Atena and Afrodite

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A sala do trono de Hala exalava grandeza e poder. Colunas altas sustentavam o teto adornado com escamas de dragão douradas, e uma grande mesa central de mármore branco refletia a luz suave que entrava pelas janelas envidraçadas. Carol, com a presença calma e solene de uma rainha, sentava à cabeceira da mesa, enquanto Natasha e Maria ocupavam os assentos próximos, cada uma perdida em pensamentos conflitantes.

Natasha estava visivelmente tensa. Apesar de sua tentativa em disfarçar, as mãos estavam levemente trêmulas, e um brilho de suor surgia em suas palmas, denunciando seu nervosismo. Sua respiração estava irregular, como se cada carta que chegava com novas ameaças de seu pai aumentasse a pressão em seu peito.

Maria, ao lado dela, mantinha a postura rígida. Seus olhos encaravam o chão com uma intensidade quase desesperada, e sua voz, embora ríspida, denunciava um peso interno, uma dor que ela não queria admitir.

- Natasha... - Maria começou, a voz cortante, mas baixa. - Precisamos ser realistas. Se a única maneira de encerrar isso for... se afastando, então talvez seja o que você deveria fazer. Se dar ao seu pai o que ele quer vai trazer paz e segurança para você...

Natasha ergueu o olhar rapidamente, indignada.

- Você quer dizer se separar? Terminar? - Sua voz carregava incredulidade e raiva contida.

- Sim - respondeu Maria, embora a palavra lhe causasse um aperto doloroso no peito. - Se isso for necessário para te proteger de tudo isso. Não posso ser a causa de seu sofrimento. Talvez você deva...

- Pare! - Natasha interrompeu, a voz firme, mas repleta de dor. - Não vou ceder ao capricho do meu pai, e muito menos abrir mão de você. Entenda, Maria, eu não vou me submeter a esse destino que ele quer impor.

Maria respirou fundo, tentando ignorar a tristeza que permeava cada palavra que trocavam.

- Natasha, você não entende! - sua voz subiu um tom, revelando sua angústia. - Não se trata apenas do que você quer, mas do que é necessário. Se sua escolha me põe em risco, então talvez eu deva me afastar para proteger você!

- E você acha que eu quero essa proteção? Que eu quero sua ausência? - rebateu Natasha, seu rosto agora tomado por um misto de raiva e frustração. - Acha que seria capaz de viver sabendo que perdi você por causa do medo?

A tensão entre as duas preenchia a sala como uma tempestade prestes a explodir. Carol, que até então observava com atenção, levantou-se e deu alguns passos à frente, com uma expressão resoluta.

- Isso precisa parar agora - sua voz ressoou, autoritária, mas com um toque de empatia. - Natasha, Maria... há assuntos que vocês precisam resolver sozinhas.

Ela olhou para as guerreiras do País do Sol Poente e fez um sinal para que a seguissem. Antes de sair, Carol virou-se para Natasha e Maria e, em um gesto raro, fez uma oração em voz baixa, suas palavras fluindo em grego antigo:

- Θεοί, δώστε φως σε αυτές τις ψυχές που βαδίζουν προς το άγνωστο, και καθοδηγήστε τις όταν έρθει η στιγμή.

("Deuses, iluminem estas almas que caminham para o desconhecido, e guiem-nas quando chegar a hora.")

Com uma última troca de olhares entre as duas mulheres, Carol saiu, deixando Natasha e Maria sozinhas na vastidão silenciosa da sala do trono.

Um silêncio denso pairou sobre elas, apenas o eco distante da porta reverberando no ambiente. Natasha cruzou os braços, respirando fundo para controlar as emoções que a dominavam.

- Então é isso? - perguntou Natasha, com a voz mais suave, mas ainda ferida. - Você acha que pode decidir o que é melhor para nós? Para mim? Quer acabar com tudo sem ao menos tentar?

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⏰ Última atualização: Oct 27, 2024 ⏰

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