso pequeno e genuíno, como se estivesse aproveitando o momento mais do que admitiria em voz alta.

— Gosto de saber essas coisas sobre você, Alina — murmurou, ainda olhando para mim.

Eu apenas sorri em resposta, e por um breve instante, senti que poderíamos ficar assim para sempre, apenas nós duas, naquele espaço entre a partida e o agora.

Hera colocou sorrateiramente uma das mãos na minha cintura puxando-me para perto, enquanto sua outra mão foi para meu rosto, o toque era inocente mas sabia que Hera não planejava que continuasse assim.

Luas De Sangue E Prata: A Guerra Das Sombras.Onde histórias criam vida. Descubra agora