No sonho, ele estava tão perto que eu podia sentir o calor de sua respiração roçar minha pele, provocando arrepios que percorriam meu corpo em ondas avassaladoras. Dorian segurava minha nuca com uma firmeza quase possessiva; seus dedos enredados em meus cabelos traziam uma mistura de calor e tensão que me deixava vulnerável, exposto a um desejo que me surpreendia. Cada movimento dele parecia ter um propósito, uma intensidade calculada, como se soubesse exatamente o efeito que provocava em mim, e, por mais que eu tentasse, não conseguia resistir.
Quando nossos lábios finalmente se encontraram, o impacto foi eletrizante. Ele me dominava com uma intensidade que nunca experimentei, conduzindo cada momento com precisão, sua boca movendo-se sobre a minha com uma fome quase devoradora, como se quisesse marcar cada centímetro de pele e não deixar nada escapar. O peso de seu corpo próximo ao meu, a firmeza de suas mãos, e a pele fria contrastando com o calor que ele provocava eram uma combinação hipnótica, cada detalhe me enredando de uma forma que parecia impossível de romper.
Minha respiração saía entrecortada, um reflexo de como estava completamente entregue a ele. Dorian inclinava meu rosto no ângulo que desejava, como se conhecesse cada detalhe necessário para me deixar sem fôlego. Senti sua boca deslizar do meu queixo para o pescoço, a pressão de seus dentes misturando-se a um beijo intenso que provocava ondas de prazer arrebatador, como se ele entendesse cada ponto sensível meu. O mundo ao redor desaparecia, e naquele momento, nada mais existia além de nós dois, conectados por um desejo impossível de ser contido.
Minhas mãos deslizaram por seus ombros e desceram por suas costas, trazendo-o ainda mais perto. Sentia que não era o suficiente, precisava de mais dele, mais dessa intensidade. Ele apenas sorriu contra minha pele, uma risada rouca e baixa, o som tão próximo do meu ouvido que provocava novos arrepios. Em nenhum momento ele parecia perder o controle. Era ele quem guiava o ritmo, dominava a intensidade, cada segundo cuidadosamente orquestrado para me fazer mergulhar ainda mais na luxúria Eu me deixava levar, sem razão, sem controle, absorto completamente pelo que sentia.
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10h00 da manhã
Escritório de Thomas Sinclair - Mansão,O lápis estava preso entre meus lábios enquanto minha mente vagava, perdida no sonho que tive naquela noite. Era como se eu ainda sentisse o calor da respiração dele, o toque de seus dedos no meu pescoço... Abri os olhos, tentando me concentrar na pesquisa sobre Braille e no diário do meu pai, que estava em cima da mesa. Mas cada vez que olhava para as páginas, uma lembrança diferente daquele sonho me dominava, insistente.
— Boo! — a voz de Dorian me trouxe de volta à realidade, me arrancando dos pensamentos e fazendo meu coração disparar.
— O quê? Disse alguma coisa? — perguntei, meio perdido, ajustando os óculos e tentando focar no computador à minha frente. Mas era tarde demais para esconder o embaraço no rosto. Dorian observava cada reação minha, um sorriso divertido nos lábios.
— Você anda dormindo mais que a Bela Adormecida. E por que está tão vermelho, senhor Elliot? — Ele fechou o livro que estava lendo, caminhando até mim e girando minha cadeira para que fôssemos obrigados a nos encarar de frente.
Revirei os olhos, tentando afastar o sonho que ainda insistia em povoar minha mente.
— Se tem tempo para perceber minhas expressões, talvez tenha tempo para traduzir esse bilhete em Braille — desafiei, tentando manter o tom sério e ignorar o calor que subia ao rosto.
O sorriso ladino dele se alargou. Ele sabia como me desestabilizar. Inclinou-se até nossos rostos ficarem a poucos centímetros de distância e pegou o bilhete.
— Ah, então foi para isso que me chamou. Traduzir um bilhete em Braille? — arqueou uma sobrancelha, a expressão provocadora. — Desde quando confia nas minhas habilidades acadêmicas?
Tentei disfarçar o nervosismo e revirei os olhos.
— Desde que comecei a recuperar algumas memórias, desenvolvi uma estranha e irracional confiança em você. — As palavras saíram com um tom de desafio, e um pequeno sorriso surgiu nos meus lábios. — Mas posso desistir, claro, se não for capaz de traduzir.
Ele inclinou a cabeça, o olhar intensificando-se, e meu coração disparou, embora eu tentasse manter a expressão indiferente.
— Que honra ter a confiança do jovem mestre — provocou, com um toque de ironia. — Mas, passei uma semana cuidando de você, após seus três dias de febre viajando ao passado, esperava um pedido mais… gentil.
— Provavelmente o Adrian cuidou mais de mim do que você, Dorian — retruquei. — Agora, será que você entende Braille?
Ele riu baixo, quase como se soubesse de algo que eu desconhecia, e passou os dedos pelo papel, concentrando-se. O silêncio entre nós tornou-se inesperadamente confortável, uma quietude onde pude apenas observá-lo.
— “21h00 horário do evento - organização e limpeza” — ele murmurou, os olhos franzidos enquanto refletia. — Onde encontrou isso? Na cozinha?
— Não... achei aqui, no escritório — respondi, pensativo. — Parece que alguém está organizando algo nessa mansão, mas sem ser visto. E há mais uma coisa que preciso investigar.
Dorian deu um sorriso provocador, cruzando os braços.
— Pensei que suas atividades se limitassem ao hospital e à terapia, bem quietinho, como um bom rapaz obediente.
Enfiei os papéis na bolsa, jogando uma última olhada ao redor para garantir que nada fosse deixado para trás. Depois das ulti,as descobertas, a última coisa que confio é nas pessoas que circundam essa mansão e depois de recuperar novas memórias, minha desconfiança só aumentava.
— Quem disse que não vamos ao hospital? — repliquei, um sorriso malicioso no rosto.
Ele ergueu uma sobrancelha, intrigado.
— Vou chamar o William. — Ele se virou, mas agarrei sua camisa, segurando-o antes que ele saísse.
— Não, vamos só nós dois. Sem o William.
Dorian girou os olhos para mim, o brilho zombeteiro no olhar
— Nós dois? Sabia que tenho uma agenda, jovem mestre?
Abri a porta, divertido com a troca de provocações.
— Desmarque seus compromissos e venha comigo. Precisamos investigar algumas coisas no hospital também.
Ele riu, meneando a cabeça enquanto me seguia.
— Quanto mais memórias você recupera, mais mandão fica? Parece que estou lidando com uma nova pessoa.
Ri de volta, sentindo uma leveza que não experimentava há tempos. De alguma forma, aquela rotina de provocações com Dorian começava a me parecer natural, como se ele fosse não apenas uma perturbação, mas algo que carregava leveza. Depois dos dias de febre, minha memória lembrou das festas que minha família dava na mansão, e que a os Mozov e Hawthorne, participavam delas, no entando uma parte parecia borrada, como se eu tivesse algo para lembrar, mas nao fazia questão... isso me deixou inquieto, mas decidi apenas seguir em frente.
Mesmo com novas descobertas, ainda não era um cenário perfeito, ainda tinha meus receios, mas se pelo menos Dorian pudesse me ajudar em algo, estava mais confiante. Ele tinha sua utilidade alem de me sondar e não dizer nada, que eu precisasse ouvir. Manter ele por perto nessas semanas, foi algo que me trouxe uma nova pespectiva e espero que isso me ajude com a verdade.
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O Sussurro Do Silêncio
RomanceApós um acidente trágico, Elliot, de 23 anos, acorda de um coma de dois anos sem memória. O único ao seu lado é Dorian, um homem de olhos negros intensos, cheio de sarcasmos,que sera seu novo tutor e responsável. A conexão intensa e sedutora entre...