Capítulo 14 - Teto de Vidro

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Ávila segurava o envelope com força e o seu coração acelerava enquanto abria. Ao ver as fotos de Niko beijando Alê, um grito desesperado escapou de seus lábios.

— Não, não pode ser, não pode ser. Veado desgraçado! — Exclamou com a incredulidade misturada com a raiva.

Todos na mesa se viraram, surpresos com a explosão da matriarca. Niko olhou para a mãe, confuso e alarmado.

— A senhora enlouqueceu? — perguntou Nikolau, tentando entender a reação da mãe.

— Nikolau, se saia! Você é a última pessoa com quem quero conversar agora, minha conversa é com Niko! — disse Ávila, gesticulando de forma frenética.

— Mãe, me deixe explicar essas fotos! — insistiu Niko, desesperado.

— Você vai me explicar, mas em outro lugar. Não aqui! — respondeu Ávila, levantando-se com o olhar carregado de desprezo.

Depois que as fotos de Niko e Alê se espalharam pela ilha, o caos estava prestes a se formar na casa de Alê. Juca decidiu ir até a casa do ex-namorado. Ele bateu na porta com um misto de nervosismo e determinação.

— Dona Mara! — chamou Juca, esperando uma resposta.

— Oi, quem é? — a voz de Mara ecoou do interior.

— Sou eu, dona Mara, Juca!

— Oi, cheiroso! — respondeu Mara, abrindo a porta. — Alê está aí?

— Alê está, entre... — disse ela, permitindo a entrada de Juca.

Ao ver a expressão preocupada de Juca, Mara perguntou:

— Mas e essa cara? Por que você está assim, tão mufino?
— Parece que você ainda não viu, não é?
— O quê? — perguntou Mara, curiosa.
— Olhe isso! — disse Juca, passando as fotos para Mara.

— Égua, não pode ser! — exclamou Mara, perplexa.

Nesse momento, Alê apareceu, curioso.

— O que foi, minha mãe? Juca? O que está fazendo aqui?

— Veja isso aqui, Alexandre, que caboquice é essa? — disse Mara, mostrando as fotos para Alê.

Ele olhou as imagens em estado de choque.

— Égua, mas não pode ser... por que você tirou essas fotos, Juca?

— Não fui eu, Alê! Eu só vim aqui para lhe mostrar. Na verdade, elas estão espalhadas por toda a ilha!

— Pela ilha? — Alê repetiu, horrorizado.

Ele correu para a calçada e viu as fotos coladas nas paredes e com as lágrimas escorrendo no seu rosto, começou a puxá-las.

— Alê, para com isso! Não adianta, já se espalhou! Não tem mais nada a se fazer! — gritou Juca, tentando impedir Alê.

Enquanto Alê chorava, Ávila chegou de carro com Niko e Nikolau. Ao ver a chegada de Niko, Juca, aproveitou a oportunidade e abraçou Alê, deixando Niko consumido pelo ciúme.

Rosa Maria, observando tudo de longe, não conseguia conter um sorriso.

— Olha só, parece que você levou o farelo rápido demais. Valeu a pena beijar "essezinho"? — Ávila perguntou, sarcasticamente, ao sair do carro.

— Alê? — Niko chamou, dirigindo-se a ele.

— Niko, pelo visto você já deve ter visto... — Alê começou, mas Niko interrompeu.

— Vi, e pelo visto você arrumou alguém pra te consolar...

— Não! Juca só veio aqui saber como eu estava! Eu nem sabia das fotos!

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