Alguns minutos mais cedo
Parei na esquina de uma rua onde um letreiro meio apagado que piscava Guilt Pleasure em um cor de rosa desbotado, era guardado por um único homem fumando um cigarro. Três SUVs com toda a equipe de
segurança de Jeff Farmer estavam a postos, estudando o perímetro e decidindo a melhor abordagem tática. No caminho até lá, eu tinha baixado a planta do local e enviado para os seus aparelhos de telefone. A maior
preocupação entre eles era a de que esse muquifo pudesse fazer parte da proteção dos Latin Kings, gangue com uma forte atuação naquela área de Chicago. Eles não deixariam barato caso a boate fosse destruída, mas esse
não era meu receio. Minha única preocupação era o que Jisoo estaria
passando ali dentro.– Sr. Kim, por favor, nos espere no carro blindado – Jeff disse com a testa em vinco.
– Faça o que for preciso, Jeff. Tudo o que eu quero é a minha garota em segurança. Assumo qualquer responsabilidade pelo que acontecer, se for preciso compre essa espelunca pelo dobro do preço, apenas a tire de lá.
Vários homens falavam, discutiam táticas e gritavam ordens, mas fomos interrompidos pelo meu smartphone e laptop apitando ao mesmo tempo. Olhei a notificação sem ouvir mais nada que os seguranças diziam.
Abri a porta do meu carro e verifiquei o status do telefone de Jisoo. Ele foi reiniciado naquele momento, movendo-se há poucos metros à nossa esquerda. Era tão perto que eu podia sentir o seu cheiro de baunilha daqui. Baunilha com encrenca.
Tentei tirar as imagens horríveis que passavam pela minha mente sem descanso, vasculhar perímetro era o caralho, tinha um jeito muito mais fácil de resolver isso.
– Jeff – chamei o chefe de segurança acenando com os dedos – pegue os seus melhores homem e me siga.
– Sr. Kim, eu veementemente sugiro…
– Veementemente? Isso é ao menos uma palavra? – perguntei. – Deixe os outros de prontidão, pegue aqueles que você mais confia e me siga.
Não era hora de discutir, transferi as imagens da planta para o meu celular e com passos firmes dobrei a esquina, os seguranças não tiveram outra opção a não ser me seguir. O vigilante da boate observava desconfiado a nossa aproximação.
– Boa noite – eu disse e o escutei resmungar qualquer coisa em resposta – preciso que você seja discreto e me mostre como farei para chegar até esse lugar sem chamar atenção.
O homem nos analisou por um momento e proferiu sua resposta cuspindo no chão, sem ao menos olhar para onde apontei no celular. Pelo canto do olho observei Brian, um dos seguranças escolhidos por Jeff, levar sua mão ao coldre. Tirei algumas notas de cem dólares da carteira e mostrei ao vigilante.
– Você tem menos de um minuto, e eu sugiro que você escolha com sabedoria. Posso te encher de dinheiro e você me ajuda a recuperar uma pessoa que está aí dentro, ou os meus amigos podem te convencer de outra
forma.