03. stubbornness

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SER SEGURANÇA PARTICULAR – ou guarda-costas, como Olívia gostava de chamar – não era algo que eu tinha como segundo plano

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SER SEGURANÇA PARTICULAR – ou guarda-costas, como Olívia gostava de chamar – não era algo que eu tinha como segundo plano. Sofrer aquele atentado e ser obrigado a me aposentar, também não era.

Ainda me lembro do som das sirenes, do cheiro de fumaça e da sensação de metal queimando contra minha pele. Não importa o quanto eu tente deixar isso para trás, sempre volta quando fecho os olhos, ou nos momentos de silêncio. O médico do exército disse que foi um milagre eu ter saído vivo, mas às vezes não me sinto tão sortudo assim. Carregar cicatrizes no corpo é uma coisa; carregá-las na mente é totalmente diferente.

A aposentadoria forçada me trouxe para esse novo mundo, onde agora meu trabalho é proteger alguém com uma vida tão distante da minha realidade anterior. Olívia Belmont. Uma menina de 18 anos, filha de um magnata da moda e uma socialite de nariz em pé que nem ao menos teve a decência de me comprimentar.

Senhor Olavo me falou sobre tudo de sua filha caçula. Sobre o quanto ela era inteligente, sobre ser ótima no balé, o quanto adorava fotografia e que, nas palavras dele, era a alegria da casa.

Mas o que ele não mencionou foi o quanto ela era linda.

Olívia tinha cabelos longos e eram castanhos escuros, assim como seus olhos. Ela era baixa, – batia um pouco abaixo do meu ombro – tinha o corpo esbelto e lábios carnudos. Porra, aquela garota parecia um anjo.

E, apesar de sua aparência angelical, havia algo na postura dela que exalava confiança, como se ela soubesse exatamente o impacto que causava.

— Sou Olívia Belmont, e você? – Paro de admirá-lá ao ouvir sua voz. A mão da garota estava entendida em minha direção, enquanto eu estava ali, parado que nem um bobo observando cada detalhe seu.

Olívia parecia tensa, a mão que estava abaixada apertava a barra da saia quadriculada que usava. Seus lábios estavam curvados em um sorriso claramente forçado e parecia que ela não estava nem um pouco confortável naquele escritório.

Caramba, até sorrindo forçado aquela garota ficava bonita.

— Jacob O'Connell, senhora Belmont. Seu segurança particular. – Estendi minha mão, reprimindo um sorriso ao perceber que a mãe dela havia sido totalmente coberta pela minha.

— Ah, pelo amor de Deus, não me chame de senhora. Eu me sinto velha. – Assenti e soltei sua mão, voltando a  manter minha postura.

Após nossa pequena interação, Olívia deu um leve alfinetada em sua mãe, Serena Donovan. Admito que tive que morder a língua pra não rir da cara de taxo que ela fez. Era nítido que Olivia não tinha uma boa relação com a mãe.

Fiz um aceno com a cabeça para Olavo e me retirei da sala, seguindo Olívia. Vendo-a de costas, pude ver o quão baixa ela era, parecia um chaveirinho andando enquanto os cabelos balançavam de um lado para o outro.

𝐆𝐔𝐀𝐑𝐃𝐀-𝐂𝐎𝐒𝐓𝐀𝐒, ᴏʀɪɢɪɴᴀʟ ғᴀɴғɪᴄᴛɪᴏɴOnde histórias criam vida. Descubra agora