Capítulo 10 - Verdades Ocultas

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A atmosfera na delegacia era tensa. A delegada Aymeê e Almeida entraram no prédio já imersos em suas preocupações.

— Almeida, confirme se o corpo já chegou no IML! — ordenou Aymeê, sua voz firme.

— Acabaram de mandar mensagem doutora, já chegou! — respondeu Almeida, apressado. — E sobre as amostras de DNA do caso Maria Gládis, já estão em análise. O resultado sai ainda hoje!

— Ótimo! — disse Aymeê com um brilho de esperança nos olhos, mas a ansiedade ainda a consumia.

Dentro da casa dos Ferrari, a tensão também pairava no ar. Ávila, visivelmente agitada ao telefone, fez uma pergunta que ecoou nas paredes.

— Morta? — perguntou, incrédula.

Nikolau e Tenébrio que acabaram de chegar, estavam ao seu lado, ambos com expressões sombrias.

— Quem, quem foi que mataram? — perguntou Nikolau.

— A reportezinha! — completou Ávila com a voz carregada de desprezo.

— Inimigos não faltavam, vai ser difícil descobrir quem foi — ponderou Tenébrio, olhando para Nikolau.

— Vejo que isso vai sobrar pra mim! — disparou Ávila.

Nesse momento, Jane entrou na sala.

— Com licença, Dona Ávila. Chegou uma intimação da polícia pra todos vocês comparecerem na delegacia hoje à noite! — anunciou Jane, com o olhar preocupado.

— Não falei! Era o que me faltava, e a culpa é sua, Tenébrio! — exclamou Ávila, com raiva.

— Minha? — Tenébrio retrucou, surpreso.

— Sua! Se você não tivesse conseguido dar um coxo bem dado nessa delegadazinha, ela não estaria fazendo o que quer com a nossa família! É um bando de incompetentes mesmo...

A acusação de Ávila fez com que a tensão aumentasse. Todos estavam cientes de que as emoções estavam à flor da pele, mas a frustração e a dor da situação estavam se manifestando de maneiras explosivas. Tenébrio tentou se manter calmo, mas as palavras de Ávila o atingiram em cheio.

Ávila lançou um olhar gélido para Jane.

— Jane, se saia criatura, tá fazendo o que aqui escutando a conversa dos outros? Vai trabalhar! — gritou Ávila.

— Nojo que eu tenho dessa gente, nojo! — continuou Ávila, com desprezo.

— Tenébrio, enquanto eu vou a academia com Niko, ligue para Violeta. Precisamos que ela nos acompanhe na delegacia; pelo menos pra isso ela serve.

Na academia, Alê e Pretinha trabalhavam. O clima estava descontraído, mas uma notícia chocante pairava no ar.

— Morta, Pretinha? — perguntou Alê, com os olhos arregalados.

— Mortinha da Silva, maninho! — respondeu Pretinha, rindo nervosamente.

— E quem pode ter sido? — Alê questionou, curioso.

— A Alê, quem? Parece que é bocó, é só juntar um mais um que dá cinco! — disse Pretinha, com um sorriso travesso.

— Cinco? — Alê parecia confuso.

— Alê, veja só, vou te contar, mas boca fechada se não o pau te acha... meu "zinvestigador de polícia" gostoso, o Almeidão, falou pra mim que hoje à noite, a Família Ferrari vai todinha pra delegacia!

— Será que o seu amadinho "Nikozito" já está sabendo? — Perguntou Pretinha, confusa.

— Égua, fale baixo, quer que dona Ávila chegue aqui e escute uma coisa dessas? Ela manda dar cabo de mim e de você.

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