Estava com as mãos firmes nas muletas, senti uma pontada de dor irradiar pela perna enquanto forçava um pé à frente do outro. A rotina da mansão era marcada por um silêncio quase assustador, mas, naquele fim de tarde, finalmente reuni coragem para explorar o primeiro andar. Estar confinado aos aposentos e corredores que já conhecia, era sufocante. Agora que consegui as muletas, me senti mais livre, mesmo que a liberdade fosse limitada pelas paredes da mansão. Eu sabia que minha busca por respostas não seria fácil. E, naquele dia, talvez tenha pensado em buscar meu passado mais uma vez, no entanto, também havia mandado mensagem para Adrian, dizendo que iria ao encontro com ele. Não era uma decisão fácil, mas não queria afastar o Adrian de minha vida, era uma parte boa que queria preservar. Mesmo que de forma egoísta.
Mas retomando seus pensamentos no novo objetivo, a minha frente, finalmente termino as escadarias. As paredes do primeiro andar tinham um ar sombrio, muito mais que o andar de baixo. O que me deixava apreensivo. A luz do entardecer entrava por uma janela estreita, lançando sombras longas no chão, como dedos esguios de uma mão invisível tentando me capturar. Respiro fundo, avançando pelo corredor estreito e descobro portas que nunca havia visto. Quase todas estavam trancadas, mas uma em especial me chamou. Era uma porta pesada, de madeira escura, com detalhes em bronze desgastados pelo tempo. Havia algo de familiar naquele lugar, como se seus passos o tivessem me levado até ali por instinto.
Ao tocar a maçaneta, senti um arrepio percorrer-me a espinha. A porta se abriu com um rangido baixo, revelando um escritório grandioso. As paredes estavam cobertas de estantes cheias de livros antigos, que exalavam o cheiro inconfundível de papel envelhecido. No centro do cômodo, uma grande escrivaninha de madeira escura estava impecavelmente organizada, com papéis e cadernos empilhados cuidadosamente. Um relógio de parede antigo, cujos ponteiros pareciam mover-se mais devagar que o normal, ticava no silêncio da sala. Um sentimento de nostalgia me invadiu; eu conhecia aquele lugar, embora não soubesse o porquê.
Ao me aproximar da escrivaninha, meus olhos captaram algo peculiar: um velho diário de couro, com as iniciais "T.S." gravadas na capa. Eu hesito, com um misto de curiosidade e apreensão. Supeito que poderia ser a sigla para Thomas Sinclair, meu pai. Pego o caderno com cuidado, mas tinha um cadeado e esta bastante enferrujado. Tento arranjar algo para abrir, mas esta difícil, mas não desistiria, então seguro para manter meu achado próximo a mim e continuo a explorar.
Observo um pouco mais da mesa e vou lendo alguns documentos que encontrei, muitos eram sobre a empresa, LagoBlu, contabilidade, contratos... Ate que encontro uma pasta, pare ia mais desgastada do que as outras, como se tivesse sido mexida inúmeras vezes. Dentro dela havia uma uma lista de nomes, alguns ricados, e deles estava o meu: "Elliot Sinclair." Fico sem ar por um momento, com o olhar fixo em meu próprio nome e começo a me questionar. O que significava aquela lista? Os outros nomes, riscados com linhas escuras e apressadas, pertenciam a pessoas que não me atingiam em nada, mas um me chamou atenção : Hawthorne ... a família do senhor Victor estava naquela lista e estranhamente, apenas o seu nome estava riscado na lista a esposa e filha estavam apenas escrito. Rapidamente me coloco a procurar pela Hellen Mozov. Deslizo os olhos com atenção por toda a lista e finalmente encontro... estava la, riscado e com o nome do seu pai e sua mãe.
— O que isso quer dizer? — Me sento na cadeira inundado por perguntas e sem saber como reagir, até que minha atenção é fisgada mais uma vez, mas se uma forma como se minha mente soubesse o quê olhar e onde olhar.
Sob a escrivaninha, uma pequena chave estava escondida, praticamente invisível entre os detalhes esculpidos na madeira. Pegando-a com cuidado, ele procurou o que ela poderia abrir, e encontrou um compartimento secreto embutido em um painel na parede. Com as mãos trêmulas, ele destrancou o compartimento e abriu a pequena porta, revelando uma caixa de madeira entalhada.
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O Sussurro Do Silêncio
RomanceApós um acidente trágico, Elliot, de 23 anos, acorda de um coma de dois anos sem memória. O único ao seu lado é Dorian, um homem de olhos negros intensos, cheio de sarcasmos,que sera seu novo tutor e responsável. A conexão intensa e sedutora entre...