Capítulo XVI - Apego

167 10 53
                                    









•••





Naquele dia, quando Inácia e eu voltamos da cidade, fui direto procurar Inocêncio.
Ele ainda estava no escritório, como disse que ficaria a manhã inteira.





Abri a porta o mínimo que pude só para chamá-lo, e o meu amor veio correndo ao meu encontro, deixando pastas e papéis sobre a mesa.
Inocêncio me puxou para dentro e encostou a porta.





— Agora eu entendi porque você falou que parecia que estava sonhando... — beijei a boca dele, várias vezes. — Parece um sonho mesmo... — olhando dentro de seus olhos. — Vamos subir?





Ele assentiu. Falou que se fosse um sonho, não queria acordar. E não acordamos. Nem descemos para almoçar.





Uma, duas, três, quatro horas. Foi o tempo que dormimos. Totalmente alheios ao mundo lá fora. Mas as responsabilidades nos gritam.





Inocêncio me acordou com carinhos na cabeça, me fazendo cafuné, encostando os lábios em meu rosto.





— Desse jeito você vai me fazer dormir mais, e não com que eu me levante daqui. — Eu estava de costas, abraçada por ele, com braços e pernas de novo em cima de mim. Eu já estava me acostumando. Que costume gostoso.





— Infelizmente o dever nos chama. Mas se você quiser, pode ficar aqui, eu vou sozinho. — me virei para ele e o abracei mais.





— Não, eu vou com você. — Inocêncio beijou minha testa, me abraçando de volta.





— Já são três da tarde, vamos logo então antes que escureça, porque ainda não comemos nada.





— Sim, senhor! — Inocêncio foi para o banheiro primeiro, e eu tomei banho logo em seguida.





Quando descemos, Inácia estava com João na sala, rindo de alguma história que meu filho contava. João estava naturalmente feliz, e não que ele não fosse feliz antes, mas agora parecia completo. E mais feliz estava eu, e mais ainda o pai dele.





Inocêncio se juntou a eles e eu fui para a cozinha. Inácia veio logo atrás de mim.





— Vou colocar comida pra você. José Inocêncio vai querer também?





— Vai sim, Inácia. — sorri para ela, agradecendo. — Depois eu o chamo.





Mas nem precisei. Minutos depois quando o cheiro invadiu a cozinha, ele veio correndo.





— Minha nossa senhora, que cheiro é esse mulher? — Inocêncio chegou aonde estávamos e abraçou Inácia de lado.





Eu estava sentada no banco da bancada, com os pratos e talheres prontos à espera da refeição, e eles do outro lado.





Inocêncio deu a volta e se sentou comigo.





— Vocês não precisam fingir não. E nem me falar nada. Como se eu já não soubesse, rum. — sorriu irônica, indo para o forno pegar nossa comida.





TEMPO REIOnde histórias criam vida. Descubra agora