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Intimacy

Intimidade.

A intimidade, segundo o dicionário, é a proximidade afetiva, emocional ou física entre pessoas ou a privacidade e o conhecimento profundo de algo ou alguém. É a condição de estar próximo ou familiarizado de maneira estreita e pessoal com alguém ou algo.

Algumas pessoas buscam por ela diariamente. Buscam aquela pessoa que você pode abrir seu coração e alma, contar seus defeitos, revelar os seus medos, se despir de roupas e de segredos sem ter vergonha ou medo. Aquela pessoa que te aquece em dias frios, que você pode ter certeza que ela estará ali para você quando mais precisar. Afinal, intimidade não é apenas aquilo que damos a alguém quando vamos fazer amor com alguém. Não. É muito mais. Vai muito além disso.

Você pode ter amigos íntimos. Amigos que sabem da sua maior vergonha, amigos que sabem seus medos, amigos que vêem como você realmente é, mas ainda assim estão ali. Ou você pode ter uma pessoa íntima, um amante, que não vê apenas o seu corpo, mas você como um todo.

Mas há aquelas pessoas que buscam esconder sua intimidade. Elas sentem medo de se entregar demais, devotar demais, e acabar se ferindo. Às vezes, lá no fundo, elas gostam da intimidade de uma pessoa em especial — aqui não falamos de família ou amigos próximos, mas de alguém que essa pessoa insegura permitiu entrar na sua vida devagarinho —, porém sentem medo de se entregar e essa intimidade acabar ferindo elas.

Maria era uma dessas pessoas. Intimidade não era uma palavra que ela mantinha no seu vocabulário, ela não a usava para nada. Ela tinha sua família, mas os mais próximos eram sua mãe e Mavin, porém sua mãe não sabia das rodas de bebedeira e mulheres, as quais ela sequer sabia o nome. Sua mãe não sabia dos seus defeitos, dos seus pensamentos mais obscuros, dos seus desejos carnais. Seu irmão a conhecia melhor, pois era ele que ia nos bares buscar Maria ou então guardava seus segredos, mas ele não a conhecia profundamente. Haviam partes de Maria que Mavin jamais compreenderia.

Melinda May poderia ser o mais próxima de uma amiga íntima que Maria poderia dizer ter. Sua amiga sabia de seus defeitos, segredos, fraquezas e erros e não a julgava por isso, pois para Melinda ela era até mesmo pior que Maria. Mas as duas não dispunham de uma intimidade a mais. Nunca dormiram no mesmo quarto, nunca compartilharam uma roupa, nunca falaram sobre seus relacionamentos passados, não tinham frequência em demonstração de afeto.

Elas eram amigas, como irmãs. Uma travaria uma guerra para defender a outra, porém elas jamais iriam admitir uma para a outra que se importavam ou se amavam.

E para Maria estava tudo bem. Ela nunca teve isso, pensou nunca precisar disso em toda a sua vida.

Se ela quisesse sexo era só beber, ir a um bar e encontrar uma garota fácil. Simples. Na manhã seguinte, cada uma ia para casa e satisfeita com a noite que tiveram mesmo sem se lembrar de nada.

Bom, isso até agora.

Ela tentou manter uma relação completamente profissional e hierárquica com a princesa de seu reino — até porque iniciou aquele relacionamento mentindo sobre quem ela era —, porém agora ela estava em um nível de intimidade com Natasha que era punível com pena de morte.

Não eram só os beijos, não eram só as carícias ou o sexo, isso ela conseguia administrar, até porque quase todas as interações vieram de Natasha, ela quem quis e ordenou que Maria lhe desse.

Mas é aí que está.

Maria sempre teve muito discernimento sobre as coisas e sempre teve um pulso forte e quase irredutível, porém ela permitiu ser usada como um bonequinho nas mãos da princesa mimada.

Ela deixou Natasha conhecer um pouco do seu lado boêmio, algo que ela fazia questão de evitar que sua família soubesse. Ela deixou Natasha mandar nela como se a 6° princesa na sucessão do trono fosse capaz de mandar nela como o rei faria. Ela infringiu regras para Natasha. Apoiou ela a fazer uma promessa maluca aos deuses.