A chuva caía forte naquela noite, o som das gotas batendo contra o para-brisa do carro soava como um prelúdio do que estava por vir. S/N segurava o volante com um pouco mais de força do que o necessário, o estresse de estar indo buscar Bucky e Sam na delegacia começava a pesar.
Bucky, claro, tinha sido preso por faltar à sua terapia obrigatória. Era só uma questão de tempo até algo assim acontecer. Ele tinha relutado tanto em ir às sessões, mesmo com todos os esforços de S/N e Sam para convencê-lo.
Ao estacionar em frente à delegacia, S/N respirou fundo antes de sair do carro. Caminhou até a entrada, onde foi recebida por um oficial meio entediado, que indicou com a cabeça a direção da sala de espera.
Lá dentro, Sam estava sentado com os braços cruzados, e Bucky...bem, Bucky parecia impassível, como se nada tivesse acontecido. Ele estava sentado ao lado de Sam, olhando para o chão, as mãos entrelaçadas no colo, o que já era um sinal de que ele estava desconfortável.
- "Vocês só podem estar de brincadeira comigo" — S/N disse, sem esconder a irritação, parando em frente aos dois. Sam ergueu as sobrancelhas e deu um sorrisinho culpado.
- "Ei, pelo menos você não teve que pagar fiança" — Sam tentou aliviar a situação, mas o olhar que recebeu de S/N o fez recuar.
- "Você" — S/N apontou para Bucky, que ainda não a encarava. - "Faltou à terapia de novo. De novo, Bucky! E você" - ela apontou para Sam - "Deixou que isto acontecesse. De novo!"
Ele finalmente olhou para ela, os olhos azuis expressando um misto de culpa e frustração.
- "Eu estava ocupado" — murmurou, como se isso fosse uma desculpa aceitável.
S/N bufou, incrédula. - "Ocupado com o quê? Evitando o mundo?"
- "Ei, pegue leve com ele" — Sam interviu, mas S/N o interrompeu.
- "Não, ele precisa ouvir isso. Ele precisa encarar a realidade. Bucky, nós entendemos que a terapia é difícil, mas você precisa ir. Isso não é negociável." — A voz dela suavizou um pouco, o tom de preocupação começando a se sobressair. — "Eu não quero ter que vir aqui de novo."
Bucky suspirou, levantando-se da cadeira. Ele se aproximou lentamente de S/N, parecendo mais vulnerável do que nunca. — "Desculpa" — disse em voz baixa. — "Eu sei que estou te preocupando."
S/N cruzou os braços, tentando manter a seriedade, mas a verdade era que a preocupação sempre falava mais alto. Ela sabia que Bucky lutava contra seus próprios demônios, mas também sabia que ele precisava de ajuda para superá-los.
- "Só...tenta, por mim, tá?" — pediu, suavizando o olhar ao encará-lo.
Bucky assentiu devagar, o peso da culpa ainda evidente em seus olhos. Sam se levantou e deu um tapinha no ombro de Bucky.
- "Vamos lá, grandalhão. Não é tão difícil, vai. Eu vou com você, se precisar" — disse Sam, sempre o mediador.
Bucky rolou os olhos, mas havia um pequeno sorriso em seus lábios. — "Isso é chantagem emocional."
- "Sim, e funciona" — Sam respondeu, piscando para S/N, que balançou a cabeça, divertida.
- "Vamos logo embora daqui antes que eu mude de ideia e deixe vocês passarem o resto da madrugada aqui" — S/N disse, já se virando para sair.
Bucky a seguiu em silêncio, e Sam, claro, não perdeu a oportunidade de fazer uma última piada antes de saírem pela porta.
- "Alguém precisa colocar esse cara na linha. Acho que estamos ficando velhos demais para essas aventuras de prisão."
S/N riu baixinho, sabendo que, apesar dos problemas, sempre teriam um ao outro — e isso era o que realmente importava.
O caminho de volta para casa foi silencioso, exceto pelo som da chuva contra o carro. Bucky, no banco do passageiro, mantinha os olhos fixos na estrada molhada, enquanto Sam estava atrás, quieto, algo raro para ele. S/N trocava olhares breves entre os dois, tentando não se perder em pensamentos.
Quando finalmente chegaram em casa, S/N foi a primeira a sair do carro. Ela precisava de ar, precisava pensar em como lidar com tudo isso. Sam e Bucky a seguiram em silêncio, como se soubessem que ela precisava de um momento para si.
Dentro de casa, o clima estava pesado. Bucky sentou-se no sofá, os ombros tensos, enquanto Sam foi até a cozinha, provavelmente para buscar algo para beber e quebrar o silêncio. S/N ficou em pé no meio da sala, olhando para os dois.
- "Nós precisamos conversar" — ela finalmente disse, sua voz suave, mas firme. — "Isso não pode continuar assim."
Bucky olhou para ela, claramente apreensivo, enquanto Sam retornava da cozinha, trazendo uma garrafa d'água, já pronto para mediar a situação, como sempre.
- "Eu sei que as coisas têm sido difíceis pra você, Bucky. Ninguém aqui acha que é fácil..." — S/N começou, cruzando os braços e suspirando. — "Mas se você continuar ignorando a terapia, isso vai te machucar mais do que qualquer coisa. Vai machucar a nós também."
Bucky abaixou a cabeça, as palavras de S/N o atingiram profundamente. Ele sabia que estava sendo um fardo para ela e Sam, mesmo que eles nunca tivessem dito isso diretamente.
- "Eu só..." — Bucky começou, com a voz pesada. — "Eu odeio como a terapia me faz sentir. Ela me obriga a reviver coisas que eu prefiro esquecer."
Sam, encostado na parede, interveio com sua voz calma — "Bucky, ninguém aqui espera que você passe por isso sozinho. Mas você não pode fugir disso para sempre. Quanto mais você foge, mais essas coisas te consomem."
S/N assentiu, caminhando até ele e se ajoelhando à sua frente, tomando suas mãos nas dela. — "Nós estamos aqui com você, mas você precisa se permitir melhorar. Não por nós, mas por você."
Os olhos de Bucky encontraram os de S/N, e ele percebeu o quanto ela se preocupava com ele. Com eles. Um silêncio pairou por alguns instantes antes de ele finalmente apertar as mãos dela em resposta.
- "Eu...vou tentar" — ele disse, sua voz mais vulnerável do que nunca. — "Não quero continuar decepcionando vocês."
Sam se aproximou, sentando-se ao lado de Bucky, e colocou uma mão em seu ombro. — "Você não está decepcionando ninguém, Bucky. A gente só quer que você fique bem. Todos nós precisamos disso."
Bucky soltou um suspiro profundo, como se estivesse liberando uma parte da tensão que o segurava preso ao passado. S/N se levantou e sentou-se ao lado dele, envolvendo-o em um abraço apertado, sentindo-o relaxar em seus braços. Sam se inclinou para trás no sofá, observando a cena com um sorriso suave, contente por ver que, mesmo em meio às dificuldades, eles continuavam unidos.
- "Eu vou com você na próxima sessão" — S/N murmurou, ainda abraçada a ele. — "E se você não quiser falar, tudo bem. Só vamos juntos."
Bucky assentiu, apertando os olhos por um momento, sentindo a segurança do abraço de S/N e o apoio silencioso de Sam ao lado.
- "Obrigado" — ele sussurrou.
Sam, como de costume, quebrou a tensão com um sorriso. — "Agora, vamos parar de ser tão dramáticos. Alguém quer pizza? Porque eu estou morrendo de fome depois dessa aventura."
S/N riu baixinho, afastando-se de Bucky, enquanto ele sacudia a cabeça com um sorriso tímido. Sam sabia exatamente como tirar o peso das coisas, e isso era algo que ela amava nele. Entre Bucky e Sam, eles sempre conseguiam manter o equilíbrio. Não importava o que acontecesse, eles sabiam que teriam um ao outro para enfrentar o que viesse.
A noite terminou com os três no sofá, dividindo uma pizza enquanto riam das provocações de Sam e dos sorrisos raros, mas sinceros de Bucky. Mesmo com os desafios, o amor e o apoio que compartilhavam tornava tudo mais fácil. E, no final, era isso que importava. Eles eram uma equipe, uma família, e estavam dispostos a enfrentar qualquer coisa — juntos.
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Imagines Sebastian Stan/Bucky Barnes
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