Promise to the Gods

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— O que ela queria com você?

— Nada — Maria abriu a caixa e entregou ao irmão. — Suas tintas, lápis e pincéis novos. Tudo de boa qualidade.

Mavin olhou bem para o conteúdo, passou a mão pelo pincel sedoso e depois levantou um olhar desconfiado para sua irmã.

— O que você fez? Chantageou ela?

— Não é da sua conta. Agora que está feliz com seu kit de pintura, dá o fora da minha casa.

— Maria, eu acho que isso está indo longe demais. Não tem medo de morrer? Imagine o que o rei fará com você se descobrir essa mentira.

— Que mentira? Ele contratou um guerreiro para proteger a filha dele e é exatamente isso que eu estou fazendo.

— Dizendo ser um homem! Usando meu nome! Eu fiquei famoso depois do baile. Tem ideia de quantas pessoas param para me parabenizar por ser o guarda da princesa?

— Você aceitou isso por puro suborno.

— Mas eu estou cansado disso! Se ela quiser te ver como Maria de novo, fará isso sem mim.

Então, Mavin abraçou a caixa de pincéis e se retirou da casa da irmã.

— Hipócrita — Hill revirou os olhos.

(...)

Hill puxou a enorme cortina do quarto da princesa para que a luz do sol nascente entrasse no cômodo. Romanoff se remexeu várias vezes até se enviar debaixo do grosso cobertor.

— Alteza, o café da manhã está na mesa. Precisa se arrumar e descer.

— Não estou com fome, estou com sono. Me deixa.

— Tenho ordens para não permitir que levante tarde, Alteza.

— Você terá uma nova ordem hoje: me deixar dormir até mais tarde.

Maria apenas revirou os olhos e caminhou até a ponta da cama. Ela segurou as extremidades do cobertor e puxou para longe.

— Levanta.

— Mavin!

— Você tem 20 minutos para se arrumar. Te espero lá fora — Hill virou de costas e caminhou até a porta.

— Mavin, espera! Espera! — Natasha rastejou até a ponta da cama. — Sua irmã... Ela te disse alguma coisa?

— Ela deveria ter dito algo?

— Não... Digo, é que ela prometeu me ajudar com uma coisa.

— Prometeu?

— Bom... Não foi exatamente uma promessa, mas... Sabe me dizer se ela poderá vir mais vezes aqui?

— Uhm... Eu não sei. É complicado.

— O que é complicado?

— Ela é da vila, Alteza. Não é empregada real. Não pode ficar perambulando pelo palácio.

— Entendo — Natasha ficou olhando para o chão por alguns segundos. — Preciso da sua ajuda.

— Em que?

— Preciso beijar você.

Maria ficou em silêncio olhando para Natasha como se fosse de outro mundo.

Assim que a ruiva saiu de cima da cama, Maria ficou mais rente a porta com a mão na maçaneta para sair correndo na primeira oportunidade.

— Não, não precisa.

— Preciso testar uma coisa.

— Não sou uma cobaia, Alteza.

— Preciso saber se será como um aperto de mãos. Você é um homem, talvez seja diferente.

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