Nishikienrai vs Shangri-la / Velocidade contra furtividade

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  No instante seguinte, Shangri-la explodiu em movimento. Seu corpo pareceu se desfocar por uma fração de segundo, como se a própria luz tivesse dificuldade em acompanhar sua velocidade. Ele avançou, deixando um rastro borrado na areia, que se ergueu em redemoinhos atrás de cada passo. Cada movimento era fluido, preciso, como o de um predador experimentado. As lâminas gêmeas – uma vermelha e outra verde – brilhavam levemente à luz do sol, emanando uma sensação de perigo iminente. Ele não precisou de comandos verbais; suas habilidades estavam profundamente integradas ao seu corpo, respondendo ao menor impulso mental.

Nishikienrai não demonstrou surpresa. Seus olhos permaneciam fixos em Shangri-la, sem trair qualquer emoção, como se já antecipasse cada passo do adversário. No momento em que Shangri-la ultrapassava a metade da distância entre eles, Nishikienrai se moveu. Sem som, sem aviso, ele desapareceu em um borrão de escuridão, ativando [Completamente Indetectável].

Os pés de Shangri-la deslizaram pela areia enquanto ele parava subitamente, o sorriso em seu rosto se alargando com um brilho de diversão em seus olhos. A brisa carregava os grãos de areia levantados por seus movimentos frenéticos, mas o semi-homem-pássaro estava relaxado, como se a situação fosse exatamente a que ele esperava.

“Escondido já?” Shangri-la murmurou, com um tom irônico e divertido. Sua voz era leve, mas havia algo de afiado nela, como se ele estivesse provocando um animal encurralado.

De repente, ele sentiu o vento atrás dele, cortando o ar como uma serpente pronta para morder. A reação o corpo de Shangri-la foi instantânea. Seu corpo torceu-se de forma quase antinatural, desviando do ataque por uma margem mínima. O ar cortante passou a milímetros de sua pele, mas ele permaneceu ileso. Sua passiva, como sempre, ativara sem esforço – um feito automático para ele, uma habilidade que frustrava qualquer oponente que dependesse de ataques diretos; Mágicos ou Físicos.

Em um movimento fluido, ele girou suas lâminas para um contra-ataque imediato, as lâminas verdes e vermelhas rasgando o ar com um sibilo. No entanto, cortaram apenas o vazio.

“Hm,...” murmurou Shangri-la, inclinando levemente a cabeça enquanto seus olhos brilhavam com um misto de fascínio e diversão. Ele parecia genuinamente entretido pela tentativa falha. — “Nishikienrai-san, minha build é especialmente eficaz contra assassinos, guerreiros puros, espadachim, Bárbaros, Monges e lutadores. Vai precisar de algo mais criativo se quiser me derrubar~.”

Ele girou sobre os calcanhares, seus olhos vasculhando as sombras ao redor com a confiança de alguém que já enfrentara situações semelhantes inúmeras vezes. O sorriso em seu rosto permaneceu enquanto ele permanecia em alerta total. Ele não precisava ver Nishikienrai para saber que o ninja ainda estava por perto.

No entanto, nenhuma resposta veio. Apenas o silêncio.

Shangri-la sorriu ainda mais, fechando ligeiramente os olhos, como se pudesse ouvir a própria tensão ao seu redor.

“Vai tentar outra vez? Ou já está sem ideias?” perguntou, balançando levemente as lâminas em suas mãos. A brisa soprou novamente, espalhando a areia em pequenas nuvens ao redor dele.

O sorriso de Shangri-la parecia dizer que ele não se importava com o resultado. Para ele, o verdadeiro prazer estava na batalha – no desafio, na adrenalina que percorria seu corpo a cada troca de golpes. Se ele vencesse ou perdesse, pouco importava. Tudo que ele desejava era sentir mais uma vez a emoção do confronto.

O sorriso de Shangri-la cresceu enquanto ele girava as lâminas com destreza, cada movimento controlado como se dançasse com o perigo. Seus olhos, atentos, escaneavam o ambiente ao redor. Ele sabia que Nishikienrai estava à espreita, oculto em algum ponto entre as sombras da arena improvisada.

“Quanto mais você se esconde, mais divertido fica.” murmurou Shangri-la, deixando seu corpo relaxar, mas sem baixar a guarda. Seu coração batia no ritmo acelerado da expectativa – era exatamente o tipo de batalha que ele adorava.

De repente, o corpo de Shangri-la se moveu novamente – mas dessa vez, de forma estranha e inquietante. Era como se seus reflexos o forçassem a desviar de ataques que ainda não haviam sido lançados, seus músculos contorcendo-se em ângulos incomuns, como uma marionete guiada por uma mão invisível. Seus movimentos eram erráticos, mas incrivelmente rápidos, como se ele estivesse reagindo a uma emboscada invisível, esquivando-se de ameaças vindas de todas as direções.

“[Ativa: Lâmina do Vento Avestruz]!” Shangri-la declarou com uma voz clara e precisa, enquanto a lâmina verde em sua mão brilhou intensamente. A arma, Nomeada de **[Avestruz do Vento]**, respondeu ao comando com um zunido cortante, vibrando como se estivesse viva.

Em seguida, uma poderosa rajada de ar foi liberada ao redor dele em um círculo perfeito, semelhante ao corte de uma foice invisível varrendo a área. A pressão do vento cresceu em um instante, levantando a areia do chão em redemoinhos furiosos, enquanto o ar parecia ganhar lâminas invisíveis que cortavam tudo em seu caminho.

A rajada não era apenas rápida – era precisa. O ar cortante se espalhava em todas as direções, eliminando qualquer possibilidade de aproximação furtiva e revelando até mesmo as sombras mais densas. Era uma habilidade projetada para frustrar assassinos como Nishikienrai, forçando-os a sair de seus esconderijos ou sofrer ferimentos contínuos caso permanecessem ocultos.

Shangri-la observou uma leve nuvem de fumaça dissipar-se no ar – o sinal inconfundível de que seus cortes haviam acertado apenas clones de sombra. No entanto, Nishikienrai não se materializou em lugar algum, indicando que ele havia evitado por completo o impacto da técnica.

“[Substituição]...” murmurou Shangri-la com um brilho astuto nos olhos, reconhecendo imediatamente a manobra.

[Substituição] era uma habilidade clássica dos ninjas, permitindo que o usuário trocasse de lugar com um objeto próximo – normalmente um tronco de madeira – no momento exato do impacto, escapando ileso de ataques fatais. A habilidade era ativada tão rapidamente que, aos olhos de um inimigo, parecia que o alvo havia sido atingido, apenas para desaparecer no instante seguinte.

Shangri-la sorriu, suas lâminas em mãos ainda vibrando com energia residual da habilidade anterior.

“Então você quer brincar de esconde-esconde...” sussurrou para si mesmo, girando levemente as lâminas em suas mãos, pronto para a próxima fase do combate.

Ele sabia que, embora tivesse frustrado os clones, o verdadeiro Nishikienrai ainda estava por perto, aguardando o momento perfeito para atacar das sombras.

Os itens que  Shangri-la está equipados eram conhecidos como **[Agência de um Assassino Oculto]**, um conjunto de itens de Classe Divino especializados em furtividade e detecção. Ele havia escolhido esses equipamentos especialmente para a missão, maximizando suas chances de rastrear inimigos e furtividades.

Shangri-la se manteve parado, atento, sem ativar as habilidades especiais de seus itens. O motivo? Ele não sabia se Nishikienrai já havia utilizado alguma habilidade especial. Ativar o efeito dos itens sem plena certeza seria arriscado – caso o ninja tivesse algo preparado, a eficácia das habilidades cairia drasticamente, e isso poderia selar sua derrota.

Essa hesitação fazia parte do dilema que envolvia um confronto entre dois mestres da furtividade e velocidade: um único erro seria fatal. Tanto Shangri-la quanto Nishikienrai sabiam que, em uma luta como essa, o primeiro golpe seria o último.

Ambos se encontravam em uma situação tensa. Qualquer movimento precipitado poderia resultar em morte imediata. Um golpe certeiro de Nishikienrai seria suficiente para derrotar Shangri-la. O mesmo valia para Shangri-la: se ele conseguisse conectar uma de suas lâminas, o combate terminaria ali e agora.

Era uma batalha de gato contra gato. Dois caçadores, rápidos e letais, aguardando pacientemente o momento perfeito para atacar.

A especialização de Shangri-la em estatísticas como Destreza, Agilidade e Velocidade o tornava incrivelmente ágil. Suas classes – Executor, Mestre Executor, Caminho do Vento e outras – não apenas ampliavam sua rapidez, mas também aumentavam o dano crítico de seus ataques.

Mas o tempo jogava contra ele. Quanto mais prolongado o duelo, maior era o risco de Nishikienrai encontrar uma forma de pular a sua passiva. E Shangri-la sabia: nesse tipo de batalha, hesitar significava caír.

Mesmo assim, ele manteve a compostura. Esperar e observar era sua única opção. Afinal, ambos estavam diante de um enigma: qual deles se arriscaria primeiro?

A build de Shangri-la foi projetada para maximizar velocidade e dano crítico. Cada escolha de classe e item foi pensada para garantir que ele pudesse atingir o inimigo antes mesmo de ser abatido, aplicando golpes crítico por segundo. Sua combinação de habilidades e equipamentos se concentrava em aumentar sua agilidade e garantir que qualquer ataque bem-sucedido causasse a eliminação do seu oponente em um piscar de olhos.

Por outro lado, a build de Nishikienrai seguia uma lógica semelhante, mas com uma abordagem mais equilibrada entre dano e furtividade. Seu personagem foi moldado para possuir um alto poder de ataque combinado com agilidade superior, tornando-o capaz de realizar ataques rápidos e imprevisíveis. Além disso, ele possuía habilidades especiais de furtividade e detecção, o que lhe permitia desaparecer no meio do combate e identificar pontos fracos no inimigo com facilidade.

Ambos eram mestres na arte da velocidade e precisão, mas com pequenas diferenças estratégicas: enquanto Shangri-la focava na execução rápida e golpes críticos mortais, Nishikienrai equilibrava dano físico e agilidade extrema com furtividade, pronto para explorar qualquer brecha no momento certo. O confronto entre os dois não seria decidido por resistência ou força bruta, mas sim por reflexos, precisão e, acima de tudo, a capacidade de ler o oponente e agir sem hesitar.

Shangri-la ponderava cuidadosamente sobre sua próxima jogada. Ele sabia que não possuía habilidades de ataque em área verdadeiramente eficazes, o que o levava a depender da lâmina **[Avestruz do Vento]** para lidar com múltiplas ameaças. Essa arma oferecia duas habilidades distintas:

• [Rajada de Ar]: Uma explosão de vento liberada ao seu redor, formando um círculo perfeito. O movimento era como uma foice invisível cortando tudo em seu alcance. No entanto, havia uma limitação — ele precisaria aguardar 20 segundos antes de poder ativá-la novamente.

• [Salto Veloz]: A segunda habilidade permitia que ele realizasse um salto impressionante, projetando-se para o alto. Essa técnica era ideal para escapar de emboscadas ou evitar um ataque combinado de múltiplos oponentes.

Sua outra lâmina, chamada **[Outrora Avestruz]**, não possuía habilidades especiais, mas compensava com um bônus significativo de dano crítico, potencializando ainda mais a ofensiva natural de Shangri-la.

Enquanto refletia, ele reconhecia a necessidade de utilizar cada ferramenta com precisão. A batalha contra Nishikienrai não permitiria erros — um único movimento em falso seria fatal. Sabendo disso, ele mantinha suas habilidades em reserva, aguardando pacientemente o momento certo para agir.

Lutar contra assassinos raramente representava um desafio para Shangri-la. Sempre que um inimigo tentava um ataque furtivo, sua passiva **[Instinto Instantâneo]** entrava em ação, permitindo que ele desviasse instantaneamente de qualquer ataque direto, seja físico ou mágico. Além disso, Com outras  habilidades oferecias permitia uma oportunidade de contra-ataque imediato — uma série de golpes velozes e precisos, cada um carregado com alto potencial de dano crítico. —Na maioria das situações, isso era suficiente para eliminar qualquer jogador corpo a corpo, que não conhecesse sua habilidades.

—Pois como Shangri-la e membros da guilda mais odiada as habilidades dos membros são bem conhecido por outros jogadores.—

No entanto, enfrentar Nishikienrai era uma história diferente. Ele não era um oponente comum. Como conhecia bem as habilidades de Shangri-la, Nishikienrai nunca se precipitaria em um ataque direto e óbvio. Em vez disso, ele usava de cautela e estratégia, evitando expor-se a uma contra-ofensiva letal.

Isso forçava Shangri-la a adotar uma postura mais defensiva e paciente, algo que não combinava com seu estilo agressivo e veloz. Ele sabia que, nesse duelo, apenas habilidade bruta e reflexos rápidos não seriam suficientes — seria necessário esperar pelo momento certo para atacar, aproveitando qualquer brecha que Nishikienrai deixasse escapar.

Shangri-la olhou ao redor, os olhos atentos a qualquer movimento. A brisa salgada da praia soprava suavemente contra seu corpo, fazendo seus poucos trajes balançarem levemente.

Ele sabia que tanto ele quanto Nishikienrai estavam em um impasse. Nenhum dos dois possuía habilidades suficientemente eficazes para garantir um golpe decisivo com facilidade. Ambos eram rápidos, precisos e letais, mas suas construções de classe e habilidades não favoreciam confrontos prolongados entre iguais.

Era uma batalha de paciência e estratégia — o primeiro a cometer um erro sofreria as consequências. Shangri-la respirou fundo, tentando manter a mente clara. Cada segundo de incerteza era uma vantagem a ser explorada, mas também uma ameaça.

Shangri-la suspirou profundamente, balançando a cabeça com um sorriso cansado. Sua expressão era de quem, apesar do embate tenso, ainda conseguia se divertir com a situação. Ele segurava suas lâminas com firmeza, mas os dedos relaxavam levemente, indicando que, por enquanto, a batalha estava em pausa.

“Humh... Se continuar assim, nós vamos ficar o dia todo nesse impasse.” Shangri-la murmurou, os olhos percorrendo o campo de areia ao redor, como se buscasse um modo de quebrar o ciclo interminável da luta. A brisa suave fazia as penas de sua cabeça balançarem, e ele parecia por um momento um predador frustrado, sem saber como capturar sua presa.

Nishikienrai, oculto nas sombras de uma formação rochosa próxima, deixou escapar uma risada baixa e sem entusiasmo, mas sua voz, embora calma, carregava uma leve provocação.

“Mas, foi você que queria uma luta, né?” ele respondeu, com uma tranquilidade que contrastava com a tensão do momento. Seu corpo se mantinha imóvel, como se cada músculo estivesse preparado para uma evasão a qualquer instante. Embora aparentemente relaxado, Nishikienrai permanecia vigilante, pronto para agir a qualquer sinal de movimento de Shangri-la.

O semi-homem-pássaro riu baixo, mas sem humor. “Heh... Verdade. Eu queria.” Seus olhos brilhavam com um misto de frustração e entusiasmo, como alguém preso em um quebra-cabeça complexo e sem solução aparente. “Só não pensei que você seria tão cuidadoso. Bem diferente do que eu imaginava.”

Nishikienrai ergueu levemente uma sobrancelha por trás da máscara, embora sua postura não mudasse. “Você me acha burro?” ele perguntou, quase casualmente, mas com uma ponta de alerta.

Shangri-la deu de ombros, mantendo o sorriso brincalhão no rosto. “Hah... Eu esperava que você fosse mais ousado. Mas talvez seja só uma questão de tempo.” A lâmina verde em sua mão emitiu um brilho sutil, como se aguardasse a próxima investida.

Ambos sabiam que aquela batalha não era apenas uma questão de habilidade, mas de paciência e leitura do adversário. Cada um esperava o momento perfeito para desferir um golpe fatal, mas nesse jogo de gato e rato, a margem de erro era inexistente.

Shangri-la e Nishikienrai continuaram se estudando à distância, imóveis como predadores aguardando o momento exato para atacar. O silêncio entre eles era quebrado apenas pelo sussurro constante da brisa marítima e o som das ondas lambendo a areia, criando um cenário sereno que contrastava com a tensão latente no ar.

“Então?” Shangri-la flexionou os dedos ao redor das lâminas. “Qual é o plano? Vamos ficar aqui até um de nós desistir?”

Nishikienrai manteve-se na sombra da formação rochosa, sem expor um centímetro de seu corpo. Os olhos dele, ocultos pela máscara, brilhavam com a frieza calculista de alguém que estava acostumado a jogar o tempo a seu favor.

“Por mim, não vejo problema.” Nishikienrai deu de ombros, um movimento leve e controlado. “Você sabe que quanto mais tempo passa, mas vantagem eu tenho, afinal, você terá que comer uma hora ou outra.”

Shangri-la riu, embora houvesse uma ponta de nervosismo em sua risada. “Ah... Eu esqueci o quanto você gosta de se esconder.” Ele começou a andar de forma descontraída pela areia, circulando a área, mas os olhos permaneciam fixos na direção da voz de Nishikienrai.

“Gastar sua paciência é parte da minha estratégia.” A voz de Nishikienrai soou como um eco distante, quase como se ele já estivesse em outro ponto, espalhando incerteza.

Shangri-la estalou a língua. Ele odiava esse tipo de jogo mental. Contra adversários normais, ele confiava em sua alta agilidade e ataques críticos para vencer rapidamente, mas contra Nishikienrai, o combate direto era uma ilusão perigosa. Ele sabia que qualquer erro seria punido de forma letal.

“Você sabe que isso não vai durar pra sempre.” Nishikienrai deu uma risada curta, quase imperceptível.

“Hm. Não precisa durar. Só o suficiente.” Shangri-la murmurou. Ele girou a lâmina da [Avestruz do Vento] entre os dedos, como se o aço verde estivesse ansioso para ser usado. O vento ao redor dela parecia vibrar com a promessa de violência contida.

Ambos sabiam o que estava em jogo. A margem entre a vitória e a derrota era fina como um fio de cabelo — bastava um momento de hesitação para que a balança pendesse para um dos lados.

Shangri-la parou de andar e apertou o punho da lâmina com mais força. A espera estava acabando. Era apenas uma questão de qual deles se mexeria primeiro.

E então, sem aviso, Shangri-la deu o primeiro passo. Seus pés afundaram levemente na areia enquanto ele disparava em direção ao oponente, as lâminas verdes em suas mãos cortando o ar como relâmpagos silenciosos.

Nishikienrai desapareceu sua presença como uma sombra dissolvendo-se a luz do sol.

Mas Shangri-la esperava exatamente por isso.

Ele torceu o corpo no meio do avanço e disparou a habilidade [Avestruz do Vento], liberando uma rajada de ar cortante em todas as direções. A areia da praia foi lançada ao alto, criando uma cortina opaca de partículas finas, enquanto o vento rugia como um predador faminto.

De repente, um leve movimento foi detectado à direita. Shangri-la girou a lâmina sem hesitar.

Porém, em vez de Nishikienrai, tudo o que ele cortou foi um pedaço de madeira que caiu com um som seco na areia.

“[Substituição] de novo... Maldito.” Shangri-la rosnou, mas ele não estava frustrado — mas sim com sua determinação crescendo.

Nishikienrai reapareceu logo atrás dele, a lâmina dele já avançando em um arco silencioso e letal.

Shangri-la mal teve tempo de pensar, mas sua passiva falou mais alto. A Passiva [Instinto Instantâneo] ativou, fazendo seu corpo se mover sozinho, desviando do golpe por uma fração de segundo. A lâmina passou rente ao seu corpo, cortando apenas o ar.

Ambos saltaram para trás ao mesmo tempo, assumindo posições defensivas novamente, como se o breve confronto não tivesse mudado nada.

“Quase, hein?” Shangri-la sorriu, ofegante, mas com os olhos brilhando de determinação.

“Foi por pouco.” Nishikienrai concordou calmamente, voltando a desaparecer nas sombras.

E assim, o impasse recomeçava.

‘Essa é a chance...’ pensou Shangri-la, os olhos brilhando com determinação.

Sem hesitar, ele ativou a habilidade de seus itens, [Agência de um Assassino Oculto]. Imediatamente, uma sensação súbita percorreu seu corpo, como se uma cortina invisível fosse erguida — a localização de Nishikienrai ficou clara para ele, mesmo nas sombras mais densas.

‘Perfeito. Agora é a hora.’

[Fymo], a habilidade seguinte, foi ativada. Um fluxo de energia percorreu cada fibra de seu corpo, impulsionando suas estatísticas de velocidade e movimento a níveis inimaginável. Era como se o próprio ar ao seu redor não conseguisse acompanhá-lo, tornando seus passos leves e quase silenciosos.

Sem perder tempo, Shangri-la disparou em direção a Nishikienrai. Sua velocidade era inimaginável, um borrão verde cruzando a praia, com a areia voando como uma trilha de fumaça em seu encalço.

O mundo ao redor parecia desacelerar, mas para Shangri-la, tudo estava claro. Cada movimento, cada detalhe do terreno, a respiração do inimigo oculta nas sombras... tudo estava ao seu alcance agora.

Nishikienrai abriu os olhos em surpresa ao percebeu a aproximação de Shangri-la, mas era tarde demais.

Apenas um instante os separava. E, nesse instante, Shangri-la ergueu a lâmina, preparando-se para dar o golpe decisivo.

No momento em que Shangri-la avançou com suas lâminas, Nishikienrai reagiu instintivamente, puxando suas adagas para se defender. A pressão do ataque iminente era avassaladora, e, por um instante, ambos lutadores estiveram em perfeita sincronia, como predadores duelando no limiar entre vida e morte.

Com um movimento rápido e preciso, Nishikienrai ergueu sua mão direita, empunhando a adaga **[Amaterasu]** — uma lâmina curta, mas perigosa, cuja superfície irradiava um brilho fulgurante como o sol do meio-dia. O aço divino se chocou contra a lâmina [Avestruz do Vento] de Shangri-la, provocando um impacto tão forte que ecoou pelo ar como um trovão abafado.

Simultaneamente, em sua mão esquerda, Nishikienrai manejava a adaga **[Tsukuyomi]** — esta cintilando com uma luz suave e hipnótica, como o brilho de uma lua cheia em uma noite serena. Com elegância e precisão, a adaga interceptou o golpe de [Outrora Avestruz], anulando seu ataque crítico.

O encontro entre as armas fez a areia explodir em todas as direções, criando uma nuvem densa que obscureceu momentaneamente o campo de batalha. A habilidade [Completamente Indetectável] de Nishikienrai foi desativada — a furtividade perfeita que o envolvia dissipou-se como névoa sob a luz do sol.

Shangri-la sorriu, malicioso, enquanto seus olhos brilhavam com uma satisfação quase predatória.
“Encontrei você?”

Por trás da máscara fria de Nishikienrai, uma sombra de cautela passou por seus olhos. A leve oscilação nas lâminas era a única pista da tensão crescente que ele escondia.

“[Mancar]—” murmurou Nishikienrai, ativando uma habilidade rápida. Um fluxo sombrio de energia que infringiu diretamente em Shangri-la, desequilibrou seu corpo por um instante, interrompendo seu ritmo.

Longo em seguida Nishikienrai deu uma cabeçada nele— mas e claro que a Passiva de Shangri-la o fez abaixo a cabeça para não receber o golpe.
“—[Vínculo Sombrio].”
Das sombras que se estendiam pela areia, fios negros emergiram como serpentes, prendendo as pernas de Shangri-la, como a sua passiva tinha sido usada para desviar do último golpe, ela não foi reativada nesse ataque de míseros-segundos. As sombras eram fortes e maleáveis, enroscando-se em torno dele com firmeza, como correntes feitas de pura escuridão.

Shangri-la arregalou os olhos por um momento. “—!?”

Mas ele reagiu rápido. Sem hesitar, ativou uma de suas habilidades mais confiáveis.
“[Salto Veloz]!”
Com um impulso extraordinário, seu corpo disparou para o alto, como uma flecha lançada ao vento. As sombras que o prendiam foram rasgadas pelo movimento repentino, libertando-o da emboscada. Ele girou no ar com elegância e pousou alguns metros adiante, sua respiração controlada, como se o contratempo não tivesse abalado seu foco.

Nishikienrai encarou Shangri-la com um olhar sereno, mas por trás da máscara, um leve aborrecimento escapava. — “Tsc...”

Shangri-la sorriu de volta, os olhos cintilando com desafio. Ele flexionou os joelhos, preparando-se para a próxima investida. O vento da praia continuava a soprar, espalhando a areia ao redor deles. Seus olhos não perdiam um único detalhe da postura de Nishikienrai — qualquer movimento, qualquer ajuste sutil na forma como ele segurava as adagas poderia ser uma pista para o próximo ataque.

‘Então é assim que quer jogar, Nishikienrai-san?’ pensou Shangri-la, seus dedos apertando levemente as empunhaduras de suas lâminas. ‘Uma luta de paciência e precisão... Perfeito.’

Nishikienrai se manteve em silêncio, suas adagas firmes em posição defensiva, mas Shangri-la sabia que aquilo era apenas parte da ilusão. Um ninja como ele não lutava de maneira convencional; seu verdadeiro ataque vinha no momento em que o inimigo se convencia de que tinha a vantagem.
O sorriso de Shangri-la se alargou ligeiramente.

“Se você não atacar...”, grito ele, “...EU ATACAREI!”

Com um passo silencioso, Shangri-la ele correu. Sua figura se tornou uma sombra difusa, deslizando pela areia sem deixar rastros. Nishikienrai estreitou os olhos, mas não fez movimentos precipitados. Ele sabia que qualquer erro contra Shangri-la poderia custar —Dor.

No momento exato em que Shangri-la cruzou a distância entre eles, ele ativou [Fymo], aumentando novamente sua velocidade. A transição entre um passo furtivo e uma corrida feroz foi quase instantânea. Seus braços se moveram como chicotes, desferindo golpes com uma precisão mortal, suas lâminas cortando o ar com a intenção clara de encerrar a batalha em um só movimento.

Nishikienrai reagiu no limite do possível.
“[Passagem Ilusória]!” gritou ele. Sua figura se duplicou no mesmo instante, e por um momento, parecia que dois Nishikienrais estavam lutando simultaneamente. Shangri-la atacou com precisão um dos clones — mas foi apenas fumaça.
“Tsc...” Shangri-la estreitou os olhos.

Mas Nishikienrai já havia se movido para sua retaguarda. O som abafado de passos rápidos sobre a areia foi a única advertência. Shangri-la girou no último segundo, cruzando suas lâminas para bloquear o golpe mortal das adagas de Nishikienrai. O choque das armas produziu uma faísca luminosa, enquanto ambos os lutadores permaneciam imóveis por um segundo, travados em um duelo de pura força e intenção.

“Você é rápido.” Nishikienrai deu um meio sorriso, seus olhos afiados como lâminas. “Você também. Mas... rápido não é o suficiente.” respondeu Shangri-la, seu tom frio e calculista.

“[Rajada de Ar]!”

“!?... De novo isso? ... [Substituição].”  Nishikienrai reapareceu fora do alcance do ar cortante.

Shangri-la foi para a nova localização dele. E de repente, Shangri-la, trocou de arma a sua [Outrora Avestruz] foi trocado por **[Chicote Ácido de Nhalor: Aprimorado]** um sicote Chicote Ácido. “[Explosão Ácida: Aprimorado]!”

Nishikienrai percebeu o perigo. A rajada Corrosive foi liberada com força destrutiva, varrendo a área em um círculo não perfeito. A areia e as sombras foram arrastadas pela corrosão, e Nishikienrai teve de saltar para trás, mas não escapou totalmente ileso — ele sentiu, um pouco do ataque Corrosivo o acertou  seu HP, foi quase nada, Se fosse outro tipo de ataque talvez não causasse dano. Mas sendo uma fraqueza natural de Golens e Meio-Golens e a residência de Nishikienrai e horrível ele recebeu -5 de HP.

“Heh... Se eu tivesse sido mais atendido quanto de dano eu receberia?...” Nishikienrai, sorrindo de forma quase predatória.
“Era para eu ter usado uma Habilidade de Teleporte... Mas essa foi uma jogada profissional, adimto.”

Shangri-la não respondeu. Ele apenas ajustou a postura, pronto para o próximo ataque. Ambos sabiam que aquela batalha não seria vencida com força bruta ou velocidade, mas com estratégia e paciência. E agora, com ambos guerreiros cientes das habilidades um do outro, a verdadeira luta estava apenas começando.

Nishikienrai fez um leve movimento com as mãos, e uma energia sombria tomou conta do campo. “[Mil Clones da Sombra]!” Ele declarou com uma voz baixa e ameaçadora.

De repente, o ar ao redor de Shangri-la foi preenchido por múltiplas versões de Nishikienrai. As sombras dançavam pela praia, cada clone se movendo de forma sincronizada e indistinguível do original. Eram mil, todos idênticos, cada um pronto para atacar ao menor descuido.

Shangri-la não hesitou ao ver a seu companheiro utilizar uma Habilidade Especial. Um leve sorriso se formou em seus lábios.
“Então, quer brincar com Clones?”

Ele respirou fundo, ativando uma habilidade avançada de sua classe Caminho do Vento.
“[Dança do Vendaval Oculto]!”

Num piscar de olhos, Shangri-la se dividiu em várias cópias de si mesmo, como se o vento tivesse multiplicado sua existência. Os ‘clones’ criados não eram ilusões: cada um deles era uma manifestação de pura velocidade, movendo-se tão rápido que parecia estar em múltiplos lugares ao mesmo tempo.

Os ‘clones’ de Shangri-la e os clones de sombra de Nishikienrai se encararam por um breve momento, como duas miragens à beira do confronto. O som do vento zunindo cortou o ar, enquanto as figuras se lançavam umas contra as outras em uma troca caótica de golpes. A praia se transformou em um campo de sombras e ventos furiosos, com lâminas invisíveis e socos rápidos trocando-se sem cessar.

Apesar da natureza ‘ilusória’ dos clones, cada golpe desferido parecia tão real quanto o último. Os verdadeiros corpos dos dois combatentes permaneciam ocultos entre suas cópias, aguardando uma oportunidade perfeita para um golpe fatal.

“Hmph.” Nishikienrai observava com atenção, seus olhos percorrendo os movimentos dos clones de Shangri-la, em busca do original.
“Muito bom... Mas essa será a única vez que você me pegará desprevenido.” Ele murmurou, ativando discretamente outra habilidade ativa de detecção.

Shangri-la, por sua vez, se movia com fluidez entre os clones. Cada passo seu era como uma dança calculada, guiada pelo vento. Ele sabia que precisava permanecer atento: qualquer falha, qualquer brecha, e ele seria aniquilado.

Dentro do caos de sombras e ventania, o verdadeiro duelo ainda estava para acontecer. Ambos esperavam o momento ideal — uma abertura mínima que decidiria o resultado dessa batalha intensa e silenciosa.

Enquanto as sombras e ventos se entrelaçavam em um frenesi caótico, os dois assassinos aguardavam como predadores à espreita, prontos para desferir o golpe final. Nishikienrai mantinha a postura calma e impassível, mas por dentro ele analisava cada movimento ao seu redor com uma precisão fria. Ele sabia que, no campo ilusório em que se encontravam, qualquer hesitação custaria caro.

Shangri-la, por sua vez, mantinha-se focado. ‘Não posso desperdiçar essa oportunidade.’ A habilidade de [Dança do Vendaval Oculto] não duraria para sempre, e ele precisava agir antes que Nishikienrai desvendasse o padrão de seus movimentos. A verdadeira vitória não viria pela força bruta, mas pela estratégia — um único erro de cálculo seria fatal.

Então aconteceu. Um sutil brilho na areia, quase imperceptível, indicou o movimento de Nishikienrai.
“Aí está você...” Shangri-la murmurou, fixando-se em uma fração de segundo que revelava o verdadeiro assassino por trás das sombras. Ele sabia que Nishikienrai contava com uma abertura breve para escapar de seus clones, e aquele era o momento que ele precisava.

Shangri-la ativou outra habilidade do Caminho do Vento: [Brisa do Golpe Fantasma]. Seus pés tocaram a areia de forma tão leve que não deixaram rastros. Em um movimento impossível de rastrear com os olhos comuns, ele investiu como um borrão de vento, pronto para atravessar o coração do inimigo com uma lâmina letal.

Porém, Nishikienrai também estava preparado. No instante em que Shangri-la apareceu ao alcance, ele ativou "[Deslocamento das Sombras]”, uma habilidade de evasão que o permitia trocar de lugar com qualquer um de seus clones de sombra.

Os corpos se cruzaram no ar. Shangri-la atravessou a figura de Nishikienrai com sua lâmina — mas era apenas um clone.
“Maldição!” Shangri-la rosnou entre os dentes, girando no ar para evitar uma queda desastrosa.

Nishikienrai surgiu atrás dele, silencioso como a morte. As adagas [Amaterasu] e [Tsukuyomi] estavam erguidas, prontas para cravar-se nas costas de Shangri-la.
‘A Passiva dele tem um delay de alguns segundos antes de ser ativado novamente...’ pensou Ele.

Mas Shangri-la não era um oponente fácil de encurralar. “[Vórtice Ascendente]!” Ele gritou, ativando outra habilidade do Caminho do Vento que o projetou verticalmente para fora da linha de ataque, como se uma corrente de ar o impulsionasse aos céus.

O impacto das adagas cortou apenas o ar. Nishikienrai estreitou os olhos, frustrado, mas sem perder a concentração.
“Hmph. Parece que você é mais teimoso do que eu esperava.”

Do alto, Shangri-la observava, os olhos frios e calculistas. ‘Preciso de mais do que velocidade. Só força bruta não vai bastar para derrotar alguém que conhece minhas habilidades.’

Enquanto os dois voltavam às suas posições, a tensão entre eles era palpável. A batalha estava longe de terminar, e ambos sabiam que o próximo movimento poderia ser o último.

Shangri-la sorriu, desafiador. “Bem... Isso está ficando interessante.”

Nishikienrai respondeu com um leve sorriso. “Concordo. Mas vamos ver quanto tempo você consegue manter esse ritmo.”

E assim, a batalha continuou. Vento e sombra entrelaçados, lâminas invisíveis e passos silenciosos — duas forças implacáveis duelando no limite da perfeição, aguardando o momento decisivo.

Shangri-la firmou a empunhadura de suas lâminas, os olhos cheios de determinação. Ele sabia que precisava forçar Nishikienrai a sair da defensiva. 

“[Reflexo da Lua].” 

As lâminas traçaram um arco preciso no ar, formando uma marca em ⟨X⟩ com um brilho amarelo crescente. Um espelho etéreo surgiu atrás de Nishikienrai, replicando o movimento de Shangri-la como se uma cópia espelhada estivesse pronta para desferir um golpe fatal.

Nishikienrai percebeu a ameaça de imediato. “[Salvas das Sombras].” 
Com um brilho sombrio, ele transferiu o ponto de impacto para um de seus clones. O espelho refletiu o golpe, mas ao invés de acertar Nishikienrai, o clone se desfez em uma nuvem de sombras dispersas.

Shangri-la chiou em frustração. Ele conhecia bem aquela habilidade: uma tática brilhante e salvadora, capaz de transferir o dano direto para uma clone. Agora ele teria uma janela de apenas 1 minutos antes que pudesse reutilizá-la novamente. 

Sem perder tempo, Shangri-la ativou outra habilidade: “[Lobo da Fome].” 
Uma aura feroz o envolveu, e seu corpo pulsou com energia selvagem. Seus músculos se tensionaram, aumentando significativamente sua força, agilidade e vitalidade em troca de sua precisão. Seu resistência era ⟨0⟩, e a fome crescente que corroía seu corpo amplificava o poder do buff a níveis assustadores.

Shangri-la arfou. “...Vou acabar com isso rápido.” 

Nishikienrai, percebendo o risco, lançou um conjunto de shurikens. A habilidade especial ainda não havia sido revelada por completo — eram **shurikens encantadas**, cujas trajetórias se dividiam em múltiplos ataques ao mesmo tempo, atacando de ângulos imprevisíveis. 

Shangri-la reagiu instintivamente. Ele desviou de algumas, mas uma shuriken passou de raspão em sua roupa, mas ele não recebeu dano “Tsc....”

Com o tempo correndo contra ele e sua barra de fome diminuindo a cada segundo, Shangri-la não podia hesitar. Ele usou a velocidade absurda concedida por [Lobo da Fome] para se lançar em direção ao inimigo, como um predador faminto que encontrou sua presa.

Nishikienrai manteve a calma, erguendo as adagas [Amaterasu] e [Tsukuyomi]. Ele sabia que Shangri-la estava no auge de seu poder, mas também ciente de que ele não podia manter aquela habilidade ativa por muito tempo. Se sobrevivesse aos próximos segundos, a vitória seria dele

Os dois assassinos estavam agora frente a frente, lâminas prontas para o golpe final. O próximo movimento decidiria o destino desse embate brutal.

Shangri-la fixou o olhar em Nishikienrai, sentindo o momento crítico se aproximar. Quando viu o brilho das adagas Amaterasu e Tsukuyomi avançando, ele agiu instantaneamente. 

“[Aparar Proteger].” 

Com um movimento fluido e preciso, Shangri-la cruzou suas lâminas em forma de ⟨X⟩, criando um escudo azul radiante no ponto de impacto. As adagas de Nishikienrai bateram contra a barreira reluzente, gerando uma vibração forte o suficiente para fazer a areia ao redor deles se levantar em pequenos redemoinhos. 

“Nada mal.” — Shangri-la murmurou, mantendo a postura firme enquanto a habilidade refletia parte do dano. Um leve tremor percorreu as lâminas de Nishikienrai, indicando que ele sentiu o impacto. 

A expressão de Nishikienrai permaneceu serena, mas por um breve instante, seus olhos revelaram surpresa. A habilidade de Shangri-la não apenas desviou seu ataque — o escudo de energia também devolveu uma fração do dano direto para ele, forçando-o a recuar ligeiramente. 

“Você nunca desiste, não é? ” — Nishikienrai comentou em tom calmo, girando as adagas nos dedos antes de voltar à postura defensiva. 

Shangri-la manteve o foco, ciente de que o tempo estava contra ele. A habilidade Lobo da Fome ainda pulsava dentro dele, alimentando sua força, mas cada segundo que passava drenava sua resistência. Ele sabia que precisava pressionar Nishikienrai antes que o buff desaparecesse. 

“Chega de rodeios.” — Shangri-la avançou em uma investida fulminante, suas lâminas brilhando como ventos cortantes prontos para abrir caminho. 

Nishikienrai sorriu de leve, posicionando suas adagas em uma postura baixa. Ele estava preparado para o próximo embate, e ambos sabiam que a luta poderia ser decidida em questão de segundos.

Shangri-la sentia o calor da adrenalina percorrendo seu corpo como um rio em correnteza furiosa. O vento da praia chicoteava seu rosto, carregando o cheiro salgado do mar e um toque de eletricidade no ar. O escudo azul brilhante da habilidade Aparar Proteger desaparecia lentamente, deixando apenas um rastro de luz que se desmanchava no ar como poeira estelar. 

Nishikienrai girava suas adagas nos dedos, o leve tilintar do metal ecoando como o som de um sino distante. Seus olhos, estreitos e calculistas, refletiam uma calma absoluta — uma confiança inabalável que apenas um mestre das sombras podia ter. 

“Isso está ficando interessante.” — Ele disse, um sorriso sutil surgindo no canto dos lábios. 

Shangri-la estalou a língua, o suor escorrendo pela testa. Ele sabia que a habilidade [Lobo da Fome] estava chegando ao limite. Sentia o vigor abandonando seu corpo aos poucos, e uma dor incômoda começava a pesar em suas articulações, como se a própria fome o consumisse por dentro. 

Nishikienrai: “Se continuar sorrindo assim, eu juro que vou arrancar essa expressão do seu rosto.” 

Com um movimento quase imperceptível, Shangri-la avançou, deixando uma linha de pegadas rasas na areia. As lâminas cintilavam à luz do sol, movendo-se como extensões naturais de seus braços. A cada passo, ele apertava a distância entre eles, cortando o ar em um arco elegante e mortal. 

Nishikienrai, com reflexos impecáveis, girou para o lado, desviando com graça sobre-humana. Suas adagas cruzaram-se para aparar o golpe iminente, e o impacto entre as lâminas produziu uma chuva de faíscas. A areia ao redor deles explodiu em pequenos jatos, e os grãos rodopiavam como uma tempestade local confinada àquele espaço. 

“Você precisa tentar melhor do que isso, Shangri-kun.” 

Nishikienrai ativou [Salvas das Sombras] no instante seguinte, e seu corpo se desfez em uma nuvem negra, deixando um rastro de clones espectrais que cercaram Shangri-la de todos os lados. As cópias moviam-se de forma sincronizada, desferindo golpes rápidos e precisos, forçando Shangri-la a recuar. 

Mas ele já esperava por isso. Com um brilho feroz nos olhos, Shangri-la ativou [Reflexo da Lua]. Suas lâminas traçaram um X luminoso no ar, e, como um espelho mágico, uma versão de si mesmo emergiu atrás dos clones, atacando-os simultaneamente. 

“Agora é minha vez.” — Ele rosnou, sua voz baixa e intensa. 

O espelho de luz refletiu os golpes de Shangri-la com precisão aterrorizante, e os clones de Nishikienrai começaram a desaparecer um a um, desfeitos em sombras esmaecidas. 

Mas Nishikienrai, sempre um passo à frente, já havia preparado seu próximo movimento. 

“Você acha que me pegou?” — Ele murmurou com um sorriso enigmático, reaparecendo acima de Shangri-la em pleno ar. 

Com um movimento ágil, ele lançou várias shurikens em um arco traiçoeiro, cada uma direcionada para pontos estratégicos do corpo de Shangri-la. 

“Droga...” — Shangri-la estreitou os olhos. Não havia tempo para esquivar-se completamente. 

Sem hesitar, ele cruzou suas lâminas novamente. 

“[Aparar Proteger].” 

O escudo azul emergiu uma vez mais, desviando as shurikens com um brilho ofuscante. No entanto, mesmo com a defesa ativada, uma das lâminas arremessadas roçou seu ombro, deixando uma fina linha vermelha. 

O sangue escorreu lentamente pela sua pele, quente e viscoso. Shangri-la sentiu a dor pulsar, mas a ignorou. Não podia se dar ao luxo de hesitar agora. Ambos estavam no limite, cada movimento crucial. 

“Isso está ficando cansativo...” — Nishikienrai disse, pousando suavemente na areia, os pés quase sem fazer barulho. 

“Você está cansado? Pena.” — Shangri-la sorriu, apesar do sangue escorrendo. — “Porque eu ainda tenho muito mais para dar.” 

Ambos sabiam que o próximo golpe poderia decidir a luta.

Shangri-la apertou a empunhadura de suas lâminas, sentindo o metal frio pressionar contra os dedos suados. A dor no ombro não era mais do que um lembrete de que não poderia cometer outro erro. Diante dele, Nishikienrai estava imóvel, observando-o como um predador que espera o momento exato para atacar.

‘Eu preciso encerrar isso rápido’ pensou Shangri-la, sentindo o peso crescente da habilidade [Lobo da Fome], que drenava sua resistência a cada segundo.

Nishikienrai não deu espaço para reflexões. Em um piscar de olhos, ele avançou, a areia girando ao redor dos seus pés. Suas adagas, Amaterasu e Tsukuyomi, brilharam com a intensidade de duas estrelas opostas – uma irradiando luz ofuscante e outra envolta em uma serenidade sombria. A combinação perfeita de ataque e defesa. 

Shangri-la cruzou suas lâminas no último segundo, bloqueando os golpes com precisão absoluta. As faíscas iluminavam seus rostos, agora próximos o suficiente para que ele enxergasse o brilho concentrado nos olhos de Nishikienrai. 

“Você ainda acha que vai conseguir escapar disso?” Nishikienrai perguntou, sem qualquer hesitação. Seus movimentos eram rápidos, precisos e impiedosos. Shangri-la mal conseguia acompanhar. 

A luta virou uma dança mortal na areia. Cada golpe, desviado ou defendido, ecoava como um trovão abafado. Shangri-la sabia que seu adversário estava testando seus limites, procurando qualquer falha na defesa. Com o tempo se esgotando para ele, precisava arriscar. 

“Chega de brincar” murmurou Shangri-la. Com um rápido impulso, ativou novamente a habilidade Salto Veloz, projetando-se para cima. A gravidade pareceu diminuir por um breve instante, e do alto ele teve uma visão clara de Nishikienrai e seus clones se movendo abaixo. Era agora ou nunca.

“Aqui está o fim” sussurrou Shangri-la para si mesmo, ativando Reflexo da Lua mais uma vez.

As lâminas de Shangri-la traçaram um X radiante no ar, e sua imagem espelhada emergiu logo atrás de Nishikienrai. Ambos desferiram ataques simultâneos, como dois guerreiros sincronizados em perfeita harmonia. 

No momento em que a versão espelhada desferiu o golpe final, Nishikienrai desapareceu novamente em uma nuvem negra, reaparecendo a alguns metros de distância com um sorriso malicioso. 

“Achou que ia me pegar com o mesmo truque duas vezes?” perguntou Nishikienrai, enquanto limpava uma gota de suor da testa. 

Shangri-la pousou de volta na areia, os joelhos quase cederam sob o impacto. Ele apertou os dentes, a fadiga finalmente começando a cobrar seu preço. 

“Não vai ser tão fácil assim” respondeu Shangri-la, com um sorriso desafiador.

Ambos ficaram imóveis por um momento, respirando pesadamente. A tensão no ar era palpável. Eles sabiam que qualquer movimento a partir de agora seria o último. A praia silenciosa parecia esperar, assim como eles, pelo golpe decisivo que terminaria a batalha.

A respiração de Shangri-la estava pesada, e seu corpo tremia de exaustão. A habilidade Lobo da Fome havia aumentado suas capacidades físicas além do normal, mas o custo começava a pesar. Seus músculos doíam, e um vazio insuportável se instalava em seu estômago, como se não comesse há dias. 

‘A... *Aaaaaaa*... Mais que fome!’ Shangri-la sentia as pernas enfraquecendo e lutava para não cair de joelhos. ‘Eu não sabia que essa habilidade iria me deixar assim... Droga, se isso continuar, nem vou conseguir segurar minhas armas.’

À frente, Nishikienrai permanecia imóvel. Os clones que havia conjurado desapareceram como fumaça ao vento, deixando apenas ele, sozinho, encobrindo as emoções com uma expressão serena, mas em seu interior, os pensamentos fluíam rapidamente. 

‘Essa passiva do Shangri-kun é simplesmente injusta’ Nishikienrai ponderava, tentando traçar alguma estratégia viável. ‘Mesmo se eu diminuísse a velocidade dele, a habilidade continuaria funcionando... Não importa o quão lento ele fique, enquanto essa passiva estiver funcionando, ele vai desviar de qualquer ataque meu.’ 

O Ninja rangeu os dentes em frustração, ciente da limitação de seu próprio repertório. ‘A única maneira de feri-lo seria com habilidades de área ou magia... Mas eu não tenho nada disso. E, conhecendo Shangri-la, ele já calculou tudo. Mesmo a minha furtividade é inútil.’

Nishikienrai cruzou os braços e suspirou profundamente, desarmando a tensão que pairava no ar. Seu olhar frio encontrou o de Shangri-la, que ainda se mantinha firme, embora com dificuldade evidente. 

“Vamos declarar isso como um impasse eterno” disse Nishikienrai, seu tom era leve, mas trazia uma ponta de resignação. 

Shangri-la ergueu uma sobrancelha, tentando esconder o alívio que sentiu ao ouvir aquilo. 

Nishikienrai continuou. “Nenhum de nós tem habilidades que possam dá um final a esse conforto. A única vantagem que tive foi conhecer bem suas habilidades, principalmente sua passiva. Se eu não soubesse disso, teria sido eliminado no primeiro movimento. Se tentasse te atacar furtivamente, você desviaria e contra-atacaria imediatamente. É por isso que nunca foi pego por um assassino até hoje.”

Shangri-la sorriu, exausto, mas satisfeito. “Você me conhece bem demais. Admito que foi uma luta interessante, mas... Acho que precisamos de uma pausa antes que um de nós desmaie de cansaço.”

Nishikienrai riu suavemente. “Acho que você precisa de comida mais do que de uma pausa.”

“Sem dúvidas...” Shangri-la murmurou, sentindo o estômago roncar como se confirmasse a fala de Nishikienrai. 

Ambos relaxaram, deixando a tensão da batalha se dissipar com a brisa que soprava pela praia. Não era uma vitória para nenhum dos dois, mas também não havia sido uma derrota. Para guerreiros como eles, às vezes, o simples fato de sobreviver já era suficiente.

Com a tensão da batalha se dissipando, ambos os jogadores permitiram que a quietude da praia envolvesse seus corpos exaustos. O som rítmico das ondas quebrando na areia e a brisa suave pareciam uma melodia de paz após a tempestade silenciosa que haviam travado.

Shangri-la deu alguns passos para trás, as lâminas ainda firmes em suas mãos, embora seus braços estivessem pesados como chumbo. Seu estômago roncava alto, arrancando um sorriso cansado de Nishikienrai.

“Então, o que você acha?” Nishikienrai perguntou, esticando os ombros enquanto guardava suas adagas. “Quer continuar esse impasse até você cair de fome? Pois eu não tenho nessecidade de comer.”

Shangri-la soltou uma risada curta, carregada de exaustão. “Você já ganhou essa parte.”

Nishikienrai apenas sorriu, aquele tipo de sorriso que escondia segredos. “Como eu disse um empate, você consegue me causa dano.”

Shangri-la se virou para a praia, cravando as lâminas na areia e apoiando-se nelas como muletas improvisadas. O vento carregava consigo o cheiro salgado do oceano, uma calmaria bem-vinda após o desgaste de suas habilidades.

“Vamos comer no restaurante da praia ou no refeitório do nono andar?” Shangri-la perguntou, meio brincando, meio sério.

“Ah, então o grande Shangri-la finalmente admite que precisa de ajuda?” Nishikienrai provocou, o tom leve e zombeteiro.

Shangri-la deu de ombros, sem perder o bom humor. “Não subestime a fome... Não é todo dia que a habilidade [Lobo da Fome] quase me mata de inanição.”

Nishikienrai balançou a cabeça, guardando suas armas por completo. “Vamos comer no restaurante da praia mesmo.”

“Desde que seja comida...” Shangri-la murmurou, sentindo a boca salivar só de imaginar uma refeição.

Com isso, os dois caminharam lado a lado, deixando para trás a arena invisível onde suas habilidades se chocaram, agora trocando a rivalidade silenciosa por uma breve trégua. Não havia necessidade de palavras adicionais — sabiam que, em outra ocasião, suas lâminas se encontrariam novamente. Mas por agora, o cansaço e a fome falavam mais alto.

E assim, sob a luz serena do sol que caía lentamente no horizonte, encerraram o combate em silêncio, um impasse que mais parecia uma dança de respeito mútuo entre Resistência de vidro.

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