Capítulo 11 - Não!

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A sala da delegada estava envolta em uma atmosfera tensa, o tipo de tensão que fazia o coração acelerar. Aymeê, com um olhar penetrante, encarava Ávila, que estava visivelmente atordoada e as palavras dela pareciam reverberar no ar, pesadas e repletas de significado.

— Ávila, o bebê que a sua nora estava esperando é do seu filho! Nikolau! — Foi a resposta mais simples e devastadora de Aymeê.

A menção do nome parecia cortar o ar. Todos na sala levantaram-se, alarmados e o murmúrio de incredulidade ecoava.

— E então, Nikolau, o que tiver que começar a contar, comece do começo! — Aymeê pediu com sua determinação incutindo um senso de urgência na cena.

Nikolau, ainda atordoado, respirou fundo e começou sua narrativa.

— Nossa história começou no dia em que a minha mãe chegou com Maria Gládis na nossa casa...

A Lembrança de Nikolau surgiu como um filme, claro e vívido do dia em que Maria Gládis cruzou a porta da casa da família Ferrari. Era um dia comum, mas marcado por um acontecimento que mudaria tudo.

— Niko, mostre a casa à nossa nova hóspede... Maria Gládis, fique à vontade, cheirosa, eu já volto... Tenébrio, vem comigo! — Ávila dizia, com seu jeito acolhedor, mas com um leve toque de autoridade.

Tenébrio seguiu Ávila, mas Niko parecia mais interessado em se livrar daquela situação.

— Nikolau, quebre esse galho para mim, apresente a casa à moça... — pediu, com uma expressão que misturava ansiedade e desdém.

Nikolau hesitou e mesmo sabendo que a sua mãe logo voltaria e a situação poderia se complicar, aceitou o pedido de Niko.

— Maria Gládis, o meu irmão Nikolau vai fazer as honras pra você, só até eu terminar uma reunião lá no escritório, ok? Fique à vontade! — disse Niko, enquanto lançava um olhar de aviso a Nikolau.

— Tudo bem! — respondeu Maria Gládis, com um brilho curioso nos olhos.

Assim que Niko saiu, Maria Gládis virou-se para Nikolau com uma expressão enigmática.

— Então você é Nikolau, a ovelha negra da família! — declarou, sua voz suave, mas cheia de firmeza.

Nikolau, surpreso, não conseguiu entender de imediato.

— Não entendi! — respondeu, confuso.

Maria Gládis sorriu levemente, como se estivesse compartilhando um segredo.

— Foi o que observei nesses minutos aqui ao seu lado. Parece que temos mais em comum do que eu e o seu irmão! — disse Gládis, tentando estabelecer uma conexão.

Os olhares se encontraram e, em um instante atemporal, houve um beijo. A conexão entre Nikolau e Maria Gládis era intensa, como uma chama que se acendia de maneira incontrolável.

Nikolau, cativado pela beleza e pela confiança dela, levou-a ao seu quarto, onde a atmosfera se tornava mais carregada a cada segundo. Os dois se entregaram à paixão, mergulhando em um momento que os separaria de tudo e de todos ao redor.

O Retorno à Realidade na delegacia e a tensão voltaram a ser palpáveis, mas agora em um ambiente que amedrontava Nikolau que estava sendo confrontado e o seu passado se desenrolando como uma novela trágica.

Ávila avançou na direção de Nikolau e a raiva e a traição em seu olhar tomaram conta.

— Imundo, traíra!

Como você pôde fazer isso com seu irmão? — a indignação na voz dela era quase tangível.

Almeida interveio, separando os dois antes que a situação piorasse ainda mais.

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