Lembranças da Tenébrio na mansão.
— Boa tarde, quem é essa, mãe?
— Maria Gládis! — respondeu Maria, estendendo a mão para que Niko a beijasse.
— A sua futura esposa! — exclamou Ávila, sorrindo.Maria Gládis sorriu, divertindo-se com a situação.
— Ávila, assim você faz seu filho acreditar que isso é verdade! Niko, não ligue para as "pérolas" da sua mãe. Sou apenas sua mais nova amiga... e amiga da família, claro!
Niko sorriu, mas uma tensão pairava no ar.
— Gente, que clima pesado! Vamos voltar à festa — disse Ávila, tentando quebrar o gelo. — Vou ao meu quarto me trocar para a piscina. Niko, mostre a casa à nossa nova hóspede, e Maria Gládis, fique à vontade; eu já volto... Tenébrio, venha comigo!
— Com licença... "casal"! — brincou Tenébrio, enquanto saíam.A cena retorna ao interrogatório na delegacia, onde a atmosfera era tensa. Tenébrio, visivelmente nervoso, esforçava-se para se explicar.
— E foi assim que eu conheci Maria Gládis. Nunca tivemos muitos papos...
Aymeê, a delegada, interrompeu.
— E como a sua carteira foi parar no quarto em que estava o corpo da vítima?
Tenébrio hesitou.
— Pode ter caído do meu bolso quando fui usar o banheiro do quarto...
— Com tantos banheiros lá embaixo, por que usou justamente o banheiro de cima? — questionou Aymeê, desconfiada.
— Não posso mais usar o banheiro? E doutora, a suíte de dona Ávila é a mais confortável da mansão! — retrucou Tenébrio.
— E o seu bolso, por acaso estava furado? Logo você, que só usa roupas da mais pura qualidade...
A advogada de Tenébrio, doutora Violeta, interveio.
— A senhora está insinuando algo sobre o meu cliente?
Aymeê respondeu, desafiadora.
— Não estou insinuando nada! Estou apenas fazendo meu trabalho. Diferente de outras, não é?
— Diferente em que sentido? — Violeta perguntou, percebendo a indireta da delegada. — Vamos ser sinceras, delegada. A senhora ainda não se conformou em ter perdido o Tenébrio para mim, não é?Aymeê soltou uma risada desdenhosa.
— Doutora Violeta, a senhora é realmente cômica..., Mas Tenébrio, você está liberado. Podem ir, mas não pense em sair da ilha! E quanto a você, doutora, ainda vamos nos ver muito!
As duas se encararam intensamente, e Tenébrio "puxa" a advogada para fora da sala.— Essa mulherzinha não me desce...
Almeida? Alguma atualização do IML? — perguntou Aymeê, voltando à seriedade.
— Vou entrar em contato! — respondeu Almeida, apressando-se para sair.
— Eu vou descobrir o que aconteceu. Eu vou descobrir! — murmurou Aymeê para si mesma.Fora da delegacia, Tenébrio entrou em seu carro, e Violeta tentou acompanhá-lo, mas ele a interrompeu.
— Obrigado, Violeta, mas não vou poder te levar para casa. Tenho um compromisso.
Ela franziu a testa, pronta para protestar, mas Tenébrio elevou a voz, intimidando-a.
— Não comece, Violeta. Eu já disse que não dá.
A tensão no ar era palpável; Violeta olhou para ele, hesitante, mas logo baixou a cabeça, aceitando a decisão. A cena deixava claro que Tenébrio se sentia à vontade para tratá-la como quisesse, enquanto ela se via obrigada a aceitar tudo em silêncio.
Tenébrio entrou no seu carro e ligou para Ávila.
— E então, o que ela queria? — Ávila atendeu, ansiosa.
— Encontraram a minha carteira na cena do crime...
— Como assim a sua carteira criatura? — Ávila perguntou, surpresa.
— Não faço ideia de como aconteceu, mas Violeta veio me encontrar e tudo se resolveu!
— Violeta? Claro, o que essa garota não faz por você! E a delegada?
— Conseguimos despistá-la...
— Espero que sim! Aquela é muito esperta. Só espero que você não tenha se envolvido...
— Claro que não fui eu... mas e a reunião? Você vai?
— Estou saindo de casa agora. Te encontro lá!
— Tudo bem! — Tenébrio desligou, preocupado.
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CADEADOS
Mystery / ThrillerSINOPSE Cadeados é um suspense dramático ambientado na enigmática Ilha de Marajó. Acompanhando a rica e poderosa família Ferrari. Ávila Ferrari, a matriarca ambiciosa e implacável, dirige com mão de ferro uma grande e perigosa rede de tráfico. A pe...