TEMPO REI

Capítulo XV - Retratação

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Esse daqui é dedicado pra escritora mesmo, porque eu mereço e porque estou completamente apaixonada por esses dois.
Divirtam-se e eu amo vocês!

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Acordar ao lado de quem você ama é um dos maiores prazeres da vida.

Acordar com braços, pernas e metade do corpo do homem que você ama em cima de você, é melhor ainda. Mas estava pesado. Sorri sozinha, sem som algum.
E sem falar na cara enfiada no meu pescoço, com os meus cabelos todo bagunçado em cima dele.
Como ele estava respirando?

Eu estava deitada com a barriga para cima, com Inocêncio praticamente todo em cima de mim. Tentar sair dali foi inútil, é claro. Cutuquei o braço dele sem sucesso. Ele parecia uma pedra.

— Zé... — continuei cutucando.

Tive uma ideia.

Acariciei todo o seu braço e com muito esforço consegui levantar um pouco. O braço dele, não eu. Peguei sua mão e beijei a parte de cima.

— Muito melhor ser acordado assim... — Ele falou sem tirar o rosto do meu pescoço. Só senti aquele ar quente e o molhado dos beijos que ele deu em seguida, que me fez arrepiar toda, dos pés a cabeça.

Se há alguns meses atrás alguém me falasse que eu estaria em minha casa, na Bahia, no meu quarto, na minha cama, completamente agarrada com Inocêncio, sendo beijada por ele, completamente apaixonada, depois de uma noite de total entrega e de amor, me sentindo a mulher mais amada que existe no mundo, eu iria rir na cara da pessoa.
Mas aqui estou eu. Estamos nós. Juntos.

— Juntos? — Inocêncio levantou a cabeça e me olhou.

— O quê? — franzi as sobrancelhas.

— Juntos. Você falou juntos. Juntos o quê? Quem?

E eu sorri.

— Tava pensando alto. — Ele tirou a perna de cima de mim e me agarrou pela cintura me deixando de frente para ele.

— Eu adoro o seu sorriso, sabia? Acordar e a primeira coisa é ver você sorrir... eu passaria a vida inteira aqui. — colocou o meu cabelo atrás da orelha, abrindo espaço pra ver o meu rosto, passando a mão no alto de minha testa, contornando meus olhos, meu nariz, minha boca e meu queixo.

— E eu adoro você. — o imitei em cada detalhe.

Inocêncio me beijou assim que terminei de falar.
Abracei ele o máximo que pude. Ele me segurava pelos braços e se esbanjava em minha boca.

Parei de beija-lo para sentir o seu cheiro. E o nosso cheiro parecia um só. O mesmo. Uma mistura minha e dele. Não sabia onde começava e nem onde terminava.
Eu sempre achei que as coisas melhoravam com o tempo, e depois de tanto tempo eu pude comprovar que era verdade. Mesmo depois de anos separados, aquela manhã, aquele momento, nós dois ali juntos, nos amando no sentido mais doce, mais puro e mais literal da palavra, não tinha coisa melhor para se sentir, para se ter, nem para se viver.
Realmente, o que nos move é o amor.

E eu tinha o meu amor ali, agarrado em mim, sem querer me soltar, me apertando , me fazendo rir porque tínhamos que levantar e ele não queria, parecendo uma criança birrenta.
E quando ele me soltou, eu o agarrei.