Prólogo

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Passo a mão no cabelo enquanto caminho em direção ao jardim nos fundos da mansão que Maksimillian comprou para a garota

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Passo a mão no cabelo enquanto caminho em direção ao jardim nos fundos da mansão que Maksimillian comprou para a garota.

Mesmo ele dizendo a todos que é um homem sem coração, sempre notei o amor que sente por essa menina.

Eu a vi algumas vezes durante os anos de amizade com Millian, mas tem dois anos que não venho aonde ele a mantém.

Porém, estou aqui para tomar conta dela enquanto ele visita sua futura mulher.

Arrumo o terno e ajeito os óculos escuros.

— Demônio, como é bom te ver. — Vladimir Petrov, o maldito russo debochado, cumprimenta assim que entro em
seu campo de visão.

Observo que ele está usando terno preto e óculos escuros que esconde seus olhos debochados, mas o sorriso zombeteiro está presente ali.

— Poderia dizer o mesmo, Psicopata, mas sabemos o quanto isso soaria mentiroso.

Ele gargalha.

A verdade é que gosto do filha da puta, afinal Vladimir Petrov é leal e honesto.

— Vamos fingir que me odeia. — Sua expressão fica séria. — Vai ficar aqui?

Eu o encaro sem entender a razão dele ficar sério.

— Por quê? — Devolvo a pergunta com outra, hábito que tenho.

— A garota está cada dia mais irritada devido o pai mantê-la trancada e Millian, você sabe como é cuidadoso. Ela foi adotada por ele e sua história é bizarra, mas se Millian ama alguém, esse alguém é a menina.

Caminhamos em direção ao som de pessoas lutando e ao longe vejo um dos meus melhores amigos usando moletom preto e camiseta na mesma cor junto a uma
“mulher”.

A menina de anos atrás sumiu e no lugar há uma mulher com o cabelo escuro como a noite, preso em um rabo de cavalo que vai até o meio das costas, fazendo-me imaginar como seria solto. Seu corpo é cheio de curvas e mesmo no ritmo da luta posso ver a bunda empinada, assim.como a cintura fina que está exposta, já que usa short preto curto e top na mesma cor. Desço o olhar e observo seus pés pequenos e a pele muito clara enquanto sinto o corpo reagir
a ela.

Há anos ele não reagia a nada.

Meu peito fica pesado como se algo não estivesse certo, a respiração muda e meu pau fica duro com a visão da porra da mulher à minha frente.

— Presta atenção, Taehyung! Ele mata você. — Vladimir segura meu braço e nos encaramos.

Meu humor que não é dos melhores aflora.

— Tira a porra da sua mão de mim. Está louco, caralho!

Vladimir me encara sério enquanto me analisa, mas os óculos escondem meus olhos e minha boca está em uma linha fina, mesmo meu corpo reagindo a ela, então me solta
e sai andando com seus pés arrastando na grama, sinal que está instável.

“Que porra essa mulher tem de especial?”

— Tio — ela fala e abraça Vladimir.

Mas algo no abraço me incomoda como se homem algum devesse tocar nela.

“Que porra está acontecendo comigo, o que ela tem de especial?”

Aproximo-me do local onde eles estão, mesmo não querendo, mas se não fizer isso darei ao Petrov a certeza de
que algo não vai bem.

— Taehyung — Millian fala e comprimento com a cabeça.

A mulher está de costas, pegando algo que Vladimir entrega a ela, mas logo se vira em minha direção e levanta os olhos, o que me faz sentir o impacto em meu peito.

Os olhos mais lindos que já vi, de um azul
translúcidos, mas em volta deles há uma espécie de círculo preto que dá certa profundidade a eles. Seu nariz é pequeno
e arrebitado, lábios carnudos e vermelhos, e rosto com um formato lindo dando a mulher um ar altivo.

— Oi, Taehyung.

Sua voz entra em meus ouvidos, suave e doce.  Tudo acontece em milésimos de segundos que, para mim, marcará a minha vida. Vivo em celibato há vinte anos e até então não houve uma mulher que me chamou a atenção.

— Oi — digo e não sei a razão por sentir um ódio incomum.

— Filha, Taehyung irá cuidar de você enquanto vou resolver as coisas — Millian fala para ela que estreita os olhos e vejo desagrado em seu semblante.

— Prometeu para mim, pai — diz olhando para o pai.

— Nine, prometi pensar, não que faria. Isso não é assunto seu.

Vejo passar uma chama pelos olhos de Millian.

— Taehyung estou deixando a coisa mais importante da minha vida sob seus cuidados.

Somente assinto.

Vladimir solta um roçar de garganta e viro a cabeça rápido em sua direção que me encara com a sobrancelha erguida, como se me desafiasse a falar. Mas o conhecendo, como conheço, o melhor é não dar munição ao maldito.

— Tio, uma luta? — ela pergunta.

— Com prazer, Bonequinha — Vladimir responde e ela sorri abertamente para ele.

— Ela está mais ágil — Millian fala orgulhoso. — Taehyung, poderia treinar Nine enquanto está aqui.

— Não fode, Maksimillian! Ela é uma pirralha e não tenho tempo para isso — digo
mal-humorado.

Ela se vira e me olha.

— Uma luta então? — pergunta em tom suave.

Eu poderia recusar, mas algo se agita em mim e quero muito lutar com ela, ter essa proximidade. Tiro o blazer, desabotoo os punhos da camisa branca de botões, afrouxo a gravata tirando em seguida, então viro
o pescoço de um lado para o outro e um sorriso interno se expande.

Meus demônios querem brincar.

Ela olha atenta para mim, mas quando tiro os óculos e meus olhos recaem sobre os dela, vejo um lampejo de algo brilhar neles.

— Aqui. — Chamo com a mão.

A mulher dá um sorriso ladino que faria seus inimigos congelarem, afinal há algo sombrio nela.

Recebo seu primeiro chute, que acerta meu tronco. Um golpe forte e que causa dor, mas não causa danos.

A luta é intensa, ela é habilidosa e seu maldito cheiro me deixa desatento.

— Você está levando uma surra, Demônio — Vladimir debocha e Millian fica calado.

Em um movimento ágil, giro o corpo e ela cai no chão. Seus olhos estão arregalados, com o rosto vermelho, lábios entreabertos e a respiração ruidosa.

Viro-me para pegar minha roupa no chão e os óculos, então saio dali, mas antes de me aproximar da porta branca e imponente da mansão, sinto Millian fechar a mão em meu
braço.

— Escute bem, Taehyung, estou procurando um marido para minha filha, é a sua chance. Eu ficaria honrado em ter você como marido dela, afinal confio minha vida a você.

Olho para ele e travo.

— Ela é uma criança e não faz meu tipo — digo com uma raiva que não sei de onde vem.

— Então se mantenha longe. — Seu comando é raivoso, tendo os olhos nivelados aos meus.

Ela é o meu pecado! TAENNIEOnde histórias criam vida. Descubra agora