Flowers and dresses

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Anastácia, uma das irmãs mais velhas de Natasha, se sentou ao lado dela de frente para a lareira crepitante com um livro de sua escolha na mão. Hoje era dia de leitura. O dia que o rei tirava um tempo para suas filhas e seu filho.
Eles se sentavam de frente para a lareira tomando chá de abacaxi com especiarias e lendo um livro da escolha das crianças. Hoje era o dia de Anastácia escolher e ela escolheu um pequeno chamado Amêndoas.

Ana, como era chamada, sorriu para Natasha com um sorriso de cúmplice e olhou em volta para ver se o irmão ou o pai estavam chegando.

— Então, como ele é? — Perguntou curiosa e com olhos brilhantes.

— Ele quem? — Natasha servia para si uma xícara de chá para aquecer as mãos frias.

Não era inverno, mas aquela noite estava mais fria do que as demais. Ela não gostava do frio. Lhe fazia se sentir sozinha.

— O seu cavaleiro mascarado, oras. Não se fala de outra coisa no reino desde que eu cheguei.

Anastácia havia saído com a mãe para o Reino América para conhecer o príncipe mais novo. O motivo da visita era confidencial demais para revelar para Natasha, mas ela não era burra e sabia qual poderia ser o propósito: casamento.
Anastácia era casada com um duque, ainda não tinham filhos. Tinha apenas um ano de casada. Alexei, seu irmão, se casou recentemente com a princesa Olivia de Carterson, uma das três filhas Carter — Olivia, Peggy e Sharon. E faltava apenas Natasha. A filha mais nova de 23 anos que ainda era solteira.

Ela tinha sorte de ser super protegida pelos pais, que negaram até agora qualquer proposta de casamento para a filha. Mas isso não poderia se estender por muito tempo. Não era aceitável.

— Eu não sei. Não vi o rosto dele. Mas ele é gentil. Me acompanha para todas as caminhadas matinais, cavalgadas, aulas de música e dança e até nas aulas de pintura e nunca reclama ou mostra estar entediado. Sempre conta coisas sobre a vila e sobre os reinos vizinhos de maneira tão vívida — sorriu se lembrando dos contos que "Mavin" havia lhe contado. — Tem olhos tão bonitos. Imagino que seu rosto seja tão belo quanto, mas ele disse que ainda não está seguro de revelar isso para mim.

— Nat, como pode confiar em um homem que não mostra a própria face? Deveria ordenar que faça isso ou lhe cortará a cabeça.

Natasha arregalou os olhos. Ela odiava aquilo. Jamais aceitou que seu pai mandasse cortar a cabeça de alguém. Era bruto demais ao seu ver.

— Não, Ana! Ele é meu amigo.

— Amigo? Você o conhece há uma semana e nem seque viu seu rosto.

— Ele é gentil comigo e me protege.

— Essa é a obrigação dele, Natasha.

— Você já recebeu flores? — Perguntou do nada.

— Óbvio que sim, meu marido me dá.

Natasha afofou a saia do vestido com timidez.

— Pois bem, eu nunca recebi... Até agora. Mavin sempre me traz uma flor diferente da vila. São tão coloridas e cheirosas. Ele é gentil, Ana — sorriu para a irmã. — Ele não mostra seu rosto para proteger a família. Então deixei que seguisse assim.

— Isso não é seguro, para não falar apropriado. Ele é um homem de baixo status te trazendo flores.

Natasha revirou os olhos para a irmã.

— Quem se importa com status. Ele é meu amigo. Só isso. Além do mais, o dia do meu nome está chegando e farei um baile. Mavin não poderá vir mascarado, então verei o rosto dele se lhe serve de consolo. — Bebericou o chá.

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