•••Naquele dia, quando Inácia e eu voltamos da cidade, fui direto procurar Inocêncio.
Ele ainda estava no escritório, como disse que ficaria a manhã inteira.Abri a porta o mínimo que pude só para chamá-lo, e o meu amor veio correndo ao meu encontro, deixando pastas e papéis sobre a mesa.
Inocêncio me puxou para dentro e encostou a porta.— Agora eu entendi porque você falou que parecia que estava sonhando... — beijei a boca dele, várias vezes. — Parece um sonho mesmo... — olhando dentro de seus olhos. — Vamos subir?
Ele assentiu. Falou que se fosse um sonho, não queria acordar. E não acordamos. Nem descemos para almoçar.
Uma, duas, três, quatro horas. Foi o tempo que dormimos. Totalmente alheios ao mundo lá fora. Mas as responsabilidades nos gritam.
Inocêncio me acordou com carinhos na cabeça, me fazendo cafuné, encostando os lábios em meu rosto.
— Desse jeito você vai me fazer dormir mais, e não com que eu me levante daqui. — Eu estava de costas, abraçada por ele, com braços e pernas de novo em cima de mim. Eu já estava me acostumando. Que costume gostoso.
— Infelizmente o dever nos chama. Mas se você quiser, pode ficar aqui, eu vou sozinho. — me virei para ele e o abracei mais.
— Não, eu vou com você. — Inocêncio beijou minha testa, me abraçando de volta.
— Já são três da tarde, vamos logo então antes que escureça, porque ainda não comemos nada.
— Sim, senhor! — Inocêncio foi para o banheiro primeiro, e eu tomei banho logo em seguida.
Quando descemos, Inácia estava com João na sala, rindo de alguma história que meu filho contava. João estava naturalmente feliz, e não que ele não fosse feliz antes, mas agora parecia completo. E mais feliz estava eu, e mais ainda o pai dele.
Inocêncio se juntou a eles e eu fui para a cozinha. Inácia veio logo atrás de mim.
— Vou colocar comida pra você. José Inocêncio vai querer também?
— Vai sim, Inácia. — sorri para ela, agradecendo. — Depois eu o chamo.
Mas nem precisei. Minutos depois quando o cheiro invadiu a cozinha, ele veio correndo.
— Minha nossa senhora, que cheiro é esse mulher? — Inocêncio chegou aonde estávamos e abraçou Inácia de lado.
Eu estava sentada no banco da bancada, com os pratos e talheres prontos à espera da refeição, e eles do outro lado.
Inocêncio deu a volta e se sentou comigo.
— Vocês não precisam fingir não. E nem me falar nada. Como se eu já não soubesse, rum. — sorriu irônica, indo para o forno pegar nossa comida.

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TEMPO REI
FanficNão me iludo. Tudo permanecerá do jeito que tem sido. Transcorrendo, transformando. Tempo e espaço navegando todos os sentidos. Água mole, pedra dura. Tanto bate que não restará nem pensamento. Não se iludam, não me iludo. Tudo agora mesmo pode est...