O silêncio no complexo dos Vingadores era opressor. Após a batalha final contra Thanos, a perda de Tony Stark e Natasha Romanoff pairava sobre todos, mas para S/N, essa dor parecia uma ferida aberta que nunca cicatrizaria. Era difícil encontrar um jeito de lidar com o vazio deixado pelos dois amigos, que eram como família para ela - Tony, com sua genialidade sarcástica, e Natasha, com sua força e lealdade inabaláveis. Sem eles, o mundo parecia menos brilhante, e as sombras que sobraram começaram a consumir S/N de uma forma que ela não estava preparada para enfrentar.
Ela passou os dias tentando enterrar os sentimentos, mas, à noite, o luto tomava conta, e a dor se manifestava de maneiras que ela mal conseguia controlar. Havia uma raiva latente, uma sensação de injustiça que queimava dentro dela, e ela não sabia como aliviar aquilo.
Naquela noite, o complexo estava mais vazio do que de costume. Sam havia saído para resolver alguns assuntos, e Bucky, que havia se tornado seu confidente nos últimos meses, estava no andar de cima, em seu quarto, tentando encontrar um pouco de paz. Mas S/N sabia que ele também lutava com suas próprias sombras. Ambos tinham cicatrizes profundas, e, ultimamente, ela se pegava recorrendo a ele como uma espécie de âncora em meio à tempestade emocional.
Ela subiu as escadas em direção ao quarto dele, o coração acelerado. A cabeça dela estava em um turbilhão de sentimentos, e o luto que não conseguia processar estava prestes a transbordar. Bucky sempre estava ali, com seu jeito reservado, mas presente, e ultimamente, ela sentia que precisava de algo mais. Algo para preencher o vazio, para fazer o sofrimento parar, nem que fosse por alguns instantes.
Ela bateu na porta de Bucky, sem realmente esperar uma resposta antes de entrar. Ele estava sentado na cama, mexendo em algo na mão — provavelmente o caderno onde anotava suas memórias e coisas que precisava processar. Quando ele levantou o olhar e viu S/N, soube que algo estava diferente.
- "Boneca?" - ele perguntou, o tom preocupado. - "Está tudo bem?"
Ela fechou a porta atrás de si, caminhando até ele com uma determinação silenciosa. - "Eu não sei como lidar com isso, Bucky. A perda, a dor...tudo. Está me consumindo."
Ele franziu a testa, se levantando lentamente, tentando entender. - "Eu sei que está difícil. Todos estamos sentindo a falta deles...Mas você não precisa passar por isso sozinha."
- "Eu não estou sozinha, não é?" - Ela deu um passo à frente, se aproximando dele, os olhos fixos nos dele. Havia uma intensidade em seu olhar que Bucky não reconheceu de imediato. Ela estava desesperada por controle, por algo que pudesse aliviar a dor, e isso estava claro em cada movimento que fazia.
Bucky deu um passo para trás, percebendo a tensão no ar. - "S/N, o que você está tentando fazer?"
Ela o encarou por um momento, e antes que ele pudesse reagir, seus lábios estavam sobre os dele. Foi um beijo rápido, quase desesperado, como se ela estivesse buscando algo, qualquer coisa, para fazer a dor desaparecer. Bucky ficou congelado por um segundo, sua mente tentando entender o que estava acontecendo, mas ele não a afastou. Parte dele entendia que aquilo não era sobre desejo ou paixão. Era sobre dor.
Quando ela finalmente se afastou, Bucky olhou para ela, vendo as lágrimas começarem a brotar nos olhos de S/N. - "Eu não sei o que mais fazer, Bucky. Eu sinto tanto, é como se eu estivesse sufocando."
Ele respirou fundo, balançando a cabeça. - "Isso...isso não vai fazer a dor ir embora, S/N. Você está tentando se entorpecer, mas não vai funcionar."
Ela riu amargamente, enxugando as lágrimas que agora caíam livremente. - "Eu sei disso. Mas por que, por alguns minutos, não posso fingir que nada disso aconteceu? Que tudo está normal? Eu só...eu só quero parar de sentir."
Bucky a segurou pelos ombros, firme mas gentilmente, obrigando-a a olhar para ele. - "Eu entendo o que você está sentindo. Perder Tony e Natasha...foi como perder uma parte de nós mesmos. Mas usar isso, usar eu como uma forma de escapar, não vai trazer nenhum deles de volta. Você acha que isso vai preencher o vazio, mas só vai fazer com que você se machuque mais."
S/N mordeu o lábio, tentando conter os soluços que ameaçavam escapar de sua garganta. - "E o que eu devo fazer então? Como eu lido com isso?"
Ele a puxou para um abraço apertado, permitindo que ela desabasse completamente. Ela chorou contra o peito dele, as mãos segurando a camiseta de Bucky como se ele fosse o único que a mantinha ancorada na realidade. Ele passou a mão nos cabelos dela, tentando acalmá-la.
- "Boneca, você lida com isso sentindo," - ele sussurrou contra o topo da cabeça dela. - "Se permitir sentir a dor, o luto. Eu sei que doi. Mas você não pode escapar disso. Você tem que enfrentar."
Ela soluçou mais uma vez, as lágrimas escorrendo silenciosamente agora, o corpo relaxando lentamente no abraço de Bucky. Por mais que ela quisesse fugir de tudo, sabia que ele estava certo. Não havia como escapar da dor. Ela teria que aprender a conviver com ela, a carregá-la de uma maneira que não a destruísse por completo.
- "Eu estou aqui," - ele disse suavemente. - "E vou estar aqui, do jeito que você precisar. Mas você não pode se perder nisso, S/N. Você é mais forte do que isso."
Ela assentiu contra o peito dele, as palavras dele penetrando lentamente em sua mente. Talvez, com o tempo, ela pudesse aprender a lidar com a dor de uma forma mais saudável. Mas, por enquanto, tudo o que ela podia fazer era se permitir sentir — e aceitar o apoio de quem ainda estava ao seu lado.
E naquela noite, apesar da tristeza ainda presente, S/N sentiu que não estava completamente sozinha.
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Imagines Sebastian Stan/Bucky Barnes
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