– Isso é mesmo necessário? – perguntei enquanto prendiam minhas mãos no pé de uma mesa por uma corrente nas algemas. A sala que me deixaram tinha paredes e chão cinzas com apenas uma mesa um espelho
falso.O policial me olhou com nojo e rosnou as palavras.
– Se não fosse necessário eu não teria feito, assassino.
Fiquei mais curioso com a situação que com medo ou raiva, desde que fui trazido me trataram como se eu fosse um Serial killer. Alguma coisa não se encaixava, o policial claramente me deu uma voz de prisão, mas não fui processado ao entrar, ninguém tirou minhas digitais e nem me jogaram em
uma cela. Apenas fui acorrentado nessa sala, sem direito à nada.Eu ficaria ainda mais rico depois de secar os cofres da cidade de Chicago, isso era o de menos, mas aquela sensação que algo terrível estava prestes a acontecer não deixava de apertar meu peito. Barry devia saber que uma prisão com base em falsas acusações não se sustentaria por muito tempo, então o mais provável era que eu precisava sair de circulação por um tempo,
mas para quê? Jisoo estava segura com Brian; Vanessa, minha mãe e as crianças tinham sua própria equipe de seguranças em casa e Jeff coordenava tudo. Josh poderia se foder, eu não poderia me importar menos com ele.Presumi que foco só poderia ser a Kim Tec. Eu mesmo fiz o regimento interno e sabia que estaria fora da presidência caso fosse condenado por um crime. Quem assumiria seria o Diretor de Operações, Miles. Eu não teria o poder de tirá-lo de lá, mas... mesmo assim, as chance de eu ser condenado por um crime que não cometi eram nulas... Ou não?
– Eu tenho direito a falar com um advogado!! – gritei olhando para o espelho falso, raspando as correntes no pé da mesa.
Nada, nem um som. Onde estava Tom? Não é possível que pagava uma fortuna para aquele filho da puta me deixar tanto tempo sem respostas.
Precisava mais que ele impedisse Miles de tomar o poder dentro da Kim Tec. do que me tirasse daqui.
Com os cotovelos apoiados na mesa, abaixei a cabeça, tentando de todas as formas prever qual seria o próximo passo daquele pedaço de bosta, quando a porta se abriu. De imediato não tive interesse de saber quem era, até que o inconfundível cheiro de baunilha tomou conta de mim. Devagar
levantei a cabeça e ao cravar os meus olhos nela, tive certeza que meu mundo estava prestes a acabar.– Soo?
Ela olhou para o chão, para o espelho, para as mãos, menos para mim.
– Soo, meu amor, o que foi? Quem te disse que eu estava aqui? – chamei mais uma vez, mas ela permaneceu perto da porta, com a cabeça baixa. Algo muito errado estava acontecendo.
Como ela havia chegado aqui mais rápido que o meu advogado?
– Jjin, o que eu tenho para falar é rápido, o policial avisou que tenho apenas cinco minutos, então...