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“Pai...”
O grito está preso em minha mente. Estou vivendo a porra de um pesadelo, onde me sinto cair cada vez mais devido a cena que presenciei dias atrás, mais precisamente do dia em que meus pais junto a minha noiva, iriam passar o dia na casa dos meus tios e não pude acompanhá-los por causa de compromissos inadiáveis. A lembrança invade minha mente sem pedir licença.
“— Pai, queria falar comigo?
Ele levanta o olhar em minha direção, tendo o semblante fechado.
Nunca vi Marko Mitrovi’c com a expressão relaxada, é como se carregasse o peso do mundo nas costas. Observo meu pai que é um homem alto, cabelo escuro, assim como seus olhos, um reflexo perfeito meu no futuro, se não fosse a diferença de cor dos nossos olhos, já que carrego um azul profundo, que herdei de minha mãe.
Fui criado com amor e gentileza, mas também com firmeza e mãos de ferro. Minha iniciação foi uma das mais duras, tanto que fiquei um ano sofrendo, sendo torturado,
mas foi assim que me tornei imune a dor e desde então danço com a morte.
Meu pai sempre disse que eu não deveria ter
clemência dos inimigos e mesmo que sofresse em me ver passando por aquilo, sabia que seria necessário para que me tornasse um homem forte. Devo dizer que hoje, aos vinte e dois anos, já matei mais do que posso contar e realmente me tornei o homem que fui forjado a ser, orgulhando meu pai, levando seu legado adiante.
— Vamos para a casa dos seus tios. Porém, antes de se juntar a nós, preciso que receba as drogas dos russos e distribua.
Assinto e ele dá um pequeno sorriso.
— Poderia levar minha noiva com vocês?
Ele entende o que quero, me manter longe da tentação. Sei que tirei sua virgindade, mas ela é apegada as tradições e senti que cedeu aos meus desejos. Como falta pouco para o casamento acontecer, é melhor ela ficar longe por enquanto.
— Sim.
Eu me aproximo dele e ele leva a mão esquerda ao meu peito.
— Que a honra da casa Mitrovi’c esteja ao seu lado, meu filho.
— Pela honra da nossa casa, sempre lutarei.
Ele me abraça.
Saio sem me despedir da minha doce noiva, ou da minha mãe para cumprir as ordens do meu pai.”
— Taehyung, precisa vir agora — Stefan Petrovic, meu melhor amigo e que faz a guarda da minha noiva, fala ao telefone.
— O QUE HOUVE, PORRA? — Ouço o som de tiros sendo disparados.
— Fomos surpreendidos por uma emboscada e precisamos de ajuda, amigo.
Meu mundo para neste momento, o medo me trava e giro o volante do carro rapidamente quase causando um acidente.
