A noite estava silenciosa demais. Emilly respirava com dificuldade, ainda sentindo o eco das palavras de Alex, como facas afiadas que penetravam sua mente, deixando marcas invisíveis, impossíveis de apagar. Ela sabia que precisava sair dali, mas as pernas pareciam presas ao chão. Cada músculo seu tremia, exausto, desgastado pela intensidade das últimas horas.
— Você acha que pode fugir de mim, Emilly? — A voz dele soou no corredor, fria e determinada. Era como se ele soubesse que a atormentaria para sempre, onde quer que ela estivesse.
Emilly cerrou os olhos, uma lágrima escapando contra sua vontade. Não importava o quanto tentasse esquecer, os gritos, as ameaças, tudo estava gravado como cicatrizes invisíveis em sua pele e alma. Mesmo distante dele, os fantasmas continuavam a persegui-la, uma lembrança constante de dor e submissão.
Ela recuou, sentindo o coração acelerar. O corredor parecia se fechar ao seu redor, enquanto ela via a sombra de Alex se aproximando, o olhar dele fixo nela como um predador prestes a atacar.
— Por favor, Alex… — a voz dela era um sussurro, quase inaudível, mas carregava anos de sofrimento e desespero acumulados.
Ele a ignorou, os passos lentos, controlados, cada movimento dele exalando uma ameaça velada. — Acha que eu não sei sobre você e Thomas? Sobre os olhares que trocam quando pensa que não estou olhando?
Emilly tentou se afastar, mas a parede fria atrás dela a impediu. Seu corpo tremia, a respiração se acelerando, as memórias dos momentos com Thomas misturando-se com o medo que Alex causava.
— Thomas nunca foi mais que um amigo, Alex. — Ela sussurrou, a voz trêmula, mas firme. — Você nunca entenderia.
— Amigo? — Ele soltou uma risada amarga, aproximando-se ainda mais, sua presença esmagadora e sufocante. — Não subestime minha inteligência, Emilly. Sei exatamente o que ele quer de você… o que ele sempre quis.
O coração dela batia forte, mas ela encontrou coragem para encará-lo. — E o que você quer de mim, Alex? Mais uma cicatriz? Mais uma lembrança de que não posso confiar nem nas pessoas que dizem que me amam?
Ele ficou em silêncio por um segundo, os olhos perdendo o brilho ameaçador. Havia uma hesitação ali, uma fração de dúvida que quase parecia arrependimento, mas logo a máscara fria voltou, implacável.
— Eu quero que entenda que ninguém, nem Thomas, nem Sarah, nem ninguém vai te proteger de mim, Emilly. — A voz dele era baixa, mortal. — Enquanto eu estiver aqui, você pertence a mim.
Emilly sentiu o chão sumir sob os pés. Cada palavra dele era uma promessa, um juramento sombrio de posse que fazia seu corpo inteiro gelar. Ela sabia que era um ciclo sem fim, uma dança perigosa em que estava presa, sem ver uma saída.
— Você pode me machucar, Alex, mas nunca vai me ter de verdade. — As palavras saíram antes que ela pudesse pensar, carregadas de uma determinação que nem sabia que ainda tinha.
O rosto dele endureceu, os olhos escurecendo ainda mais. Ele segurou o braço dela com força, os dedos afundando na pele. — Veremos se pensa assim depois de hoje, Emilly.
Ela se contorceu, tentando se livrar do aperto, mas ele era implacável, a puxando para mais perto, até que seus rostos estavam a centímetros de distância. — Nunca esqueça quem está no controle aqui.
O cheiro de álcool e cigarro no hálito dele fazia seu estômago revirar, mas ela se manteve firme, respirando fundo, tentando reunir qualquer resquício de força que ainda restava.
— Você pode ter o controle, Alex, mas isso nunca será amor. — A voz dela era firme, uma faísca de resistência que ele não podia apagar.
Ele a soltou com um empurrão brusco, os olhos cheios de uma fúria contida. — Se acha que pode escapar de mim, vai aprender da pior maneira.
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Cicatrizes Invisíveis ( Em Revisão)
RomantikSinopse "Cicatrizes Invisíveis" mergulha na vida de Emilly Keterine Reynolds, uma jovem de 17 anos em busca de seu lugar em um mundo repleto de desafios. Nascida em Nova York, Emilly cresce em um lar onde a dinâmica familiar é complexa e cheia de so...