Long Journey

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Foi difícil tirar Natasha da praia. Ela se sentou com pescadores para lhes perguntar as mais mirabolantes das perguntas e, se não fosse pela negação de Maria, ela estaria no meio do oceano ajudando a pescar.
Também brincou com um grupo de crianças que estavam trocando conchas. De bom grado ela deu todas as conchas que catou para as crianças, mas ficou com aquela que era azul como os olhos de seu guerreiro.

Ela disse que iria levar ao castelo e mandar fazer um colar com aquela concha.

A noite estava se aproximando e as duas ainda estavam visitando cada cantinho da vila.

Natasha provou os pães de mel de uma padaria muito famosa e quase foi descoberta como nobre ao dar várias moedas de ouro ao padeiro. Também foi levada até a única loja de tecidos da cidade. Nada ali era do porte de Natasha, nunca seria, mas ela amou os designs desenhados — a maioria desenhados pelas mãos de Mavin.

— Quem desenhou isso tem muito talento. Olha isso! — Apontou para um vestido com corte moderno. — De onde essa pessoa tira inspirações?

Maria não sabia. O irmão nunca conversava com ela sobre suas artes ou inspirações, apenas mostrava para ela seus novos desenhos com muito orgulho.

Natasha nunca havia conhecido a vila do próprio reino e estava encantada. As pessoas eram simples, mas muito amáveis e educadas com forasteiros. Tinham sua rotina diária sem nunca tirar um sorriso do rosto. Muito diferente do castelo, onde todos só sorriam para agradar a nobreza.

As casas eram pequenas e sem muito luxo, mas pareciam aconchegantes. As mães brincavam com seus bebês e os irmãos pareciam serem muito próximos, diferente da realidade de Natasha. Sua mãe nem sequer chegou a amamenta-la e na vila ela viu, no mínimo, três mães fazerem isso. Suas irmãs mais velhas nunca brincaram com ela. A única mais próxima era Yelena, e nem era uma proximidade muito grande.

No fundo ela percebeu que entre ela e Mavin, ele era o mais rico ali.

Quando a noite caiu, elas voltaram até a taverna de Melinda May para comer peixe frito e beber alguma coisa antes de retornar ao castelo.

— Então, o que achou?

— Diferente do que eu pensei.

— Imagino que pensou em todos passando fome, morando na rua e andando com trapos.

— Algo do tipo. Eles falam tantas coisas da vila no palácio. É difícil saber o que é real — Natasha enfiou um pedaço de peixe na boca e fechou os olhos saboreando. — Isso é maravilhoso! Você não me apresentou a sua família...

— E nem irei.

Natasha a mediu de cima a baixo com o olhar.

— Por que?

— Minha família não faz parte do meu trabalho. Eles ficam mais longe o possível do meu trabalho para protegê-los.

— Eu conheço sua irmã.

— Não que seja da minha vontade.

Natasha apenas revirou os olhos.

— Bom, ao menos diga a sua família que você irá se ausentar por alguns meses. Temos uma viagem para fazer.

— E onde iremos?

— Asgard. Ouvi dizer que o povo de lá é muito bonito e poderoso.

— Está procurando o amor da sua vida baseado na aparência?

— Óbvio que não. Eu poderia me apaixonar por uma pessoa sem ao menos ver o rosto dela. Mas eu sempre quis visitar Asgard. Dizem que o castelo é feito de ouro e que as mulheres lá são guerreiras.

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