Capítulo 05 - O Show vai Começar

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Quando a luz do quarto se acendeu, Niko imediatamente reconheceu a figura familiar que o aguardava. Era sua mãe, Ávila, com um olhar que misturava preocupação e determinação.

— Mãe? — Niko hesitou com sua voz tremendo.

— Nikolas Ferrari, eu só vou te perguntar uma vez e não me enrole: quem é Alexandre Pereira da Silva? — Ávila disse com a firmeza em sua voz ecoando pelo quarto.

Niko sentiu o coração disparar. Como sua mãe sabia sobre Alexandre?

— Como a senhora sabe que...

— Eu sei de tudo que se passa nessa ilha — ela interrompeu. — Mas sobre esse sujeito, eu quero ouvir de você!

Um silêncio pesado tomou conta do ambiente. Niko sentiu uma pressão crescente, como se cada segundo que passasse o empurrasse mais para um canto.

— Ele estava de garçom aqui em casa no dia da festa. Ele que me ajudou a sair no meio daquela confusão. — Niko finalmente confessou com sua voz mais baixa.

Ávila sorriu de maneira sarcástica.

— Então você o encontrou quando a sua futura noiva estava morrendo?

— Não, mãe... quer dizer... ele só me ajudou...

Ela começou a rir, mas não era uma risada de alegria. Era uma risada que o deixava ainda mais confuso.

— Nikolas Ferrari, você precisaria nascer de novo para mentir pra mim. Eu conheço você como ninguém, tudo... em todos os sentidos...

Niko fechou os olhos, tentando encontrar a coragem para se defender.

— Eu dei um emprego ao rapaz!

— Como? Um emprego? — Ávila questionou, incrédula.

— Na academia! Ele ficou de ir lá amanhã.

— Então você empregou um garçom qualquer porquê? Piedade? Pena?

Niko tentou se explicar, mas Ávila não o deixava falar.

— Já parou para pensar nos comentários?

— As pessoas sempre falaram minha mãe! — Niko respondeu com a frustração aumentando.

Ávila se aproximou, pegando o rosto do filho com força.

— E eu me esforço até hoje para limpar a sua imagem! Sempre neguei e continuarei negando até que...

— Até que o quê? Até que eu me assuma! Até que eu grite pra Marajó ouvir que eu sou gay, é esse o problema? É isso?

Um tapa cortou o ar. O som ressoou pelo quarto, e Niko ficou em choque.

— Foi a primeira e última vez que você levantou a voz para mim... — Disse Ávila com frieza. — E tem mais: amanhã, quem vai pra academia receber o seu querido amigo garçom, sou eu, ouviu bem? Eu!

Ela saiu do quarto, batendo a porta com tanta força que fez as paredes tremularem.

Nikolau, que havia ouvido toda a conversa de fora do quarto, entrou com uma expressão triste, buscando consolar o irmão.

— Meu irmão... você sempre soube que não seria fácil!

Niko estava à beira das lágrimas.

— Tudo está acontecendo de uma só vez, eu não tenho mais paz, eu não tenho mais sossego!

Nikolau se aproximou, envolvendo Niko em um abraço forte.

— Mas você tem a mim. Eu estarei sempre aqui. Eu sou seu irmão e nunca te deixarei sozinho, cara. Nunca!

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