Capítulo 25 - Desculpas

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Acordei com um toque suave em meu rosto. Abri os olhos lentamente, a luz filtrada pela cortina iluminando o quarto com um tom quente. Eduardo estava ao meu lado, sorrindo e inclinando-se para me dar pequenos beijos, um após o outro. O gesto, que deveria trazer alegria, me deixou apática. Em vez de sentir felicidade, meu coração anseava por outra presença — a dele.

Tentei afastar o pensamento, mas ele sempre persistia, como uma sombra que se recusava a me deixar. Eduardo me olhava com ternura, e eu desejava que fosse Roberto ali, me envolvendo com aquele olhar intenso.

— Bom dia, meu amor — Eduardo disse, sua voz doce. — Hoje vou passar o dia com o coronel Ricardo em um iate, junto com outros caras.

Fiz um movimento de assentir, mas a verdade é que a informação não me interessava. As palavras dele pareciam ecoar em algum lugar distante, enquanto eu lutava contra a confusão que invadia minha mente.

— Deve ser divertido — respondi, tentando parecer envolvida, mas minha mente estava longe.

Eduardo se levantou, animado com os planos, e eu fiquei sozinha em meio aos meus sentimentos confusos. Um nó se formou em meu estômago, e a solidão começou a me consumir. Levantei-me da cama, decidida a me afastar daquela sensação de vazio.

Caminhei até o banheiro e liguei o chuveiro. A água quente me envolveu, e enquanto me ensaboava, lembrei da noite anterior. Lembranças de risadas, conversas, e, acima de tudo, a tensão palpável entre mim e Roberto. O jeito que ele me olhou, a forma como seu toque incendiou minha pele. A memória de seus dedos deslizantes ainda provocava um formigamento em mim.

Fechei os olhos, tentando me concentrar na água que escorria, mas cada gota parecia trazer de volta a intensidade daquelas trocas silenciosas. A maneira como ele sussurrou perto de mim, o calor que emanava de seu corpo... Era como se eu estivesse sob um feitiço, incapaz de resistir ao que ele despertava em mim.

Após o banho, vesti meus trajes de banho, sem realmente prestar atenção. O dia se apresentava diante de mim, e eu me sentia como uma folha em branco, sem saber como preenchê-la. Fui até o quarto do Miguel, verificar como meu pequeno estava, precisava me distrair. Talvez uma manhã na praia com meu filho fosse o que eu precisava para dissipar as sombras que me envolviam.

Entrei no quarto do Miguel em silêncio, apreciando a paz que ele transmitia dormindo. Ajoelhei-me ao lado de sua cama e observei seu rostinho tranquilo, a respiração suave, os cabelos bagunçados. Com um toque carinhoso, acariciei sua bochecha, inclinando-me para murmurar:

— Bom dia, meu princípe... Vamos acordar.

Ele se mexeu, ainda sonolento, abrindo os olhos devagar. Quando finalmente me viu, aquele sorriso que eu tanto amava apareceu, e meu coração se encheu de uma ternura que só ele conseguia despertar. Abracei-o apertado e beijei seu rosto, sentindo o calor suave de sua pele contra a minha.

— Tá na hora do café. Tem um monte de coisas gostosas esperando por nós lá embaixo.

Miguel espreguiçou-se devagar, esfregando os olhinhos e soltando um pequeno bocejo. Em seguida, sentou-se na cama e olhou para mim com aquele brilho nos olhos, ainda meio sonolento, mas com a curiosidade típica dele. Ele passou os braços pelo meu pescoço, aconchegando-se em mim por mais alguns segundos antes de, finalmente, se levantar animado.

— O que tem de bom? — perguntou, a vozinha ainda embargada pelo sono, mas já com um sorriso que deixava claro o entusiasmo.

Eu ri, segurando sua mão para ajudá-lo a sair da cama.

— Tem de tudo, meu amor. Frutas, bolos, sucos, pães... Um banquete só pra gente.

Ele pulou da cama, o sono completamente esquecido, e apertou minha mão com força, me puxando na direção da porta.

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⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

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