Capitulo XIII - Sozinho

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Pra você, Fernanda.

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Pov Inocêncio





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Ela não respondeu.





Depois de todas as coisas ditas e esclarecidas, chegamos ao fim.
Não tinha mais nada a ser dito, todas as cartas estavam na mesa, literalmente.





Eu errei e não tem como voltar.
E agora ela quer esquecer. Quer seguir.
Eu respirei aliviado, depois de tanto tempo, mesmo vendo ela escorrer das minhas mãos de novo, mas agora com a consciência tranquila.
Sem mentiras e sem enganos, sem dores não resolvidas.





Eu assinei. Eu queria que todas as decisões fossem dela. Que tudo fosse feito do jeito que ela queria. Eu não queria fazer nada por mim. Nem casamento, nem fazenda, nem nada.
A minha vida, a nossa vida estava nas mãos dela, qualquer que fosse a decisão. Eu confiava nela. Confio. Ela sempre fez tudo certo, nunca errou em nada.





A linha do nome dela estava em branco. Achei estranho. Ela sempre foi a única interessada. Mas também não criei nenhum tipo de esperança. Pode ser que sejam papéis novos, uma cópia autenticada, não sei. Com certeza ela ia assinar de novo, como das outras vezes que ela mandava e já vinha assinado.





Passei a tarde toda pensando nisso. Eu não queria arranjar desculpas pra mais nenhuma conversa, ou pedir perdão por tudo o que eu tinha feito, ou pedir para ela me entender mais uma vez. Se eu estava cansando de tantas voltas e reviravoltas dessa história, imagina ela. E o que eu menos queria era causar mais danos.





Aurora não desceu para jantar. Eu tampouco tinha almoçado. Não nos vimos mais.
No final da noite, antes de dormir, voltei para o escritório e deixei tudo como estava. Os papéis na minha mesa como ela deixou. Ela não tinha ido lá.





Quando estava indo para meu quarto encontrei com Inácia vindo do quarto dela.





— Tá tudo bem, Inácia? — perguntei genuinamente preocupado.





Inácia me pegou pelo braço e me empurrou até meu quarto.





— Ela tá bem, não se preocupe. — Inácia me deu uns cascudos na cabeça. — Inocêncio, com todo respeito, ou não, mas o meu filho é burro?





Passei a mão na minha cabeça reclamando do que Inácia fez.





— Oxente mulher, com todo respeito, ou não, a senhora tá maluca?





— Maluco tá é você, e ela. — Inácia apontou pro rumo do quarto dela e me deu uns tapas. — Você assinou o divórcio? — eu só balancei a cabeça. Mais tapas.





— Inácia, pare com isso. — me defendendo como podia.





— Pare com isso vocês dois. Onde já se viu. Não podem ficar perto um do outro que já parecem dois animais e por causa de um velho burro que só fez besteira e ainda estragou a vida dos dois, vocês querem se separar legalmente? Essa é boa. Eu disse que não ia me meter nessa história mas eu não sabia da verdadeira história. — Inácia suspirou e se acalmou, finalmente.





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