Capítulo 01 - Feliz Ano Novo!

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O ano era 1989 e a noite na Ilha de Marajó era silenciosa, mas o coração de Matilde batia acelerado. Ela se movia furtivamente pela mata, com os olhos fixos na sombra que a cercava. Sua única missão era escapar. Mas, em um instante, suas esperanças se esvaneceram.

"Matilde, entregue as crianças!" Iolanda gritou, uma mulher que surge avançando com determinação.

Matilde desesperada, segura seus bebês recém-nascidos com força. "Por favor, não, Iolanda! Aldo, me ajude! São as únicas coisas que eu tenho nessa vida! Não destrua a minha família!" Não tire os meus filhos de mim!

Iolanda, sem hesitar, tomou os bebês nos braços e ordenou a Aldo que era o seu capanga e um homem de presença intimidadora: "Faça!"

Matilde olhou para os filhos e as lágrimas escorriam pelo seu rosto. "Eu amo vocês, meus filhos, que um dia vocês conheçam a nossa história!"

Aldo, atira em Matilde e a mata.

O silêncio denso e carregado de tensão, pairava no ar.

Após cometer o crime, com frieza e em tom de desdém, Aldo pergunta a Iolanda: "E os bebês?"

Iolanda respondeu de maneira fria: "A patroa só quer o menino."

Aldo: "E a menina? Posso ficar com a menina?"

"É um problema a menos. Leve!" Iolanda entrega a menina a Aldo, seu olhar era impassível. "Desapareça com essa criança!"

Com o bebê nos braços, Iolanda avança até a beira do rio ao lado de Aldo, seu olhar era fixo no horizonte enquanto a escuridão da noite a envolvia. "Está feito. Vamos com a carga!" com sua voz grave ecoando, ela fala cheia de determinação e expectativa sobre o que está por vir.

Vinte anos se passaram desde aquela noite fatídica. Na festa de Réveillon de 2009, a mansão da família Ferrari estava repleta, com uma celebração que reunia diversas pessoas influentes e notáveis.

Dentro de um dos quartos da mansão, uma caixa de alianças repousava em cima de um móvel, aguardando seu destino.

Maria Gládis sai do banheiro deste quarto, ajeitando-se para a grande noite. Senta-se em frente ao espelho e, ao notar a caixa de alianças, sorrir para si mesma. Pega a caixa, coloca na bolsa e sai do quarto, animada em direção a festa que rolava no salão.

"Meu amor, voltei!" exclamou Maria Gládis, dirigindo-se a Nikolas Ferrari, o seu futuro noivo, que o aguardava ansioso.

"Maria Gládis, onde você estava?" ele questionou, um pouco preocupado.

"Retocando a maquiagem, meu amor. Não é todo dia que poso para fotos ao lado da grande Família Ferrari!"

Nikolas sorrir, mas logo a alegria é interrompida por sua mãe, Ávila Ferrari. "Nikolas, será que você pode me fazer o favor de ir atrás do incompetente do seu irmão?"

"Sim, minha mãe. Pode deixar!" respondeu, e se afastou rapidamente.

No banheiro, Nikolau Ferrari, o irmão de Nikolas, estava usando drogas escondido. Quando Nikolas entrou, a tensão entre os irmãos era palpável.

"Nikolau? Eu não acredito que... de novo?" Disse Nikolas, desapontado.

"Deixe de ser careta meu irmão!" Nikolau respondeu, sorrindo de forma provocativa.

"Careta? Justo hoje, na virada do ano? Toda a ilha está aqui!"

Nikolau riu, mas sua voz carregava uma tristeza.

— E como você acha que vou suportar a chatice dessa festa? — perguntou, levantando o pequeno pacote de cocaína. — Tome, prove!

— Guarde isso, Nikolau, e venha comigo. Nossa mãe está nos procurando. — Niko respondeu com urgência em seu tom claro.

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